terça-feira, 24 de março de 2015

OS PERIGOS DA BABILÔNIA


                Mais um marco na história depravada do nosso país foi fincado com a cena do beijo homossexual protagonizada  pelas anciãs Fernanda Montenegro e Nathália Timberg. A ousadia do mal não reconhece barreiras éticas nem morais e avança sem o menor pudor.

                Ao ouvir os rumores do ocorrido, fui tomado por duas sensações diferentes: repúdio e espanto. O repúdio deve-se à feiura e inadequação da cena, especialmente por ter sido representada por duas senhoras com mais de oitenta anos. Quando anciãos se tornam modelo de anarquia, podemos dizer que já se desfez a fibra moral de uma sociedade. Mas o espanto deve-se à reação da comunidade evangélica, que às vezes age intempestivamente sem levar em conta a malignidade do pecado.

                Quando me refiro ao espanto com a reação evangélica, estou querendo dizer que a multiplicação mal nos últimos dias não deveria nos assustar tanto.  O que se pode esperar de um mundo que “jaz no maligno?”.  Nisso me uno a Jó que pergunta: “Quem da imundícia poderá tirar coisa pura? Ninguém!” (Jó 14.4).  A cena moralmente agressiva é apenas a ponta do iceberg. Coisas piores estão por vir. Por isso, não entendo bem a reação de alguns com suas notas de repúdio e campanhas de boicote à rede globo. Deixar de consumir o material corrompido da rede globo e de outras emissoras deveria ser parte da rotina normal de todos os lares cristãos. Campanha de abstinência só faz sentido se ainda desperdiçamos nosso precioso e escasso tempo com as futilidades da televisão.

                Existe uma armadilha do inimigo que às vezes nos pega: a tentação de viver em combate constante contra as ‘novidades do mal.’ Já fui vítima dessa isca e por isso hoje sou mais cauteloso. Quando aparecia uma novidade maligna eu corria no meu zelo mal orientado comprando materiais de combate e gastando muito tempo em desarticular a armadilha diabólica. Isso terminava consumindo minhas energias e me deixava desgastado para me aprofundar na verdade. Conheço um caso triste de um palestrante que resolveu se tornar autoridade no combate ao homossexualismo, mas infelizmente terminou caindo nessa armadilha, chegando a abandonar a família e a fé. Devemos estar atentos aos riscos do mal, mas somente até certo ponto, pois o conhecimento profundo do mal pode nos contaminar. Além disso, espalhar demais a podridão do mal pode ter o efeito de contaminar aqueles que ainda não tinham sido despertados. Juntar os evangélicos e sair em passeata contra o homossexualismo pode ser a melhor forma de dar visibilidade à causa gay e entrar num embate inútil.

                Então, deixamos o pecado de lado e nos tornamos presa fácil das suas artimanhas? Absolutamente, não! A capacidade de discernimento para detectar o mal deve ser aguçada em cada cristão. Mas devemos usar outra estratégia. Pessoas que trabalham na investigação de dinheiro falso não vivem estudando cada cédula falsificada que aparece no mercado.   Estudam com afinco as características das cédulas verdadeiras: textura, cor, marcas ocultas, formas e desenhos, etc. Quem conhece o certo, logo identificará o errado.

                Creio que já fui claro o bastante, mas prefiro enfatizar para evitar equívocos: Conheçamos e prossigamos em conhecer a Cristo! Para enfrentar as trevas, Ele é a Luz; para enfrentar a mentira Ele é a Verdade; para enfrentar a morte, Ele é a Ressurreição e a Vida. Nele estão ocultos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento (Colossenses 2.3). Conhecendo a pureza e santidade de Cristo podemos assumir a postura do salmista que afirmava  “não porei coisas injustas diante dos meus olhos” (Salmo 101.3). Se esse for o nosso estilo de vida, estaremos livres da Babilônia e de todos os demais materiais contaminados que chegam a nós até mesmo por meio de jornais e informativos em geral. Não precisamos de campanha contra a Babilônia, precisamos de coerência com aquilo que cremos.

O bem é o melhor antídoto para conter o mal (Romanos 14.21). Onde a Verdade se instala a mentira não impera. Lutar contra a Babilônia em si não é a melhor estratégia, pois os homens são peritos ‘inventores de males’ (Romanos 1.30). Quando a Babilônia sair de cena, outro ‘império do mal’ vai se levantar, exatamente como foi representado na estátua que apareceu no sonho de Nabucodonor, antigo imperador babilônico em Daniel capítulo 2. Nas diferentes partes da estatua composta de vários materiais se representavam os impérios que sucederiam ao babilônico, incluindo o último, que é o império do Anticristo. Mas a parte mais interessante do sonho não foi a grandeza da estátua, mas a pequena Pedra que, cortada sem auxílio de mãos,  feriu a estátua, a partir dos pés, esmiuçando cada reino anterior, os quais se tornaram como “palhas das eiras no estio... e o vento os levou, e deles não se viram mais vestígios.” Quanto à Pedra, “tornou-se me grande montanha, que encheu toda terra”.  “... E a Pedra era Cristo” (1 Coríntios 10.4).

Irmãos, corramos para a Rocha, Ele tomará conta da Babilônia.

A serviço do Mestre,

               Pr. Jenuan Lira

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