sábado, 28 de dezembro de 2013

ANO NOVO… SOBREVIVEREMOS!

“De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei” 
(Hb. 13:5)

            Quando recebemos um novo ano sempre há aquela sensação de que somos sobreviventes de uma batalha. Às vezes pouco ameaçadora, outras vezes desesperadoras, mas sempre uma batalha.
            Enquanto escrevo este artigo, espero no aeroporto de Los Angeles por vencer a última grande batalha em termos de uma longa viagem. Dentre os desafios do ano, certamente um dos mais simples.
            Atar as duas pontas desse ano não é difícil, já que parece que fomos do início ao fim num piscar. Ao mesmo tempo, com tudo que vivemos, parece que uma eternidade se passou nesse pequeno lapso de tempo.  As lutas que agora são vencidas em certos pontos do ano eram gigantes a nossa frente, que foram vencidos, mas em batalhas ferrenhas que deixaram suas marcas e suas lições para o resto da vida. Para nossa família, a batalha de tentar sobreviver em outro país, agravada pela saudade dos amados que deixamos nos parecia invencível. Tudo era diferente. As coisas mais simples e, digamos automática, pareciam desafiadoras. Lembro a primeira tentativa de abastecer o carro (sem o luxo do frentista que faz os serviço para nós no Brasil). Não observei a posição do tanque, e parei do lado errado. Depois de alguns minutos tentando entender o auto-pagamento, descobri que a bomba não alcançaria o tanque do carro, e a fila atrás de mim já era considerável, assim como era a admiração dos outros motoristas com a minha dificuldade, os quais já se mostravam pouco satisfeitos com minha demora. Depois de muito malabarismo, com ajuda do caixa, escapei da confusão... Entrei no carro com um pensamento: sobrevivi!
              Sem dar atenção à sabedoria dos antigos, resolvi desafiar o provérbio popular que diz: “papagaio velho não aprende a falar”. Pensei... “como não sou papagaio e estou na flor da idade, acho que dá”.  Deu, mas... Entender a outra língua e expressar o que queria (mesmo com ajuda da velha mímica, muitas vezes) foi razoável. Mas havia outro detalhe... escrever em nível acadêmico, conforme as justas exigências do curso. Cada matéria era apresentada com páginas e páginas que deveriam ser escritas. Mais de uma vez senti vontade de desistir, pois o desafio parecia muito além da minha capacidade... e era de fato (muitas vezes me veio à mente a história do ‘papagaio velho’). Mas quando já estava me dando por vencido, um professor lembrou na aula: “Deus nunca nos dá mais que podemos, pois Ele nos dá graça e poder para cumprir Sua vontade”. E assim foi. O Deus fiel não me deixou no meio do caminho, e foi glorificado na minha fraqueza.
            Aos poucos, à medida que o ano corria, ficava cada vez mais claro que uma vez mais o Senhor nos faria mais que vencedor. Em cada ansiedade, em cada cuidado, em cada notícia triste, em cada abatimento do coração, mais forte eu podia ouvir a voz do Senhor: “Não to mandei eu? Sê forte e corajoso”.
            Dizer que foi um ano fácil seria uma exagerada simplificação. Mas dizer que chegamos ao final como perdedores seria uma terrível ingratidão. Lutamos e vencemos... Deus nos deu a vitória. Saiu tudo com queríamos? Certamente não, e nem poderia. Esse é um mundo caído em pecado, que se torna ainda mais complicado pelo nosso próprio pecado. Não adianta nutrir a ilusão de que neste mundo as coisas serão tão boas como poderiam ser. Mas, ao final de tudo, o balanço é mais do positivo, pois Deus nos sustentou e nos guardou por caminhos que somente a Sua providência poderia explicar.
            Sobrevivemos 2013 e sobreviveremos 2104, pois Deus é conosco e promete nunca nos deixar. Que venha o novo ano, e que a glória do Senhor se manifeste me nós mais uma vez.

            A Serviço do Mestre,

            Pr. Jenuan Lira.

domingo, 22 de dezembro de 2013

A BELEZA DO NATAL

“…não tinha aparência nem formosura; 
olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos agradasse” (Is. 53:2)

O evento mais impressionante em toda história universal aconteceu sem ser notado pelo mundo. Quando chegou a plenitude dos tempos e o Messias prometido desde o Éden finalmente entrou no mundo, sua vinda aconteceu de maneira quieta, obscura e humilde.
            A jovem escolhida para dar à luz o Messias, com cerca de 13 anos de idade, não vinha de família nobre, nem morava em um lugar importante. Pelo contrário! Em João 1:46, Natanael pergunta: “De Nazaré pode sair alguma coisa boa?”. Isso indica que ser um Nazareno não significava muito para os judeus da época.
            Quanto ao nascimento de Jesus, não poderia ter acontecido de maneira mais humilde. Em uma estrebaria na pequena vila de Belém Maria deu à luz seu filho. Na falta de um berço, o Criador e sustentador dos Céus e da terra, miraculosamente nascido em forma de um bebê indefeso, foi deitado numa manjedoura. As condições eram as mais precárias possíveis, e os primeiros visitantes foram humildes e desprezíveis pastores notificados por meio dos anjos.
            Mas enquanto a terra repousa quieta nas trevas da ignorância e pecado, os céus jubilavam. O eterno plano da redenção se cumpria, nascia a esperança para a humanidade em desespero. Um novo reino se introduzia, trazendo consigo liberdade e salvação. Por isso os anjos cantaram e uma nova estrela anunciou a chegada do Salvador.
            A história do nascimento de Jesus confirma que Deus não vê como vê o homem. O que para os homens é considerado importante, para Deus não tem o menor valor. Observando a cena humilde em que se deu o primeiro natal, somos forçados a concluir que os nossos valores são supérfluos, pois as maravilhas que Deus opera são medidas por padrões diferentes dos nossos. O que é grande aos olhos dos homens pode ser absolutamente insignificante aos olhos de Deus. Por o apóstolo Paulo afirmou: “Mas o que para mim era lucro, isso considerei perda por causa de Cristo”.
            O mundo não compreende o verdadeiro sentido do natal. Como aconteceu em Belém, Aquele que é a razão do natal continua sendo uma figura despercebida. Enquanto isso, os homens se apropriam do natal para esbanjamento e ostentação. Comemorado segundo o modelo de mundo, o natal perde completamente a beleza da simplicidade e humildade que marcaram a cena original na estrebaria.
Que este natal sirva para corrigir o nosso engano quanto ao que realmente vale à pena. Que voltemos as costas para o barulho do mundo e na quietude de um coração contrito voltemos os nossos olhos para aquele que “não tinha aparência nem formosura”, que chegou ao mundo sem ser notado, e nos identifiquemos com Ele, deixando de lado a ilusão de grandeza que o mundo oferece, enquanto nos comprometemos em buscar em primeiro lugar Seu reio e Sua justiça.

A serviço do Mestre,

Pr. Jenuan Lira. 

domingo, 15 de dezembro de 2013

NAS MÃOS DE DEUS

A mensagem breve postada pelo pr. Bruce Nichols anunciava o acidente do seu filho Calebe. O carro desceu um rampa alta, e o Calebe foi encontrado inconsciente devido a uma forte pancada na cabeça. Uma situação realmente difícil, desanimadora e cheia de incertezas.
            Dois dias depois do acidente, liguei para o pr. Bruce para informá-los de que estávamos sentindo com eles, e apresentando o Calebe a Deus em oração. Depois de relatar brevemente os fatos e o prognóstico um tanto desanimador, ele disse: “Sabemos que a vida do Calebe está nas mãos de Deus, e essas são as melhores mãos”. Fiquei confortado e edificado ao ver a confiança em Deus expressa pelo pr. Bruce e por sua esposa.
            O momento difícil pelo qual a família Nichols está atravessando seria simplesmente desesperador se não fosse sua confiança na soberania de Deus. A crença bíblica num Deus soberano sobre todas as coisas, e que tudo faz visando a Sua glória e o bem do Seu povo é mais do que um artigo de fé. Essa doutrina é uma rocha firme que nos mantém estáveis mesmo em meio às mais difíceis provas.
O Senhor Jesus nos antecipou que Seus discípulos seriam testados na sua fé. Mas precisamos reconhecer que o verdadeiro desafio da vida de fé nunca se realiza em tempos fáceis. Quando estamos navegando em águas tranquilas e tudo está sob controle a distração da bonança pode nos fazer esquecer que o “justo viverá pela fé”. No entanto, quando as ondas da aflição se levantam e os nossos recursos se mostram insuficientes para enfrentar o perigo, o teste da fé se torna real. Nesse momento alcançamos o ponto crítico no qual, ou somos vencidos pelo desespero ou mantemos firme a certeza de que o Senhor virá nos salvar, mesmo que para isso Ele precise vir andando por sobre as ondas.
            Nesse dias, meditando em Êxodo 33:14 observei as palavras do Senhor a Moisés, enquanto guiava o povo pelo deserto: "A minha presença irá contigo, e eu te darei descanso".  Eis uma grande e preciosa promessa que nos grande traz alento. As provas e lutas esgotam as nossas forças, mas o Senhor nos dá descanso. Ele é fiel e cumprirá todo o bom propósito da Sua perfeita vontade.
            Certamente esse é o momento para intercedermos pelo Calebe e nos unirmos com a família em oração, ficando dispostos para dividir as cargas. Mas acima de tudo esse é o momento para olharmos para o Senhor e reforçarmos a nossa esperança nele. A situação é crítica e os médicos estão tentando tomar as melhores decisões conforme o quadro clínico. Calebe está bem assistido em um hospital moderno, cercado por profissionais competentes, mas limitados naquilo que podem fazer. Diante desse fato, mais ainda nos alegramos na certeza de que Calebe está nas mãos de Deus, e não existe mãos melhores.
            Que essa experiência difícil pela qual os nossos irmãos atravessam possa trazer glórias ao nome de Cristo e nos ajudar a esperar no Senhor, sem duvidar em nenhum momento que “Ele é bom e a Sua misericórdia dura para sempre”.
            A serviço do Mestre,

            Pr. Jenuan Lira.