sexta-feira, 9 de outubro de 2015

COMO VENCER O MAL
Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.(Romanos 12.21)

                Você teve a sensação estranha de que o bem está sendo vencido pelo mal? Em dados momentos, vendo o proliferação do mal nas suas multiformes apresentações somos tentados a pensar que esse confronto não terá fim, como no caso de uma doença sem cura, com a qual somos forçados a conviver respeitando suas imposições. Foi essa perplexidade que fez o profeta exclamar: Até quando, Senhor, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritar-te-ei: Violência! E não salvarás?(Habacuque 1.2)
                Enquanto refletimos na ontológica luta entre o bem e o mal, um ponto deve ser estabelecido logo de início: não existe fundamentação lógica e espiritual para a filosofia dualista que defende a idéia do embate eterno entre os polos opostos da realidade. No máximo, podemos afirmar que o mal, como uma deturpação do bem, continuará avançando no vácuo da santidade naquela esfera da realidade onde o injusto continuará fazendo injustiça; e imundo continuará sendo imundo(Apocalipse 22.10). Fora disso, o mal estará absolutamente ausente, pois na nova Jerusalém todos serão iluminados pela glória de Deus, que emanará do Cordeiro (Apocalipse 21.23). Ali, nunca jamais penetrará coisa alguma contaminada(Apocalipse 21.23), portanto o mal será para sempre banido dos novos céus e da nova terra.
                Tanto por declarações diretas como por inferências, a Bíblia ensina que o mal perde sua força na presença do bem. Contra a malignidade do ódio, o remédio é o amor; contra a perversão da mentira, a solução é a verdade. A proposta de Paulo em Romanos 12.21 é de vitória contra o mal. Não é apenas uma sugestão ou possibilidade, nem tampouco um paliativo para induzir à resignação. Paulo não fala de suportar, nem de conviver, mas de vencer o mal. É uma proposta maravilhosa e radical, que renova o nosso alento diante de tanta maldade em nosso meio. Visto que o mal é um parasita do bem, carecendo de identidade própria, podendo ser chamado inclusive de ‘não-bem’, à medida que o bem se espalha, o mal é forçado a recuar. Comparativamente, podemos pensar no mal como um litro de água fervente, que é diluído em 20 litros de ‘água do bemem forma de gelo. O frio prevalecerá sobre o calor.
                Imaginemos um peixe morto, em estado de putrefação depositado em um tambor de água. A dosagem de mal será suficiente para contaminar a pequena quantidade de água. Mas, sabendo que todos os dias milhares de peixes e outros animais marinhos morrem nos oceanos por diversas causas, poderíamos perguntar: Por que o mar não apodrece? Porque a força ‘do bem’ é maior que a contaminação ‘do mal. A enorme massa de águas oceânicas nem  sequer  reconhece o efeito poluidor dos peixes que morrem todos os dias. Além disso, não apenas estamos falando de um imenso volume de água, mas também de uma enorme concentração de sal. A ‘perversão’ dos peixes mortos não pode fazer frente à ‘bondadeda salinidade. Muita água, muito sal... como a corrupção poderia subsistir? A quantidade de veneno que mata um recém-nascido pode ser absolutamente insignificante para uma pessoa adulta. É o mesmo mal, mas seu poder deletério jamais será o mesmo.
                Isso nos lembra o ensino do SENHOR Jesus: Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva” (João 7.38). Ele também declarou acerca dos seus discípulos: Vós sois o sal da terra... (Mateus 5.13a) Quanto mais água viva e salgada jorrando nesse mundo, menos o mal prosperará. Esse é o segredo! Não que nossa ‘água e sal’ serão suficientes para deter absolutamente o avanço do mal na presente era, mas pode pelo menos retardar sua proliferação a nossa volta, enquanto aguardamos o tempo em que  ...a terra se encherá do conhecimento da glória do Senhor, como as águas cobrem o mar.(Habacuque 2.14).
                É certo que nesse momento nossa vitória é delimitada, mas mesmo assim não pode deixar de ser celebrada. Se não posso aniquilar o mal no mundo, pois essa tarefa pertence a Outro, posso pelo menos regar e salgarminha família, minha Igreja, meu local de trabalho, as ruas por onde ando e a minha vizinhança. Não é tudo, mas também não é nada. Além disso, a concentração de mal que me cerca é limitada, podendo ser perfeitamente combatida com os recursos que Deus coloca ao meu dispor.
                Nesse mar de maldade, sejamos ilhas de bondade, jorrando água viva e sadia, a ponto de fazer o mal recusar até onde for possível. O que esse mundo precisa é de muita água viva e muito sal de justiça. Portanto, ... não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos.” (Gálatas 6.9)

                A serviço do Mestre,

                Pr. Jenuan Lira

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