As postagens iradas do profeta Jonas
foram interceptadas por Deus. O Senhor sabia que o descontrole mortal do
profeta tinha uma razão: um sério problema guardado no coração. O profeta não
estava satisfeito com Deus. Ele não admitia que O Senhor soberanamente agisse
como lhe agradava. Jonas achava que Deus
não tinha direito de ser misericordioso com os ninivitas. A ira do profeta na
verdade brotava de um coração descontente com Deus. E o mais incrível: ele
achava que era razoável.
Mas, entenda-se bem: o problema não
é o meu facebook, mas o meu coração. O facebook nada mais é do que a válvula
pela qual escapa a pressão da minha realidade interna. Por meio dele, por
exemplo, se revela o meu narcisismo. Eu me acho, eu me sinto. E se eu sinto,
por que não espalhar aos quatro ventos? Assim, muitos na sua fúria incontida
alimentada pela amargura de um coração “selfie” saem atirando para todo lado,
esquecendo que “O insensato expande toda sua ira, mas o sábio afinal lha
reprime” (Pr. 29:11).
Infelizmente, a expressão dos
sentimentos no face de muitos crentes não tem deixado nada a desejar em relação
ao mundo. Ultimamente, além do mundanismo que transborda em palavras e imagens,
também se veicula revolta contra as autoridades, piadas indecentes e paixões
corrompidas. Alguns usam suas páginas para mandar recados e alfinetar irmãos.
Outros baixam o nível e partem “prá briga”. O nome de Cristo pode ser
prejudicado e Sua Igreja desprezada, mas o meu próprio nome jamais. Tudo isso
me lembra o iracundo descendente de Caim que se orgulhava dizendo: “Matei um
homem porque ele me feriu; e um rapaz porque me pisou o pé” (Gn. 4:23). E
publicava... doa a quem doer!!!
Dependendo do conteúdo e do sujeito a quem
expressamos nossas emoções, não podemos dizer que tal expressão seja reprovável
por si só. É bom se sentir abençoado,
realizado e feliz. A questão é: e quando não tiver me sentindo assim? Continuo
ainda dando graças a Deus em tudo, ou me revolto contra tudo e contra todos?
Lembremos que Deus é bom, quer a gente “se sinta”, quer não! Como servos de
Cristo, não vivemos pelos sentimentos, mas pela verdade revelada. Por isso,
devo cuidar para que usar palavras que sejam “unicamente boas para edificação,
conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem” (Efésios 4:29).
Se posso
usar as palavra do apóstolo Paulo, gostaria de sugerir um “caminho sobremodo
excelente”. Ao invés do anunciar ao mundo que estou “se sentindo” revoltado,
irritado, zangado ou irado, eu deveria colocar-me diante de Deus e da Sua
Palavra, analisando a razão do meu estado de espírito. Depois, pensar como a
expressão de tais sentimentos trará glória a Cristo. Como estou me sentindo não
importa, contanto que o nome de Cristo seja glorificado “na alegria ou na
tristeza; na saúde e na doença; na adversidade e na prosperidade”.
Principalmente devo perguntar: Estou buscando a glória de Deus ou querendo as pessoas sintam pena de mim? Meu sentimento
é de gratidão ou de autocomiseração?
Nesse
tempo de sentimentalismo vazio, vale à pena lembrar que as nossas emoções são
apenas o espelho dos desejos, valores e propósitos que povoam o nosso coração.
Quando o coração está sendo regido por desejos santos, quando os nossos
pensamentos íntimos estão ligados à verdade revelada sobre o nosso grande Deus,
quando decidimos disciplinar a nossa mente para pensar somente aquilo que é “verdadeiro,
respeitável, justo, puro e amável”, as nossas emoções serão contidas, vindo à
tona somente quando ficar claro que a “alegria no Senhor é a minha força.”
A serviço
do Mestre,
Pr.
Jenuan Lira.
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