sexta-feira, 20 de janeiro de 2017



QUE É A VOSSA VIDA?
Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois, apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa.” (Tiago 4.14)


O acidente aéreo que vitimou o ministro Teori Zavascki chocou o Brasil. Teori, 67 anos, 46 de carreira, ministro da STF, estava vivendo dias intensos, envolvido em tarefas de extrema importância, as quais, sem dúvida, se destacariam como os maiores desafios na sua longa carreira jurídica. Se o poder sobre a morte estivesse nas mãos dos homens, certamente o ministro tão cedo não entraria na lista. Especialmente nos próximos dias, quando suas ações teriam impacto significativo nos desdobramentos da famosa Operação Lava Jato. Todos os atos do ministro seriam seguidos de perto, pois a nação nutria grandes expectativas nas suas decisões. Infelizmente, tudo isso agora é história. Um acidente cheio de interrogações encerrou para sempre a carreira de Teori Zavascki.

Uma vez mais se confirmam as sábias palavras de Salomão: “Não há nenhum homem que tenha domínio sobre o vento para o reter; nem tampouco tem ele poder sobre o dia da morte; nem há tréguas nesta peleja...” (Eclesiastes 8.8) No dia determinado por Deus, nossa breve viagem nesse mundo findará. Independente da nossa vontade e dos planos para o dia de amanhã, ao comando do SENHOR cruzaremos os portais eternos.

Tais tragédias deveriam nos mover à humildes reflexões. Nenhum de nós, por mais seguros que nos sintamos, estamos imunes à convocação do Pai Eterno. E, quando chegar esse momento,  nenhuma diferença fará se fomos ricos ou pobres, sábios ou ignorantes, famosos ou anônimos. Na audiência perante o Juiz de toda terra, fato que segue imediatamente a morte (Hb. 9:27), os itens do nosso currículo serão insignificantes. No tribunal divino só haverá duas classes de pessoas: salvas ou perdidas. Nesse momento, o mais pobres dos homens pode se tornar a mais rica criatura, se alcançar a graça de ser declarada absolvida da eterna culpa dos seus pecados, na base do pagamento feito pelo Filho de Deus, na cruz do Calvário.

Uma das marcas do pecado que habita em nós é o orgulho. Não somos nada, mas não aceitamos o fato. Somos realmente uma folha seca se apresentando como um cedro do Líbano! Fazemos nossos planos e determinamos nossas ações sem considerar que a eternidade pode estar nos aguardando na próxima esquina. Por causa desse orgulho entranhado na alma, poucas vezes paramos para agradecer a Deus, quando nossos planos são bem sucedidos. Também, poucas vezes nos aquietamos quando o dedo de Deus frustra os nossos desígnios.

Tiago 4:13-17 nos adverte acerca das nossas ‘arrogantes pretensões.’ Traçamos um curso de ação, definimos os alvos e os resultados e partimos apostando que vai dar tudo certo. Tiago nos repreende por tal soberba, que nos impede de dizer: “Se o SENHOR quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo.” Parece algo simples, mas não é. Quando tomamos a precaução de incluir a vontade de Deus como condição para nossas realizações, estamos assumindo nossa fragilidade e declarando nossa disposição de aceitar a vontade de Deus, seja ela qual for.

A triste notícia da morte do ministro tem muito a nos ensinar. A Bíblia diz que aprendemos mais pela morte do que pela vida. Uma vez mais, Salomão nos ensina: “Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete, pois naquela se vê o fim de todos os homens; e os vivos que o tomem em consideração.” (Eclesiastes 7.2). Infelizmente a sociedade está tão anestesiada para as realidades espirituais, que até mesmo as inesquecíveis lições da morte se perdem em meio ao emocionalismo e comoção superficial promovidos pela mídia.

Tudo indica que 2017 será um ano difícil. Do Brasil e dos quatro cantos do mundo nos tem chegado notícias chocantes. Nesses poucos dias do novo ano já estamos com a cota cheia de notícias sobre atentados, guerras, conspirações, desastres naturais e acidentes. Que tomemos tudo isso em consideração, reconhecendo nossa pequenez e dependência do SENHOR. Ao mesmo tempo, descansemos na certeza de que nossa vida está nas mãos do Bom Pastor, que estará conosco sempre, ainda que seja no vale da sombra da morte.

A serviço do Mestre,

Pr. Jenuan Lira


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