O PERIGO DA FRIEZA ESPIRITUAL
“Vi ainda outra besta emergir da terra; possuía
dois chifres, parecendo cordeiro, mas falava como dragão.”
(Apocalipse 13.11)
A batalha de um pastor americano no
estado de Michigan tem chamado a atenção da mídia, pois ele decidiu ‘entrar
numa fria’, literalmente. Ele é um ministro da Igreja Metodista Unida, e resolveu dormir 175 dias em uma
barraca ao ar livre, como forma de protesto porque sua igreja se recusa aceitar
o casamento e a ordenação de membros da comunidade LGBT. A empreitada não é
fácil, principalmente se considerarmos que em Michigan o inverno rigorosíssimo derruba
as temperaturas a muitos graus abaixo de zero.
O
dilema do pastor Michael Tupper começou há seis anos, quando sua filha Sarah
lhe confessou que era lésbica. Mas a situação se tornou crítica ano passado, porque
Sarah lhe pediu para realizar seu casamento com outra mulher, que ela
encontrara enquanto cursava uma conhecida faculdade cristã em Chicago. Como diz
o próprio pastor, ele “não podia dizer
não para sua filha.” Por isso, a
Igreja tomou a posição afastá-lo do ministério. Resoluto em defender a nova
modalidade de casamento, pastor Tupper decidiu dormir no frio, como uma forma
de representar o que a Igreja está fazendo com membros da comunidade LGBT.
Levantando a bandeira da inclusão,
tolerância e amor ao próximo, o pastor parece um cordeiro, mas ‘fala como o dragão.’ Deliberadamente,
resolveu esquecer as palavras do próprio SENHOR Jesus que perguntou aos
fariseus: “Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher e que disse: Por esta
causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher,
tornando-se os dois uma só carne?” (Mt 19.4–5). Muito
provavelmente o pastor Tupper vai afirmar que já leu essa passagem, o difícil
vai ser convencer que a entendeu. Outra possibilidade pode ser que tenha
entendido, mas seguramente não aceita que tais palavras têm autoridade divina.
É difícil dizer o que é pior.
O pastor de Michigan e todos os que
torcem as Escrituras, a fim de desfazer Sua autoridade e direito de determinar
nossa doutrina e prática, vivem uma terrível crise de falta de discernimento.
Na sua cegueira mental e espiritual, procuram defender a inclusão usando a
exclusão, e brigam pela tolerância sendo intolerantes. Mesmo que não tomássemos
a Bíblia como nosso padrão ético e moral, o que seria perigosíssimo, apenas uma
pitada de raciocínio sadio seria suficiente para desmontar a argumentação do
movimento LGBT. Se a briga é para que se tenha tolerância com os que pensam
diferente, por que o movimento pró-homossexualismo não aceita os que pensam
diferente? A questão, na verdade, não é falta
de tolerância. O movimento LGBT não quer ser tolerado, seu alvo é que a sua doutrina seja abraçada como norma da
sociedade, e que os demais não sejam tolerados.
Se os líderes gays desejam liberdade de expressão para defender suas
idéias, por que os pregadores da Palavra não podem usufruir dessa mesma
liberdade e ensinar o que a Bíblia diz sobre o assunto?
A verdadeira Igreja de Cristo
precisa clamar ao SENHOR por discernimento espiritual, pois essa é a nossa
verdadeira crise. Perdemos a nossa fé nas Escrituras Sagradas, e agora não
sabemos mais o que é certo ou errado. Tateamos num mar de trevas, usando palavras
certas, revestidas de significado
errado. Sem um acurado senso crítico para conferir ‘coisas espirituais
com espirituais’ (1 Coríntios 2.13), ficaremos confusos com palavras e até
textos bíblicos usados erradamente para afirmar o contrário do que dizem.
A solicitude do pastor em favor da
filha ‘rejeitada’ pela Igreja certamente toca os corações. Provavelmente, em
breve ele será aclamado com um pai amoroso, um homem que não deixa o
preconceito destruir a unidade familiar. Da perspectiva bíblica, tal pastor
jamais poderia ser exemplo de um pai amoroso, pois quem ama exorta e corrige os
filhos. No conceito bíblico, Pr. Michael lembra o velho sacerdote Eli, que
resolveu honrar mais os filhos do que a Deus. Perdeu os parâmetros da verdade e
não tinha mais o menor discernimento. Infelizmente, não só o pastor, mas a
grande massa evangélica dos nossos dias é tão desprovida de discernimento
quanto o povo de Nínive, que não sabia “discernir entre
a mão direita e a mão esquerda.”
(Jonas 4.11).
O
final dessa história ‘fria’ ainda não sabemos. É bem possível que o ´protesto
gelado´ do pastor em favor do movimento LGBT surta o efeito que esperado, e ele
logo retorne ao calor da sua cama. Mas uma coisa é certa: se sua causa fosse em
favor do discernimento espiritual e o retorno das igrejas evangélicas aos
padrões bíblicos, suas chances seriam poucas. No máximo ele ganharia menção no
Guiness Book como o primeiro pastor-picolé da história da Igreja. Maior frieza
espiritual é impossível.
A serviço do Mestre,
Pr. Jenuan Lira
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