A
NECESSIDADE DE UM PAI FIEL
“Socorro, Senhor! Porque já não há homens
piedosos; desaparecem os fiéis
entre os filhos dos homens.” (Salmo 12.1)
O
grito de socorro que sai dos lábios
de Davi não pode ser ignorado. Para chegar ao ponto de expressar tal desespero,
podemos estar certos de que Davi estava diante de algo muito sério, pois ele
não era o tipo de homem de assustar-se com pouca coisa. Por isso, esse ‘Socorro, SENHOR!’ articulado nos lábios do
grande rei de Israel nos força a perguntar: qual a causa de tamanha aflição?
Por que Davi, o forte e destemido guerreiro, se acha tão perplexo e desesperado?
A resposta é clara no próprio verso: “... já não há homens piedosos; desaparecem os fiéis entre os filhos dos homens.”
À
primeira vista, o grito de Davi pode soar como um aviso alarmista, tipo tempestade
em copo d’água. Assim, desavisadamente alguém poderia questionar: Por que tanto
alarme com o ‘simples’ fato do desaparecimento de homens fiéis? Não estaria
Davi, movido por sua sensibilidade poética, exagerando o problema? Na realidade,
de acordo com o Salmo 12, o alerta do salmista não somente não é exagerado, mas
é absolutamente necessário, pois quando desaparecem os homens fiéis, uma
sociedade está a ponto de desmoronar.
Como a natureza, a sociedade também odeia o
vácuo, por isso, a ausência dos homens fiéis cria o ambiente propício à
proliferação desenfreada da falsidade, bajulação, arrogância, autossuficiência,
opressão e desprezo pelo Criador. Tal conclusão é claramente estabelecida
quando se nota que a palavra fiéis carrega a ideia básica de
segurança, firmeza, força e estabilidade. Os homens fiéis, portanto, são o
sustentáculo da sociedade.
Na
essência da masculinidade sadia está a força moral e espiritual para manter o
equilíbrio de uma família e, consequentemente, de uma nação. Um homem ‘fiel’ à
sua essência, conforme planejada por Deus, será modelo de coragem, decisão, honra
e integridade. Como também afirma Davi no Salmo 15, o homem que vive segundo o
plano do Criador, desprezará o mal e se apegará ao bem, manterá sua palavra e
seus compromissos, sendo capaz até de ‘jurar
com dano próprio e não se retratar’ (Salmo 15.4).
Comparando
o perfil do homem fiel nas Escrituras e o perfil dos homens modernos, somos
induzidos a repetir o grito de desespero de Davi, exclamando: ‘Socorro, SENHOR! Desapareceram os fiéis.’
Infelizmente a mentalidade corrompida e invertida que se infiltrou na sociedade
tem destruído a masculinidade ideal, fazendo com que homens autênticos se
tornem produto raro. Confusos, os homens modernos vivem uma verdadeira crise de
identidade, e as marcas distintivas de um ‘homem que é homem’ vão se tornando
cada dia mais imperceptíveis. Visivelmente vivemos uma crise de varonilidade,
pela qual os homens não agem como homens, sendo imaturos, confusos, medrosos,
covardes, melindrosos e inseguros. Não se distinguem pela honradez, pela
verdade e pela integridade. Quase não se encontra um homem de ‘sim, sim; e não, não.’
O
problema da falta de homens fiéis na sociedade é um fato consumado e
preocupante, mas ainda mais preocupante é quando esse mal atinge os que se
chamam servos de Cristo. Por falta de
coragem de assumir o que deveriam ser, de acordo com o ‘sim’ que deram a
Cristo, muitos ‘homens cristãos’ simplesmente não se portam de maneira fiel.
Falta-lhes disposição de lutar pela verdade, sendo incapazes de viver ou morrer
por ela. Temerosos diante da pressão do mundo, preferem se acomodar ao seu ambiente,
descendo vergonhosamente na correnteza do mundo, quando Cristo lhes chamou para
‘nadar contra a correnteza.’
Quando
os homens se tornam pais, cedo começam a pensar no legado que deixarão para
seus filhos. Mas nenhum legado pode ser maior do que o modelo de honra e fidelidade,
que um pai deixa para seus filhos. Portanto, à medida que os fiéis desaparecem,
nós que fizemos o compromisso de seguir a Cristo, assumindo a cruz, devemos nos
esforçar para ser diferentes. Não interessa o preço, nem o tamanho do desafio.
Deus nos chamou para agir como homens fiéis e assim devemos ser. Nosso hino
nacional diz: “Mas se ergues da justiça a
clava forte / Verás que um filho teu não foge à luta...” Infelizmente a
triste realidade é que muitos ‘filhos da Mãe gentil’ têm fugido à luta, mas os
filhos do Pai Eterno jamais deveriam, afinal, “...Deus não nos tem dado espírito de covardia, mas de
poder, de amor e de moderação.” (2 Timóteo 1.7).
Sejamos, pois, homens fiéis!!
A serviço do Mestre,
Pr. Jenuan Lira
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