“Ouve-se a voz do Senhor sobre as águas; troveja o Deus da glória;
O Senhor está sobre as muitas águas” (Sl. 29:3)
Temos a tendência de achar que os detalhes
produzem segurança.
E se o desafio for grande e arriscado, mais ainda queremos ter certeza de que
entendemos cada detalhe. Só
tem um problema: Deus reserva para Ele os detalhes, e nos revela apenas o que
precisamos para iniciar a caminhada. Os desafios da estrada só saberemos quando nos defrontarmos
com eles.
Pense em Noé. Não deveria Deus ter sido mais específico? Noé recebeu a orientação específica para preparar o instrumento que
o faria navegar em meio à
chuva torrencial, mas além
disso... “Quantos dias de chuva, Senhor? Vai
ser só chuva? vai ter ventos, trovões e relâmpagos? Evidentemente o barco não vai ficar parado... como e onde será o desembarque? Vai ser muito longe
de casa? Poderia me antecipar alguns detalhes, Senhor? posso ter mais informação...?”. Se tais perguntas foram feitas, a única resposta foi um misterioso silêncio. As informações foram: “As comportas do céu serão abertas, vai desabar uma tremenda
chuva e todos os homens vão
perecer. Prepare a arca como estou mandando, entre nela e espere a chuva
passar. O resto Eu cuido”.
E assim foi. Por quarenta dias, a copiosa chuva devastou toda terra. Terminada
a chuva, Noé,
sua família
e a bicharada seguem vagando ao sabor das ondas por mais de 6 meses, sem ter a
menor noção
de onde iriam aportar.
Gostamos
de detalhes, especialmente quando vislumbramos um dilúvio. Tenho certeza que Noé também teria ficado feliz em tê-los, mas Deus não os quis dar. E se o Senhor não entra em detalhes é porque é melhor... “Mas, Senhor, não estamos falando de uma neblina...é um dilúvio. Só isso? O Senhor não poderia me dar mais informação? Eu sei que o Senhor sabe o que é isso, mas eu não sei... Estou confuso... Pode me dar
mais detalhes...”
Dá para entender os dilemas resultantes
da pouca informação,
mas pensando bem, qual, afinal, seria o benefício dos mínimos detalhes? A informação detalhada não iria diminuir a chuva, só aumentaria a ansiedade. Ter toda
informação
demanda capacidade para lidar com elas sem entrar em parafuso. Detalhes satisfazem nossa curiosidade e dão uma aparente segurança, mas não são bons para quem deseja crescer na
vida de fé.
O mapa completo diminui a doce alegria da surpresa, quando, de repente, a
provisão
de Deus nos alcança
multiplicando ‘a bênção nossa de cada dia’.
Seguir
sem noção
do futuro, enquanto as águas
da provação
nos ameaçam não
é
fácil,
mas às
vezes é
assim que Deus deseja, para que o controle do barco da vida passe totalmente às Suas mãos. Sem leme, sem bússola, sem norte, nada mais nos resta
senão
confiar em Deus. É
nesse momento que o nosso conhecimento de Deus passa do ouvir para o contemplar.
E quando as águas
se avolumam querendo nos tragar, descobrimos “as ondas atendem ao Seu mandar.” Não estamos abandonados à deriva seguindo para lugar nenhum.
Se o Senhor não
já
estiver no barco, Ele virá
andando sobre as águas
e nos dirá:
“Tende bom ânimo! Sou eu. Não temais” (Mt. 14.27).
E
quanto a Noé?
A chuva parou, águas
secaram e todos desembarcaram em terra firme. Era um novo mundo, mas o mesmo
Deus fiel. E para selar Seu controle eterno, o Senhor fez uma aliança manifestada a todos os moradores da
terra por meio do arco-íris,
que revela o controle de Deus sobre as muitas águas.
Não
sabemos onde nosso barco vai aportar, nem quanto tempo vai durar o dilúvio. Mas uma coisa é certa: Deus sabe muito bem e nos
conduzirá
à
terra firme onde poderemos ver o arco da sua fidelidade em novo tempo de paz,
alegria e segurança.
“O Senhor preside aos dilúvios; como rei, o Senhor presidirá para sempre.
O Senhor dá força ao Seu povo, o Senhor abençoa com paz ao Seu povo”(Sl. 29:10-11)
A
serviço
do Mestre,
Pr.
Jenuan Lira.
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