PORQUE
ELE ESTÁ VIVO
“Estando
elas possuídas de temor, baixando os olhos para o chão, eles lhes falaram: Por
que buscais entre os mortos ao que vive? Ele não está
aqui, mas ressuscitou...”
(Lucas
24.5-6)
A ressurreição de Cristo é o eixo,
em torno do qual gira toda a história. O mundo não seria o mesmo sem a
ressurreição do nosso SENHOR.
A
ressurreição de Cristo o torna incomparável. Esse fato dá um sentido especial a
Suas Palavras e obras, de um modo que jamais seria possível, se ao terceiro dia
o Seu túmulo não estivesse vazio. O apóstolo Paulo não está exagerando quando
diz que a ressurreição é a base da fé cristã, pois “se Cristo não
ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã, a vossa fé;” (1 Coríntios 15.14).
Nos
três anos de convivência com Cristo, os apóstolos presenciaram sinais e maravilhas
impressionantes. Viram a autoridade de Jesus sobre a criação visível e
invisível. Às ordens de Cristo, tudo se transformava: na doença brotava a cura,
no mal surgia o bem, na tormenta nascia a paz, na morte se fazia a vida. Mas,
apesar de serem coisas incríveis, não causaram tanto impacto na vida dos
apóstolos como a ressurreição.
O
escândalo da cruz era intransponível por si só. As horas que se seguiram ao
Gólgota foram cheias da mais profunda tristeza e desesperança. O Raio de luz se
apagara, pois como disseram os dois no caminho de Emaús, “Nós esperávamos que fosse ele quem havia de redimir a Israel” (Lucas
24.21). Esses perderam a esperança. É estranho que, depois de tudo que Jesus
fizera à vista deles, seus olhos ainda estivessem impedidos de O reconhecerem
(Lucas 24.16). Isso somente revela quão duro é o golpe da morte sobre a alma dos
vivos. Jesus fizera grandes sinais, os quais ninguém jamais havia feito; Ele
falou de maneira única acerca de Deus, a quem chamava Pai; Ele explicou as
Escrituras claramente, mostrando como tudo que estava escrito se cumpria nEle.
Mas... as trevas da cruz enterram todas as memórias. De que adiantam todas as
maravilhas, se Ele está morto?
Por
isso, quando as mulheres anunciaram aos onze a mensagem do anjo, que lhes
explicou por que o túmulo estava vazio, “Tais palavras
lhes pareciam um como delírio, e não acreditaram nelas” (Lucas 24.11). Era bom demais para
ser verdade! Por isso, Pedro e João foram ao sepulcro e atestaram o fato. Não
estavam alucinados. As evidências eram inquestionáveis, pois somente naquele
primeiro domingo Jesus vai aparecer cinco vezes. Os apóstolos não tinham
palavras para descrever o que estava acontecendo. Jesus tinha vencido a morte
na história de outros, mas o que seria isso, se Ele mesmo fosse derrotado por
ela? A ressurreição de Cristo causou uma
revolução na mente, no coração e na alma dos apóstolos e dos primeiros
seguidores de Cristo.
Pensemos
no caso de Maria Madalena. Como descrever a alegria dessa mulher? Ela tinha
sido liberta por Jesus da escravidão de sete demônios. Passou a segui-lo até ao
ponto de testemunhar a agonia da cruz e a tristeza de ver o corpo de Cristo
depositado num sepulcro, cuja entrada fora lacrada com uma enorme pedra. Seu
coração gemia e sua mente se despedaçava num dilema cruel. Esperando sem saber
o quê, e andando sem saber para onde, Maria queria ao menos ter acesso ao corpo
do Homem que lhe fizera o maior bem. Não nutria esperança de vê-lo vivo, apenas
queria ungi-lo morto, como prova da sua gratidão. Ela sabia bem o que esse Homem
lhe havia feito. Mas, ao chegar no local do sepulcro, ela tem a incrível
surpresa de ouvi-lo chamar pelo seu nome. O corpo não fora levado, nem o homem
que falava era o jardineiro. Maria estava aos pés do seu SENHOR ressuscitado.
Ela deveria ter o coração muito forte, do contrário não teria resistido à
emoção.
Por
causa da certeza de que Jesus estava vivo, a história dos apóstolos passou por
uma profunda transformação. Eles começam a refazer o caminho, pois as
Escrituras passam a lhes fazer sentido. O que os sinais não fizeram a
ressurreição faz. Os textos ‘obscuros’ do Antigo Testamento começam a fazer
sentido, pois até aquele momento “ainda não tinham compreendido a
Escritura, que era necessário ressuscitar ele dentre os mortos” (João 20.9). Depois da
ressurreição, as Escrituras passaram a ser a bússola das suas vidas. Com isso,
ganharam certeza, poder e ousadia. Nenhuma força humana ou espiritual
sobre-humana era capaz de detê-los. Desse ponto em diante, eles têm apenas um
objetivo: “ir por todo mundo e anunciar o evangelho a toda criatura”. Essa
disposição era perigosa e poderia lhes custar a vida. E daí? Que peso tem a
morte para quem tem certeza de que vai ao encontro de Cristo? Se não fosse pela
missão de fazer Cristo conhecido entre as nações, todos eles teriam preferido “partir e estar com Cristo, que é
incomparavelmente melhor” (Filipenses 1.23). Imagino que, ao final dos
quarenta dias, quando Jesus está se despedindo dos Seus amigos, lá no fundo
eles tinham o mesmo desejo do ex-endemoninhado geraseno, que pedia ao SENHOR
que o deixasse estar com Ele (Marcos 5.18). Jesus não o levou consigo porque o
homem tinha uma missão a cumprir: “Vai para tua casa, para os teus.
Anuncia-lhes tudo o que o Senhor te fez e como teve compaixão de ti” (Marcos 5.19). A partir desse
ponto, a vida dos apóstolos passa a ter o seu referencial na Pessoa e obra do
SENHOR. Por isso, saem pelo mundo, lutando contra homens e contra anjos,
anunciando as boas novas. O máximo que poderia lhes acontecer era os homens
matarem o seu corpo. Para resolver esse risco, eles lembravam das palavras de
Cristo: “Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma;
temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o
corpo” (Mateus
10.28). O que esses homens fizeram durante o império Romano não tem explicação,
senão pela força da ressurreição de Cristo. Eles literalmente “transtornaram o mundo” com o Evangelho
(Atos 17.6). Depois da ressurreição, era impossível parar os apóstolos. É
impossível deter uma pessoa, cuja fé desafia a própria morte. A ressurreição
fez isso com os apóstolos. Quando o Sinédrio e, depois, o imperador romano se
levantaram para calar os apóstolos sob a ameaça da morte, eles voltavam para as
Escrituras, que agora entendiam bem, e zombavam da morte, dizendo:
“Tragada
foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o
teu aguilhão?” (1
Coríntios 15.54-55).
Que
a ressurreição de Cristo mude a nossa vida, restaurando nossa esperança e
certeza da fé...
Fui desprezado, mas Ele está vivo.
Sofri uma grande perda, mas Ele está
vivo.
A vida não está fazendo o menor
sentido, mas Ele está vivo.
Não sei o que fazer, mas Ele está
vivo.
Nesse mundo, tudo perdeu a graça,
mas Ele está vivo.
Estou envelhecendo, mas Ele está
vivo.
A doença está me consumindo, mas Ele
está vivo.
Estou às portas da morte... então
estou a um passo da casa do Pai, porque Ele está vivo.
Então, já que Ele está vivo, não tenho outra
opção, exceto dizer como Tomé:
“Senhor
meu e Deus meu!”
(João 20.28)
A serviço
do Mestre,
Pr. Jenuan
Lira.
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