quarta-feira, 24 de julho de 2013

NOVA PERSPECTIVA

Conta as bênçãos, conta quantas são recebidas da divina mão...”.

             A música do velho hino ecoa na minha mente despertando as doces memórias de um passado já distante quando a música adornava e preenchia a adoração coletiva.  No entanto, a doce canção entoada no ambiente de um culto às vezes fica fora de tom, quando a dura realidade da vida ameaça nosso barquinho batido de um lado para outro em meio à voracidade das ondas da provação.  

            A mensagem do hino é forte, pois pressupõe que sempre haverá bênçãos a serem contadas. Mas será? Bênçãos esporádicas, vá lá, mas sempre? Não seria este mais um caso de exagerado otimismo poético?  À primeira vista poderia ser, mas se examinarmos cuidadosamente veremos que a mensagem tem sólido fundamento bíblico.

            Essencialmente essa é a mensagem de Romanos 8:28, onde lemos que “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus”. Certamente, em muitas ocasiões essas palavras de Paulo também parecem exageradas. Como “todas as coisas cooperam para o bem dos amam a Deus?” Não é um pouco além e fora da realidade dizer “todas as coisas?” Não seria muito mais realista restringir o pensamento para “algumas coisas?” Será que Paulo não leva em conta que a estrada da vida é pavimentada de dores e tristezas? Desde quando dores e tristezas cooperam para o bem?

            A resposta a todas essas indagações está na palavra perspectiva. Quando Paulo fala de bem, ele está se referindo ao bem na perspectiva de Deus, e não no bem segundo a nossa visão.  Muitas vezes esquecemos que ‘Deus não vê como vê o homem’. Os olhos do Senhor estão em todo lugar, inclusive no futuro obscuro que nossos olhos não podem alcançar.  O versículo afirma que o bem de Deus está ligado ao propósito de Deus para os Seus filhos. O bem aos olhos do Senhor é tudo aquilo que nos torna mais “semelhantes à imagem do Seu Filho”, inclusive, e principalmente aquelas duras provações, mesmo as que parecem insuportáveis. É o fogo que purifica o ouro, são as provações que purificam a fé.

Contar bênçãos, portanto, é uma questão de perspectiva. É preciso elevar os olhos acima das aparências, a fim de percebermos o final da nossa jornada, onde a glória nos aguarda. É desse modo que Romanos 8:28 fará algum sentido. Por mais duro que possa parecer, devemos nos alegrar nas provas, sabendo que Deus está agindo para o nosso bem maior. E o Senhor é sábio e cheio de ternas misericórdias. Ele não permitirá que o fogo da provação ultrapasse a temperatura que a nossa alma suporta (I Cor. 10.31).

    Se os olhos não enxergam as bênçãos futuras, conte-as pela fé. Alegre-se antecipadamente ao reconhecer que nossa vida está nas mãos do Pai Celeste, e por isso está em boas mãos.

            Então, que tal para essa leitura e cantar o velho hino?

            “Conta as bênçãos, conta quantas são
Recebidas da divina mão,
Uma a uma dize-as de uma vez
E hás ver surpreso o quanto Deus já fez”.

Até aqui nos ajudou o Senhor... Por Ele nos deixaria agora?

A serviço do Mestre,


Pr. Jenuan Lira.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

LIÇÃO DAS MONTANHAS


Os que confiam no Senhor são como o monte de Sião, que não se abala, firme para sempre” 
(Salmo 125.1)

            A cidade de Pasadena fica bem na base de uma belíssima cordilheira de montanhas. São montanhas altas, imponentes e inabaláveis. Ao longo do ano, as diferentes estações modificam um pouco a aparência dessas montanhas. Na época do frio, o topo fica maravilhosamente branco por causa do gelo. No verão, os tons de cinza se destacam. Mas uma coisa é certa: a mudança na aparência em nada afeta a essência: as montanhas permanecem firmes na sua estabilidade.

            As montanhas que circundam a cidade de Pasadena e todo vale em que se encontra a grande Los Angeles me lembram o Salmo 125. O salmista também ficava impressionado com o monte Sião, guardião da ‘Cidade de Deus’. A firmeza inabalável do monte era comparada à confiança em Deus. As lutas da vida podem vir em toda sua intensidade, chegando a causar mudanças externas em nós, mas o coração dos que confiam no Senhor permanece firme na Rocha.

            O abrigo de uma montanha pode significar muito em termos de proteção contra as ameaças naturais. Por causa das montanhas, o estado da Califórnia está virtualmente livre dos conhecidos tornados e furações que assolam o Centro-oeste americano. As altas montanhas formam um escudo natural, livrando essa parte do país de muitas perdas. Assim, é também com os que ‘confiam no Senhor’. A morte e a destruição podem assolar tudo ao redor, mas não poderão vencer a eterna barreira do poder de Deus, em quem temos posto a nossa fé.

            Isso não significa que jamais vamos sofrer perdas. A nossa fé não garante que ‘os montes da nossa fé’ ficarão intocados pelas consequências do pecado ‘que tenazmente nos assedia’. Tal expectativa não podemos alimentar, afinal, ‘no mundo tereis aflições’. Os montes da Califórnia protegem dos furações, mas se abalam com terremotos. Contudo, uma coisa é certa: “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações. Portanto, não temeremos ainda que a terra se transtorne e os montes se abalem no seio dos mares..” (Sl. 46.1-2). É certo que a fé nos faz forte como os montes em volta de Jerusalém, mas não estamos seguros por causa dela, mas por causa do Deus em quem temos posto a confiança. A fé por si só nada significa. O segredo está no objeto da fé. Às vezes nossa fé enfraquece, e isso pode resultar em sérios efeitos negativos. Mas no final das contas, o que realmente nos assegura a vitória eterna não é a grandeza da fé, mas o soberano amor do Senhor. Deus nos manterá nas Suas mãos, mesmo quando vacilarmos. Essa é a nossa segurança.
           
            Se a fé é comparada às montanhas, quando nossa confiança der sinal de que está sendo abalada, outro Salmo pode ser útil... “Elevo os meus olhos para os montes: de onde me virá o socorro? O meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra” (121:1-2). Os montes da fé são um bom refúgio, mas a segurança final está no Senhor, Autor e Consumador da fé.

            A serviço do Mestre,


            Pr. Jenuan Lira.

E AGORA?


Por que todo que invocar o nome do Senhor será salvo” (Rm. 10:13)

            A Igreja do Planalto recebeu a bênção de promover pela décima primeira vez a Conferência De Volta aos Princípios. O significado desse evento só pode ser entendido plenamente pelo grupo de pouco mais  de cem participantes, os quais ‘beberam da fonte’ e levarão as  bênçãos da conferência para muitas igrejas. 

            Abordando o tema Espalhando a Glória de Deus entre as Nações, Pr. Rick Goertzen nos mostrou por que devemos nos envolver em tal projeto. O mundo não conhece o canto da redenção, mas nós podemos entoá-lo aos seus ouvidos (Salmo 96). O nosso canto deve ser ousado, pois não podemos nos envergonhar do evangelho (Rm. 1:16-17) e somos, como Igreja, uma comunidade multicultural (At. 13). O poder para esse projeto glorioso se encontra na oração (Ef. 3:14-21). E se, na promoção desse glorioso projeto, tenhamos que despender da própria vida, que importa? Morrer nada mais é do que partir e estar com Cristo (Fp. 1:21). 

            O missionário Robb Provost, apoiado na sólida base bíblica lançada pelo pastor Rick, nos mostrou como podemos cruzar fronteiras com o canto dos redimidos. Sua ênfase teve como base Jeremias 29, onde encontramos o conteúdo de uma carta escrita aos judeus exilados na Babilônia. A carta, em suma dizia: Promovam a paz e a prosperidade da cidade para onde os levei. Exemplo para isso? A maravilhosa obra que Deus tem levantado na Albânia. Mais de 50.000 alunos já foram abençoados com aulas de inglês no Lincoln Center. A partir desse projeto de bênção para a nação, hoje uma igreja com cerca de 150 membros e um seminário hoje estão estabelecidos. Mais recentemente, uma nova missão foi iniciada com o fim de mobilizar ‘fazedores de tenda’ para os países muçulmanos. Robb tem uma grande paixão pelo povo muçulmano e tudo faz para que o amor de Cristo os alcance.

            Como uma nota dominante que sustenta um belíssimo acorde,  uma ênfase foi constante ao longo da Conferência: “O Brasileiro pode alcançar mundo”. Em muitos países as portas estão fechadas para americanos e outros. Mas até o momento, não se tem notícia de um só país que tenha restrição à entrada de brasileiros, incluindo as nações muçulmanas. Não que o mundo esteja de portas abertas para receber missionários ‘de carreira’, mas certamente está aberto para receber profissionais do Brasil, os quais se disponham a dar sua vida por amor a Cristo, à medida que se tornam mensageiros da paz para o mundo que perece nas trevas.

            Depois de tantos desafios que atingiram nosso coração, a pergunta natural é: E agora? Que vamos fazer com toda essa informação que nos constrange?  Não podemos enterrar a cabeça na areia e fazer de conta que não é conosco. O grito de batalha soou e o nosso Capitão nos chama à luta da salvação. O mundo clama por mensageiros de boas novas e nós preenchemos os requisitos para atender a esse clamor.

            Diante de tal realidade, o que nos resta é entender o apelo do Senhor e partir sem medo, afinal, “Como invocarão aquele em quem não creram? Como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão se não há quem pregue? E como pregarão se não forem enviados?” (Rm. 10:14-15).

            A serviço do Mestre,


            Pr. Jenuan Lira. 

A VOZ DAS RUAS



          Além e acima da euforia do futebol,  o gritou das ruas superou a vibração dos estádios. De repente o ‘gigante acordou’, impaciente e abusado como quem tenta superar os efeitos de uma noite mal dormida. E o mundo surpreso se deu conta de que o Brasil há muito deixou de ser um país ‘deitado eternamente em berço esplêndido’.
            Apesar dos excessos, há um lado legítimo em tudo que vimos nos últimos dias. A voz da consciência clamando por justiça atraiu a população para as ruas. O povo se uniu para fazer conhecida sua indignação contra toda impiedade e perversão que contamina o país, a partir das instituições que dirigem a nação.
            Por outro lado, as próprias manifestações revelam que o problema do nosso pais é muito mais profundo do que parece. Estamos de tal maneira corrompidos que, mesmo quando clamamos por justiça, somos traídos pelo espírito de anarquia que prevalece no meio do nosso povo. A contradição nos pega no contrapé, e quando tentamos fortalecer as nossas defesas, a perversão já furou o bloqueio e marcou mais um gol.
            O grande equívoco das ruas é não perceber que ‘o que o homem pensa no seu coração, assim ele é’ (Pv. 23:7). O nosso coração se reflete nos nossos atos, por isso “não há quem faça o bem, não há nenhum sequer” (Rm. 3:12). Por essa razão, a mudança nunca virá sem uma radical transformação no coração de cada indivíduo. A transformação social nunca ocorrerá sem a transformação individual. Por isso, a voz das ruas é a voz da ilusão, porque transmite a falsa idéia de que podemos criar um novo Brasil.
A contradição foi e sempre será uma marco no caminho da humanidade. O pêndulo da história nunca se equilibra, pois o homem não se submete ao Criador. Ao contrário, cada dia se torna mais soberbo na sua suposta independência. Inculcam-se por sábios, mas na realidade se tornam loucos.
           
Na verdade, as ruas são apenas caixas de ressonância de corações sofridos que não suportam a dura realidade da vida.  O pecado cansa o pecador, e em certos momentos o peso da transgressão extravasa os limites do próprio coração.

Feliz a nação cujo Deus é o SENHOR, e o povo que ele escolheu para sua herança” Salmo 33:12.

Senhor tem misericórdia do Brasil!

A serviço do Mestre,


Pr. Jenuan Lira

DEUS OU ZEUS


Para que se saiba, até ao nascente do sol e até ao poente, que além de mim não há outro; eu sou o Senhor, e não há outro” (Isaías 45:6)

            A estátua de Zeus, o rei dos deuses do Olímpio, é uma atração à parte no Getty Museu, na praia de Malibu. É uma réplica inspirada no monumento em ouro e mármore, esculpido pelo grego Pheidias (430 a.C), reconhecido  como uma das sete maravilhas do mundo antigo.

A estátua exibida hoje no museu foi encontrada no final do século 18 em escavações arqueológicas na cidade de Tivoli, na Itália. Zeus é representado como um homem barbado sentado em um trono. Originalmente ostentava um centro na mão esquerda e um raio na direita. Mas o tempo foi cruel com o deus grego, o qual não resistiu à corrosão da matéria, e a decadência se abateu sobre a imagem do deus-chefe do Olímpio. Se Zeus algum dia foi notável por sua imponência, nada disso se conclui a partir da imagem exposta no museu Getty Museu. Pelo contrário, nela Zeus é uma figura digna de compaixão, pois quando a desenterraram , o cetro não mais existia e o raio tinha desaparecido.  A estátua é símbolo marcante de humilhação e impotência, pois as mãos de Zeus foram decepadas, e seu rosto e nariz corroídos.

Enquanto observava a estátua decadente de Zeus, percebi uma perfeita ilustração da história bíblica da visita da arca do Senhor ao templo de Dagom, principal divindade dos filisteus. Em I Samuel 5 lemos da literal queda da estátua de Dagom diante da arca do Senhor. Na primeira noite Dagom foi achado prostrado ante o Senhor, ‘com o rosto em terra’. Os filisteus o levantaram, mas Dagom não resistiu ao segundo round. No dia seguinte, quando abriram o templo, Dagom estava ‘jazia de bruço diante da arca do Senhor; a cabeça de Dagom e as duas mãos estavam cortadas sobre o limiar; dele ficara apenas o tronco’ (I Sm. 5:4). Os filisteus cometeram o terrível engano de querer comparar o Deus verdadeiro com um ídolo. Isso custou caro não só para o pobre Dagom, mas também para toda nação filisteia.

Séculos atrás, os deuses gregos pareciam reinar supremos. Os ‘tolos sábios da Grécia’ inventaram-nos conforme lhes convinha, e o povo seguiu suas vãs filosofias. Por algum tempo, e para a desgraça dos seus adoradores, tais deuses usurparam o lugar do Deus do Céu. O Senhor suportou por um pouco, mas quando a medida da impiedade transbordou, o Senhor destruiu a Grécia com todos os seus sábios e suas divindades. Foi assim com o Egito, com a Assíria, com a Babilônia, com a Pérsia e, posteriormente com a própria Roma.

            A imagem depredada de Zeus é o símbolo do que acontece com todos que se levantam contra o Deus do Céu. Baal, Zeus, Dagom, Diana, todos são memórias opacas de histórias passadas. O Senhor, porém é o mesmo ontem e hoje e o será para sempre. Sua onipotência continuam regendo as nações. O Seu cetro jamais será arrancado da Sua mão direita. Ele é o Rei eterno. O sol e a lua param ao Seu comando e  os Seus raios  dissipam o orgulho dos homens. Por isso...

            “Eu me alegro no Senhor, exulto no Deus da minha salvação. O Senhor é a minha fortaleza, e faz os meus pés como os da corça, e me faz andar altaneiramente” (Hb. 3:18-19).  

            A serviço do Mestre,


            Pr. Jenuan Lira.