Estamos perdidos. O terror de que ouvíamos distante, agora está próximo, muito próximo. Em um instante, aconteceu o inacreditável, e vimos o mundo desabar sobre nós... perdemos filhos, netos, irmãos, sobrinhos, primos e amigos, e quem seria capaz de avaliar tamanha perda? Vidas foram ceifadas e nada pode ser feito para reavê-las. Para o homem, a morte consumada é batalha perdida. Em plena luz do dia, fomos atingidos na cabeça e no tórax, covardemente, sem chance de defesa. É certo que poderia ter sido pior, mas isso não interessa agora. Não é momento para falarmos de probabilidades, somente da dura realidade. Se tivêssemos perdido apenas um dos nossos pequenos companheiros, teríamos motivo bastante para o abatimento e o profundo lamento que se alastrou pelo país. Com a alma sangrando, olhamos para a triteza das famílias enlutadas, e nos apavoramos ao lembrar que também temos filhos na escola e temos loucos por perto. Assim, contemplamos os nossos e tememos sequer ousar a pergunta: ‘e se...’? Como não foi, uma brisa leve de alívio sopra sobre nós, mas não tanto ao ponto de debelar completamente o calor interior, pois, embora não possamos dimensionar exatamente o tamanho da dor dos que estão vivenciando a tragédia, a solidariedade que nos une, também nos leva a dividir com eles a carga... “Misericórdia, Senhor... Tu mesmo disseste que a iniquidade haveria de se multiplicar, mas, Senhor, não imaginávamos que chegaria a tanto... ”!
Com razão, o mundo se abala, e a nossa presidente não consegue conter o choro. Atordoadas, nossas autoridades olham para o vazio, perdidas na tragédia. O que fazer? Ficaremos de mãos atadas? Certamente, é cedo para tentar achar uma resposta, mas haverá alguma? Isso não sabemos com certeza, mas um tenebroso pressentimento nos leva a pensar que tal resposta, se houver, não será boa.
Em momentos de tragédias se revelam nossas virtudes e fraquezas, tanto no âmbito particular como coletivo. E nesta, os noticiários, que são reflexos da sociedade, anunciam que nossa situação é mais grave do que pensamos, pois, ao noticiar a tragédia dos meninos de Realengo, também anunciam que, além de entorpecidos, somos insensíveis, sensacionalistas, interesseiros, avarentos, aproveitadores. Eis a mensagem subliminar que os nossos âncoras e repórteres nos passam, em sua grande maioria. Obviamente, não falam assim explicitamente diante das câmeras, mas não precisamos falar para comunicar o que queremos. Quem não percebe um perverso sensacionalismo e repulsivo oportunismo na forma como as informações são empacotadas e dadas em conta-gotas, cada uma com uma pitada de suspense, com o fim de segurar a audiência e vender os produtos dos anunciantes? Particularmente, chego a pensar que a televisão fatura mais quando faz anúncios comerciais entre as notícias trágicas. Seria demais pensar assim? Pode até não ser, mas a impressão é de que assim o é.
Concordo que a linguagem pode ser dura, mas o que vi num site brasileiro bem conhecido, confirma essa denúncia. Na sua página de abertura, onde fotos comentadas surgem em sequência, havia um notável o disparate. Foto 1: o atirador carregando a arma; foto 2: adolescente sangrando à porta da escola; foto 4: garoto reproduzindo as palavras do assassino; foto 5: mãe exibindo foto da filha que fora morta. As fotos surgem de modo chocante, fazendo o expectador reviver com tristeza e compaixão o massacre das crianças. Mas, enquanto 4 fotos apresentam o massacre dos alunos, a foto 3, sutilmente, massacra o visitante do site, pois em meio à dor, lágrimas, sangue e desespero, surge “inocentemente” o anúncio: Grupon: hotéis e pousadas com preços promocionais para seu final de semana. Como é possível?
Tenho assumida aversão pela propaganda enganosa que vende amenidades como se fossem realidade. Mas poderia ser um pouco mais tolerante, usando um termo “politicamente correto”, se ao menos houvesse respeito pela dor dos que perderam saus crianças. Não acho que todo mundo deveria cancelar seu passeio por causa do massacre no Rio. Mas as agências de propaganda deveriam ao menos ter a sensibilidade de separar as coisas. Contudo, não somente não fazem, como dão impressão de usar a tragédia para vender melhor seu produto. A mensagem é clara: “12 crianças mortas são uma boa deixa para vender um pacote turístico. A nação está abaalda... você já viu? Então, esqueça. Você precisa mesmo é de um um final de semana bem legal, e nós temos os melhroes preços! É difícil engolir a mensagem sem sentir nâuseas.
Eis por que estamos perdidos. Não é a violência que me preocupa, mas a cosmovisão que pela qual a sociedade inteira vive, maniestada tão bem na mídia. Essa cosmovisão tem como pressuposto elementar o materialismo e o ateísmo, tópico que faz parte dos currículos escolares. Tal concepção está incorporada a nosso estilo de vida em todas as esferas da sociedade. Viramos as costas para Deus, semeamos a rebeldia, e agora chega o tempo da triste colheita. Aprendemos que a Palavra de Deus é um mito, pois o homem não passa de um “animal racional”. Por isso seu passado é insignificante, e seu futuro vazio. Com isso aceitamos que não existe verdade, nem moralidade, pois tudo é relativo. Neste caso, a morte ou vida também são relativas. Por isso nossas crianças morrem, por isso continuamos morrendo.
Tempos difícies... Socorro, Senhor!!
“ Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se desviar dos seus maus caminhos, então eu ouvirei do céu, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra” (2 Crônicas 7:14)
A serviço do Mestre,
Pr. Jenuan Lira.
Com razão, o mundo se abala, e a nossa presidente não consegue conter o choro. Atordoadas, nossas autoridades olham para o vazio, perdidas na tragédia. O que fazer? Ficaremos de mãos atadas? Certamente, é cedo para tentar achar uma resposta, mas haverá alguma? Isso não sabemos com certeza, mas um tenebroso pressentimento nos leva a pensar que tal resposta, se houver, não será boa.
Em momentos de tragédias se revelam nossas virtudes e fraquezas, tanto no âmbito particular como coletivo. E nesta, os noticiários, que são reflexos da sociedade, anunciam que nossa situação é mais grave do que pensamos, pois, ao noticiar a tragédia dos meninos de Realengo, também anunciam que, além de entorpecidos, somos insensíveis, sensacionalistas, interesseiros, avarentos, aproveitadores. Eis a mensagem subliminar que os nossos âncoras e repórteres nos passam, em sua grande maioria. Obviamente, não falam assim explicitamente diante das câmeras, mas não precisamos falar para comunicar o que queremos. Quem não percebe um perverso sensacionalismo e repulsivo oportunismo na forma como as informações são empacotadas e dadas em conta-gotas, cada uma com uma pitada de suspense, com o fim de segurar a audiência e vender os produtos dos anunciantes? Particularmente, chego a pensar que a televisão fatura mais quando faz anúncios comerciais entre as notícias trágicas. Seria demais pensar assim? Pode até não ser, mas a impressão é de que assim o é.
Concordo que a linguagem pode ser dura, mas o que vi num site brasileiro bem conhecido, confirma essa denúncia. Na sua página de abertura, onde fotos comentadas surgem em sequência, havia um notável o disparate. Foto 1: o atirador carregando a arma; foto 2: adolescente sangrando à porta da escola; foto 4: garoto reproduzindo as palavras do assassino; foto 5: mãe exibindo foto da filha que fora morta. As fotos surgem de modo chocante, fazendo o expectador reviver com tristeza e compaixão o massacre das crianças. Mas, enquanto 4 fotos apresentam o massacre dos alunos, a foto 3, sutilmente, massacra o visitante do site, pois em meio à dor, lágrimas, sangue e desespero, surge “inocentemente” o anúncio: Grupon: hotéis e pousadas com preços promocionais para seu final de semana. Como é possível?
Tenho assumida aversão pela propaganda enganosa que vende amenidades como se fossem realidade. Mas poderia ser um pouco mais tolerante, usando um termo “politicamente correto”, se ao menos houvesse respeito pela dor dos que perderam saus crianças. Não acho que todo mundo deveria cancelar seu passeio por causa do massacre no Rio. Mas as agências de propaganda deveriam ao menos ter a sensibilidade de separar as coisas. Contudo, não somente não fazem, como dão impressão de usar a tragédia para vender melhor seu produto. A mensagem é clara: “12 crianças mortas são uma boa deixa para vender um pacote turístico. A nação está abaalda... você já viu? Então, esqueça. Você precisa mesmo é de um um final de semana bem legal, e nós temos os melhroes preços! É difícil engolir a mensagem sem sentir nâuseas.
Eis por que estamos perdidos. Não é a violência que me preocupa, mas a cosmovisão que pela qual a sociedade inteira vive, maniestada tão bem na mídia. Essa cosmovisão tem como pressuposto elementar o materialismo e o ateísmo, tópico que faz parte dos currículos escolares. Tal concepção está incorporada a nosso estilo de vida em todas as esferas da sociedade. Viramos as costas para Deus, semeamos a rebeldia, e agora chega o tempo da triste colheita. Aprendemos que a Palavra de Deus é um mito, pois o homem não passa de um “animal racional”. Por isso seu passado é insignificante, e seu futuro vazio. Com isso aceitamos que não existe verdade, nem moralidade, pois tudo é relativo. Neste caso, a morte ou vida também são relativas. Por isso nossas crianças morrem, por isso continuamos morrendo.
Tempos difícies... Socorro, Senhor!!
“ Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se desviar dos seus maus caminhos, então eu ouvirei do céu, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra” (2 Crônicas 7:14)
A serviço do Mestre,
Pr. Jenuan Lira.
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