Porventura, não valeis vós muito
mais do que as aves?” (Mt. 6.)
Assim
que cheguei ao meu destino tratei logo de ligar para o aeroporto...
- “Setor de perdidos e achados do aeroporto LAX, posso ajudá-lo?”
- “Hoje cedo, ao embarcar para Denver, perdi um objeto no chão, assim que
cruzei o ponto de inspeção de segurança.”
- “O senhor pode descrever o item perdido?”
- “Um laptop, MacPro, revestido em uma capa protetora vermelha”
A reação do atendente foi a mais
pessimista possível. Ele literalmente riu quando ouviu minha descrição e
disse.:
“Senhor, todos os dias as pessoas perdem cerca de 50 eletrônicos nesse
aeroporto, principalmente laptops. Mas vou lhe dar um número de protocolo e
entraremos em contato caso achemos”.
O pessimismo do atendente era plenamente
justificado. Estávamos falando do quarto aeroporto mais movimentado do mundo,
sempre repleto de gente indo e vindo para todas as partes da terra.
Perder
coisas em viagens não é o que eu diria um evento raro no meu caso, mas algo
desse valor e tão necessário para meu dia a dia nunca tinha ocorrido. Não foi fácil. Meu tempo fora de casa seria
de uns dez dias, e de vez em quando meus pensamentos se voltavam para o
computador, especialmente para todos os meus trabalhos de Mestrado de um
semestre inteiro, que não tinha sido copiados noutro local. Também me pesava o
fato do computador ter sido presente de uma querido amigo, que resolveu me
abençoar que o melhor que ele tinha. Além disso, da parte do aeroporto a única
resposta nos próximos dias foi o silêncio absoluto.
A perda era
significativa, mas algo me ajudou a descansar. Com certeza o Senhor estava me preparando de antemão por
meio da leitura do livro Uma Vida de
Oração, comprado para ser lido durante a longa viagem. Por isso, desde o
primeiro momento em que me bateu a angústia da perda, imediatamente comecei a
orar. Ao mesmo tempo, minha esposa fez uma postagem no facebook acerca do
problema pedindo oração. Assim, de diferentes partes do mundo pessoas estavam
orando pelo computador perdido.
Quando
cheguei de volta a Los Angeles, no sábado seguinte, procurei imediatamente o
setor de achados e perdidos. Foi decepcionante, pois descobri que aquele setor
só funciona de segunda a sexta. Não podia acreditar, mas era isso mesmo.
Continuamos orando, mas aos poucos já perdendo as esperanças definitivamente.
Mas
o que parecia sem jeito, Deus transformou numa surpresa especial. Na
segunda-feira, quando liguei, a pessoa que me atendeu foi diferente. Assim que
me identifiquei, ela respondeu: “Parece
que seu computador foi encontrado. Pode confirmar alguns arquivos e e-mails que
tem nele?” Era inacreditável, mas era verdade. O computador esquecido no
chão em dos maiores aeroportos do mundo tinha sido achado.
Ter
o computador de volta foi muito bom, mas melhor de tudo foi a lição que se
renovou em minha mente: “Nada é pequeno
demais que passe despercebido dos olhos do Senhor, nem grande demais que
desafie o Seu poder. Não desista de orar.” Foi o próprio Senhor que nos
mandou aprender observando as aves do céu, no Sermão do Monte. Os pequenos e
aparentemente insignificantes pássaros são sustentados pelo Pai Celeste. Eles
não semeiam, não colhem, não ajuntam em celeiros para o dia do amanhã. Dependem
totalmente da generosidade do Senhor que lhes dá diariamente o que eles
realmente precisam. Para nós humanos de pouca fé, tal dependência do Senhor
parece irresponsabilidade. Não suportamos a idéia de perder o controle da
situação e entregar o leme nas mãos do Senhor. Planejar o dia de amanhã,
projetar e tomar providências não é errado. O problema ocorre quando nosso
planejamento falha, quando o computador desparece, quando as portas fecham diante de nós e
ficamos de mãos atadas diante da situação? Nesse momento nos resta duas opções:
depender do Senhor como os pássaros ou morrer de ansiedade.
O
que é impossível para os homens e irreal mediante probabilidades matemáticas
não é um problema para o Senhor. Ele observa tudo, até um pequeno computador
esquecido no piso de um aeroporto. Por isso, sem risco de profanação, podemos
‘modernizar’ o sermão do monte para a era da informática: “Se Deus observa um computador que hoje existe e amanhã vira sucata
eletrônica, como não cuidará de vós, homens de pequena fé...? Busquem, pois, em
primeiro lugar o reino de Deus e Sua justiça e os eletrônicos, que forem
realmente necessários, vos serão acrescentados.”
Os
tempos mudam, mas o nosso Deus é o mesmo.
A
serviço do Mestre,
Pr.
Jenuan Lira.
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