terça-feira, 12 de janeiro de 2016

O TRIUNFO DA FÉ

Porém, se vos parece mal servir ao Senhor, escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao Senhor.” (Josué 24.15)

            Em 2009 uma controvertida da conhecidíssima revista Newsweek prenunciava a morte da fé nos Estados Unidos em futuro próximo. Para os que são promotores da incredulidade, especialmente o chamado novo ateísmo, representado por figuras como Richard Dawkins, autor de Deus Um Delírio, aproveitou para cantar vantagem. Porém, para a surpresa de todos e contra a anunciada tendência, o recente livro do sociólogo da religião, Rodney Stark, O Triunfo da Fé, caiu como uma bomba no arraial da descrença.

            O Triunfo da Fé é uma obra ousada, respaldada em pesquisa confiável. O autor, com indisputável propriedade, mostra que as previsões negras acerca da morte da fé no Ocidente foram grandemente exageradas. Rodney Stark explica porque a maioria dos institutos de pesquisa americanos tem figuras erráticas nas suas quantificações estatísticas. Em apoio a tal afirmação, Stark lança mão de dados mais confiáveis da Pesquisa Mundial Gallup, com mais de 1 milhão de entrevistados de 163 países, incluindo, evidentemente, nações mais desenvolvidas, tradicionalmente tidas como líderes e exportadoras do processo de secularização recente.

            Para ser honestos, antes de mais nada é preciso entender que o autor citado não é cristão, não está falando da fé bíblica, e, talvez, nem esteja satisfeito com seus achados. Sua análise diz respeito à fé de maneira genérica, em oposição ao naturalismo ou materialismo puro. Pensando na Europa, por exemplo, é fato que há muito o velho continente perdeu o interesse na fé cristã. Porém, enquanto as igrejas estão vazias, o coração das pessoas está repleto de fé mística. Como disse, não é fé bíblica, mas é fé. Curiosamente, o continente outrora louvado por ser símbolo da morte da fé, está cheio do sobrenatural. Na Áustria, 28 % acredita em adivinhação; 32 % crê em astrologia; 33 % acredita em na teoria do carma. Mais de 20 % dos suíços acreditam em reencarnação, enquanto mais da metades dos britânicos crêem em huldufolks, seres místicos descritos como elfos, gnomos ou duendes.

            Gosto de dizer que, como na natureza, no mundo espiritual também não existe vácuo. Quando os homens deixam de adorar o Deus verdadeiro, imediatamente criam deuses falsos, entres os quais estão eles próprios. (Romanos 1.18-32). Calvino dizia que o coração dos homens é um como um caldeirão fervilhando onde borbulham dezenas de ídolos. O que aconteceu ao pé do monte Sinai, quando Moisés se demorou enquanto Deus lhe entregava o Decálogo é sintomático. Tendo concluído que Deus não mais iria guiá-los por meio de Moisés, imediatamente o povo propõe a Arão: “Faze-nos deuses que vão adiante de nós.” (Números 32.1). Bezerro fabricado, inicia-se a adoração idolátrica. O povo tem necessidade de adorar, e quando deixa de adorar o Criador, passa a adorar a criatura. A idolatria como o pecado em si ‘jaz à porta’ do coração de cada pessoa.
O ponto é: o homem jamais está vazio de fé. Tal possibilidade seria negar a sua essência. Pela contingência do seu próprio ser, o homem precisa um referencial sobrenatural, um soberano a quem presta tributo e para onde se dirigem suas afeições mais profundas. Salomão diz que Deus colocou a eternidade no coração do homem (Eclesiastes 3.11), e essa chama eterna tremula no altar da adoração.  A questão não é se o homem vai adorar, mas a quem será dedicada sua devoção. A sorte está lançada. Portanto... “escolhei, hoje, a quem sirvais!

Porém, eu e a minha casa serviremos ao Senhor. Vamos juntos?

A serviço do Mestre,


Pr. Jenuan Lira

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