EIS O VOSSO REI... VOCÊ O CONHECE??
“Não temas, filha de Sião, eis que o teu Rei aí vem, montado em um filho de jumenta.” (João 12.15)
O Domingo de Ramos, data do calendário litúrgico cristão, comemora o evento da Entrada Triunfal de Cristo. A designação desse dia faz referência à maneira como o povo recepcionou o SENHOR Jesus, cortando ramos de árvores e pavimentando Seu caminho até a entrada no templo.
A cena é pitoresca, estranha e enigmática. Que rei entraria triunfalmente montado em um filho de animal de carga? Aos olhos naturais, isso não faz o menor sentido! Normalmente não é assim que os reis do mundo se apresentam em suas 'entradas triunfais.' As aparições históricas de reis e governantes, geralmente se destacam pelos belos cavalos em que os poderosos aparecem montados. No famoso quadro do grito de independência do Brasil, às margens do Ipiranga, o cavalo é mais imponente que o imperador. E assim era o padrão antigo. Por isso a cena em Jerusalém soa tão dissonante. Esse Rei não veste roupas finas, nem assiste em palácios. Não possui uma corte, nem tem um belo cavalo para destacar Sua realeza. Ele anda a pé, exceto quando pede emprestado um jumentinho, a fim de cumprir a vontade do Pai.
Jesus é realmente um Rei diferente. Sendo o SENHOR dos céus e da terra, fez-se servo de todos. Sendo o Criador e Sustentador de tudo que há, viveu dependendo das Suas criaturas. Sua humildade é tal que, quando ordenou que fossem buscar o jumentinho, deu a seguinte ordem aos discípulos: “Se alguém vos perguntar: Por que o soltais? Respondereis assim: Porque o Senhor precisa dele.” (Lucas 19.31) É difícil imaginar... O Criador do universo precisar de um jumentinho?
Toda a estranheza que cerca a Entrada Triunfal se explica pela realidade espiritual que se esconde por trás da superfície. Nesse momento, as Escrituras estão se cumprindo e o plano redentor elaborado por Deus está às portas de atingir mais um estágio decisivo. Deus estava confirmando a Sua Palavra e revelando Sua misericórdia.
Um Rei montado em um jumentinho não era o que os judeus esperavam, mas era o que Deus queria. Assim, quando a multidão clamou, “Bendito é o Rei que vem em nome do Senhor”, de certa forma, estava agindo contra sua própria vontade. Mas não tinha escolha, pois “a Escritura não pode falhar.”
No final daquele semana, a cena muda drasticamente e a mesma multidão que o aclamou Rei Bendito, agora clama a plenos pulmões: “Crucifica-o! Crucifica-o!”. Eles não queriam se identificar com o Rei do jumentinho. A glória divina não lhes interessava se não fosse embelezada pela 'glória' humana.
O mundo não mudou. O coração humano deseja uma 'entrada triunfal', mas não suporta o 'jumentinho.' A humildade do SENHOR, que é a base da Sua grandeza, é rejeitada pelo homem natural.
Como ainda vivemos nesse mundo distorcido e lutamos, nós mesmos, com as nossas próprias distorções, devemos cuidar, pois no 'domingo de ramos', em meio à multidão eufórica, poderemos aclamar Jesus como Rei Bendito, mas no final da mesma semana, em meio às pressões e perigos, talvez estejamos ao lado de Pedro declarando com veemência: “Nunca o conheci!”
A serviço do Mestre,
Pr. Jenuan Lira
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