Além
e acima da euforia do futebol, o gritou
das ruas superou a vibração dos estádios. De repente o ‘gigante acordou’,
impaciente e abusado como quem tenta superar os efeitos de uma noite mal
dormida. E o mundo surpreso se deu conta de que o Brasil há muito deixou de ser
um país ‘deitado eternamente em berço
esplêndido’.
Apesar
dos excessos, há um lado legítimo em tudo que vimos nos últimos dias. A voz da
consciência clamando por justiça atraiu a população para as ruas. O povo se
uniu para fazer conhecida sua indignação contra toda impiedade e perversão que
contamina o país, a partir das instituições que dirigem a nação.
Por
outro lado, as próprias manifestações revelam que o problema do nosso pais é
muito mais profundo do que parece. Estamos de tal maneira corrompidos que,
mesmo quando clamamos por justiça, somos traídos pelo espírito de anarquia que
prevalece no meio do nosso povo. A contradição nos pega no contrapé, e quando
tentamos fortalecer as nossas defesas, a perversão já furou o bloqueio e marcou
mais um gol.
O
grande equívoco das ruas é não perceber que ‘o que o homem pensa no seu coração, assim ele é’ (Pv. 23:7). O
nosso coração se reflete nos nossos atos, por isso “não há quem faça o bem, não há nenhum sequer” (Rm. 3:12). Por essa
razão, a mudança nunca virá sem uma radical transformação no coração de cada
indivíduo. A transformação social nunca ocorrerá sem a transformação
individual. Por isso, a voz das ruas é a voz da ilusão, porque transmite a
falsa idéia de que podemos criar um novo Brasil.
A
contradição foi e sempre será uma marco no caminho da humanidade. O pêndulo da
história nunca se equilibra, pois o homem não se submete ao Criador. Ao
contrário, cada dia se torna mais soberbo na sua suposta independência.
Inculcam-se por sábios, mas na realidade se tornam loucos.
Na
verdade, as ruas são apenas caixas de ressonância de corações sofridos que não
suportam a dura realidade da vida. O
pecado cansa o pecador, e em certos momentos o peso da transgressão extravasa
os limites do próprio coração.
“Feliz a nação cujo Deus é o
SENHOR, e o povo que ele escolheu para sua herança” Salmo 33:12.
Senhor tem misericórdia do Brasil!
A serviço do Mestre,
Pr. Jenuan Lira
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