A CONFUSÃO DO
ADULTÉRIO E A MORTE DA MONOGAMIA
“Não
adulterarás.” (Êxodo 20.14)
Ashley Madison é o nome de um
‘moderno’ negócio na internet para quem procura um ‘namoro ou aspira ser um
adúltero’. Seu lema é ‘A vida é curta, tenha um caso.’ O site, já famoso
e rentável por seus 37 milhões de inscritos, ganhou as manchetes dos principais
periódicos do mundo devido ao recente ataque de hackers, os quais espalharam
aos sete ventos a ‘identidade secreta’ dos que tinham criado um perfil pessoal
na página.
Noel Biderman, o empresário que
toca o negócio, sempre se mostrou orgulhoso da ideia baseado no fato de que,
para ele, ‘a monogamia é uma experiência que falhou’. Mas Biderman não
está sozinho nessa conclusão. A opinião prevalecente em nossa cultura força a
sociedade a achar que monogamia é algo ultrapassado, fora da realidade,
repressivo e machista. Para antropólogos evolucionistas, adultério nada mais é
que um fenômeno esperado, parte dos instintos predadores do homo sapiens.
Afinal, o instinto animal de sobrevivência não reconhece normas morais, apenas
os impulsos cegos que promovem a ‘evolução das espécies’, diria Darwin. Quanto
à ética e moralidade por trás da monogamia, Freud nos ajuda a entender que tal
expediente é apenas uma manifestação repressora externa, que não possui base
sobrenatural, sendo, ao contrário, a causa de muitas patologias psíquicas.
Em oposição a toda essa
filosofia humanista, a Palavra de Deus se levanta. Tanto por preceito direto
como por inferência, a Bíblia ensina o casamento como uma instituição sagrada,
planejada e executada inicialmente pelo próprio Deus, que deve ser mantida
pelos padrões da monogamia, heterossexualidade e indissolubilidade. Além disso,
sua consumação e firmeza são frutos de uma aliança feita perante Deus, sendo
regulamentada pelas autoridades e testemunhada pela sociedade.
As prescrições divinas relativas
à fidelidade na união conjugal são claras demais para serem ignoradas. O
profeta Malaquias, por exemplo, afirma o interesse de Deus na fidelidade à
aliança matrimonial quando diz: “E perguntais: Por quê? Porque o Senhor foi testemunha da aliança entre
ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua
companheira e a mulher da tua aliança.” (Malaquias 2.14). No entanto, a
mais óbvia, clara e sucinta afirmação do dever da fidelidade no casamento se
encontra no Decálogo. As palavras do sétimo mandamento são simples: “Não
adulterarás.” (Êxodo 20.14). A brevidade do mandamento nos informa que
nestas duas palavras a mensagem foi dada. Não precisa elaboração nem análise.
Não é necessário grande esforço interpretativo... ‘Não adulterarás’,
obedeça!
Sem Deus, quem estabelece o
padrão para o homem? O próprio homem. Eis o problema! Como o homem rebelde
contra Deus pode definir padrões sadios? Suas medidas sempre serão imperfeitas
e a destruição inescapável. A crise no casamento e a banalização do divórcio
demonstram isso claramente. Estudiosos dizem que a banalização do divórcio é
uma realidade sem remédio. Uma vez que o homem se desligou do seu Criador e não
espera dar conta dos seus atos perante o Juiz de toda terra, a condição sagrada
do matrimônio se perde. Desse modo, já não me importo com o bem do outro, mas
busco apenas o meu próprio interesse e satisfação. Nem me preocupa a dor do
outro... o importante é ‘ser feliz.’ E se for às custas da aliança matrimonial,
paciência. Por essa lógica, o casamento perdura enquanto me trouxer benefício,
e não demandar nenhum sacrifício.
Infelizmente a revelação dos adúlteros de Ashley Madison
suscitou grande distúrbio e agitou a mídia internacional. Parece que todo mundo
concorda que a revelação do adultério não deveria acontecer, mas, curiosamente,
ninguém está protestando contra o adultério em si, mas pelo desconforto
causado. Os que foram expostos reclamam pelo embaraço, não pela vergonha.
Então...? Adultério é indiferente, mas ninguém quer ser exposto? É bom, mas
causa embaraço? É sinal de liberdade e autonomia, mas precisa ser mantido em
secreto? Parece que estão tentando conciliar o irreconciliável. Os fatos do
adultério revelam que o problema é maior do que parece. Diante de nós se
configura não somente o que é confuso, mas a encarnação da própria confusão em
que vivemos. De tudo, a conclusão mais óbvia é a seguinte: a monogamia não está
morrendo, o homem, sim.
A serviço do Mestre,
Pr. Jenuan Lira
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