EM DEFESA DA PRESIDENTE DILMA
“Antes de tudo, pois, exorto que se
use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de
todos os homens, em favor dos reis e de todos os que se acham investidos
de autoridade, para que vivamos vida tranquila e mansa, com toda piedade e
respeito.” (1 Timóteo 2.1,2)
Acreditem...
Pode não parecer, mas estou bem consciente ao escrever este texto. Mas, sabendo
dos riscos a que me exponho, e antes que os sapatos voem em minha direção, devo
dizer que não votei em Dilma, nem aconselhei ninguém a fazê-lo... pelo
contrário! Aliás, como forma de defesa contra o linchamento, devo dizer que desde muito cedo, quando os companheiros
resolveram se apresentar como salvadores da pátria, não escondi meu desgosto, e
por isso, na ocasião uma vez mais quase recebi sapatadas. Nunca comprei a idéia
de que ‘a esperança venceu o medo.’ Em mim nunca nasceu tal esperança, como
também nunca perdi o medo!
E
então, como defender a Dilma? A razão é simples: mais do que a presidente
Dilma, quero defender a autoridade das Escrituras que nos informa sobre uma
dívida que o povo de Deus tem para com a presidente e para com todos os que se
acham investidos de autoridade e temo que temos sido negligentes para com tal
obrigação. Independente de quem seja, nossa obrigação, como exposto no texto
bíblico acima, é orar intensamente pelos nosso líderes. Embora não seja
simples, precisamos separar o indivíduo, da autoridade com a qual foi investido.
Temos a obrigação de orar por todos os homens, mas especialmente pelos que
ocupam cargos públicos, “... para que
vivamos vida tranquila e mansa, com toda piedade e respeito.” Temos feito
isso? Se não, por que atirar a primeira pedra? A julgar pelas críticas ácidas
que brotam dos lábios de alguns crentes, concluo que sobra acusação e falta
oração. Para nossa tristeza, precisamos admitir que nesse quesito, muitas vezes
imitamos o mundo, apelando para a desqualificação anárquica tanto da pessoa,
quanto do cargo que ela ocupa. Confundimos o continente com o conteúdo e
pegamos nas armas para ‘assassinar Kennedy.’
Olhando um pouco além, devemos lembrar
que Dilma e os companheiros se apropriaram de Brasília sob as ‘bênçãos’ do
povo. Sendo coerentes com a regra do jogo, precisamos admitir que nossa nação
decidiu por elegê-la. Antes da ‘competição’, acordamos que metade mais um
define o pleito. E, uma vez terminada a corrida, o vencedor será o líder de
toda a nação, não apenas dos que votaram a seu favor. Assim tem sido através
dos tempos, e assim foi na eleição de Dilma. Era óbvio que a estratégia de
perpetuação no poder vinha sendo tramada há muito, mas entre os óbvios riscos
futuros e as abundantes ‘bolsas’ presentes, o povo preferiu a última opção. Foi
uma mão lavando a outra, algo do tipo toma-lá-dá-cá. Não fomos coagidos a
escolher, exceto pela nossa histórica propensão a ‘tirar uma casquinha’, mesmo
que os dividendos nos cheguem por caminhos indignos.
Além disso, Dilma deve ser defendida
à medida que é transformada em bode expiatório, a fim de favorecer os que
levantam a bandeira de outro engano: a falsa idéia de que o impeachment
será a solução dos nossos problemas. Não é justo, pois equivale a dizer que a
presidente Dilma sozinha deve ser responsabilizada pelo caos em que nos
achamos. Claro que ela não pode ser isenta absolutamente, pois todos sabemos
das mentiras, informações falsas e conchavos políticos nos quais ela se
envolveu, a fim de permanecer no poder por mais quatro anos. Mas concluir com isso
que a esperança do Brasil está no impeachment é uma doce ilusão. Por
acaso achamos que o seu substituto assumirá o poder livre de acordos e do
endividamento politico?
Já
que resolvi me arriscar, vou dar um passo além. O problema está na forma de governo
que adotamos – precisamos de um governo que tenha poder absoluto, uma
monarquia. Já pensamos nisso? Esse seria o melhor sistema mediante uma única
condição: que o monarca fosse perfeito. Com isso estou dizendo que não existe
saída política para o problema do Brasil, e a desilusão com o governo termina
sendo uma bênção, porque tira os nossos olhos dos homens e nos força a olhar
para o Único que tem a verdadeira solução para o Brasil e o mundo. Ou seja:
sabendo que entre os homens não há saída, temos que reconhecer que a nossa
única esperança é o Deus-Homem, o Descendente Prometido, que em breve esmagará
a cabeça da Serpente. Ele é a nossa Esperança, pois o profeta disse: “Eis
que vêm dias, diz o Senhor, em que
levantarei a Davi um Renovo justo; e, rei que é, reinará, e agirá sabiamente, e
executará o juízo e a justiça na terra.” (Jeremias 23.5). Ele é a salvação do Brasil e do mundo.
Pensar
que Dilma é uma tragédia porque não soube governar é uma terrível falácia. A
tragédia vai nos acometer a despeito de quem esteja governando. Espero que a
presidente seja responsabilizada por seus atos errados, mas seja defendida das
falsas acusações e falsas expectativas.
Espero ter me feito entender... senão,
que venham os sapatos!
A serviço do Mestre,
Pr.
Jenuan Lira.
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