“A quem honra, honra” (Rm.
13:7)
Após a leitura gostosa
do pequeno livro Um Voo para a Eternidade, senti-me obrigado a também prestar
minha honra ao velho herói Haroldo Reiner, a quem tive o privilégio de conhecer
e com quem convivi esporadicamente. Reconheço que a homenagem é tardia, visto
que ele partiu para a glória em 2011. No entanto, sua ausência não silencia sua
voz nem diminui a grandeza do trabalho que ele realizou de maneira tão
exemplar.
Enquanto lia as
pequenas histórias acerca desse missionário, reportei-me ao passado, repassando
e revivendo dois episódios marcantes. No primeiro, eu tinha apenas treze anos e
observei o diálogo entre Haroldo e meu pai, que estava iniciando seu
ministério. Meu pai pastoreava a pequena igreja Batista de Senador Pompeu, onde
Haroldo também havia trabalhado alguns anos antes. O ministério não ia muito
bem, e meu pai, desanimado encontrou-se
com Haroldo na cidade de Iguatu, mais precisamente no Acampamento Batista. Depois
dos calorosos cumprimentos iniciais, Haroldo perguntou:
“Como vai a
Igreja em Senador?”
“Mais ou menos”,
respondeu meu pai, “temos tido pouca
gente nos cultos de domingo”.
Sem pensar muito, Haroldo disse: “Lira, se Jesus voltar para buscar sua Igreja na segunda-feira quem vai
subir, os salvos ou os que frequentam os cultos?”
- “Somente os
salvos”, respondeu meu pai imediatamente.
- “Então não se
preocupe com quantas pessoas estão no culto”
Noutra ocasião,
exatamente 21 anos depois do episódio acima, não era meu pai que precisava de
conselho, mas eu próprio. Era um tempo de trevas, tristeza profunda e desânimo.
Eu também era pastor, mas estava perdendo as esperanças de continuar no
ministério, pois as provas eram além das minhas forças. Foi nessa ocasião que
“casualmente” cruzei com Haroldo aqui em Fortaleza. Sabendo do meu desânimo,
ele me chamou à parte e disse: “Quando eu
tinha mais ou menos a sua idade minha esposa, que tinha 27 anos, contraiu um
câncer fatal. Na ocasião eu não sabia o que fazer, mas meu sogro me confortou
lembrando que Deus nunca erra e está no controle de tudo. Aquele conselho me
reanimou a continuar. Portanto, não desanime. Continue.” Haroldo me
repassou um conselho que ele recebera décadas antes, e trouxe alento à minha
alma. Tanto que, hoje continuo lembrando as suas palavras.
Quando chegou ao Brasil em 1947, movido pelo
testemunho de um missionário que passara em sua igreja, Haroldo não podia
imaginar os desafios que teria pela frente. Mas ele não se intimidou, e
procurou fazer tudo que estava ao seu alcance para mostrar o amor de Cristo em
palavra e obras. Foi por causa desse amor ao Senhor que ele serviu como
aviador, engenheiro, matemático, mecânico, agricultor, enfermeiro, timoneiro,
etc. Se a coisa não existia, ele inventava, mas nunca permitia que as
impossibilidades lhe impedissem de pregar o evangelho e mostrar misericórdia
para centenas de pessoas vivendo no nosso sofrido Nordeste.
Um Voo para a Eternidade é um livro para ser lido de
uma sentada, e fartar a alam com as história extraordinárias vivida por esse
homem que “combateu o bom combate,
completou a carreira e guardou a fé.” Leia você também e perceba o quanto é
possível realizar nesta vida quando confiamos em Deus e no poder da Sua
Palavra.
A Serviço do Mestre,
Pr. Jenuan Lira.
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