COMO VENCER O MAL
“Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.” (Romanos 12.21)
Você já teve a sensação estranha de que o bem está sendo vencido pelo mal? Em dados momentos, vendo o
proliferação do mal nas suas multiformes apresentações somos tentados a pensar
que esse confronto não terá fim, como no caso de uma doença sem cura, com a qual
somos forçados a conviver respeitando suas imposições. Foi essa perplexidade
que fez o profeta exclamar: “Até quando, Senhor,
clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritar-te-ei: Violência! E não salvarás?” (Habacuque 1.2)
Enquanto refletimos na ontológica luta entre o bem e o mal, um ponto deve ser
estabelecido logo de início: não existe fundamentação lógica e espiritual para a filosofia dualista que defende a idéia do embate eterno entre os polos opostos da realidade.
No máximo, podemos afirmar que o mal, como uma deturpação do
bem, continuará avançando
no vácuo da santidade naquela esfera da realidade onde ‘o injusto continuará fazendo injustiça; e imundo continuará sendo imundo’ (Apocalipse 22.10). Fora disso, o mal estará absolutamente ausente, pois na nova Jerusalém todos serão iluminados pela glória de Deus, que emanará do Cordeiro (Apocalipse 21.23). Ali, ‘nunca jamais penetrará coisa alguma contaminada’ (Apocalipse 21.23), portanto o mal será para sempre banido dos novos céus e da nova terra.
Tanto por declarações diretas
como por inferências, a Bíblia ensina que o mal perde sua força
na presença do bem. Contra a
malignidade do ódio, o remédio é o
amor; contra a perversão da mentira, a solução é a verdade. A proposta de Paulo em
Romanos 12.21 é de
vitória contra o mal. Não é apenas
uma sugestão ou possibilidade, nem tampouco um paliativo para induzir à resignação. Paulo não fala de suportar, nem de conviver, mas de
vencer o mal. É uma proposta maravilhosa e radical, que renova o nosso alento
diante de tanta maldade em nosso meio. Visto que o mal é um
parasita do bem, carecendo de identidade própria, podendo ser chamado inclusive de ‘não-bem’, à medida
que o bem se espalha, o mal é forçado a recuar. Comparativamente, podemos pensar no mal
como um litro de água fervente, que é diluído em 20 litros de ‘água do bem’ em forma de gelo. O frio prevalecerá sobre o calor.
Imaginemos um peixe morto, em
estado de putrefação depositado em um tambor de água. A dosagem de mal será suficiente para contaminar a pequena quantidade de água. Mas, sabendo que todos os dias milhares de peixes e
outros animais marinhos morrem nos oceanos por diversas causas, poderíamos perguntar: Por que o mar não apodrece? Porque a força
‘do bem’ é maior que a contaminação
‘do mal’. A enorme massa de águas oceânicas nem
sequer reconhece o efeito
poluidor dos peixes que morrem todos os dias. Além disso, não apenas estamos falando de um imenso volume
de água, mas também de uma enorme concentração de sal. A ‘perversão’ dos peixes mortos não pode fazer frente à ‘bondade’ da salinidade. Muita água, muito sal... como a corrupção poderia subsistir? A
quantidade de veneno que mata um recém-nascido pode ser absolutamente insignificante para uma
pessoa adulta. É o mesmo mal, mas seu poder deletério jamais será o mesmo.
Isso nos lembra o ensino do
SENHOR Jesus: “Quem
crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva”
(João 7.38). Ele também declarou acerca dos seus discípulos: “Vós sois o sal da terra... ” (Mateus 5.13a) Quanto mais água viva e salgada jorrando nesse mundo, menos o mal
prosperará.
Esse é
o segredo! Não
que nossa ‘água e
sal’
serão suficientes para deter
absolutamente o avanço do mal na presente era, mas pode pelo menos retardar sua
proliferação a nossa volta, enquanto aguardamos o tempo em que “...a terra se encherá do conhecimento da glória do Senhor, como as águas cobrem o mar.” (Habacuque 2.14).
É certo que nesse momento nossa
vitória
é delimitada,
mas mesmo assim não pode deixar de ser celebrada. Se não posso aniquilar o mal
no mundo, pois essa tarefa pertence a Outro, posso pelo menos ‘regar e salgar’ minha família, minha Igreja, meu local de trabalho, as ruas por
onde ando e a minha vizinhança. Não é tudo, mas também
não é nada. Além disso, a concentração de mal que me cerca é limitada,
podendo ser perfeitamente combatida com os recursos que Deus coloca ao meu
dispor.
Nesse
mar de maldade, sejamos ilhas de bondade, jorrando água viva e sadia, a ponto de fazer o mal recusar até onde
for possível. O que esse mundo precisa é de
muita água viva e muito sal de justiça. Portanto, “... não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo
ceifaremos, se não desfalecermos.” (Gálatas 6.9)
A
serviço do Mestre,
Pr.
Jenuan Lira
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