NÃO PODEREIS SERVIR AO SENHOR
“Então, Josué disse ao povo: Não podereis
servir ao Senhor, porquanto é Deus
santo, Deus zeloso, que não perdoará a vossa transgressão nem os vossos
pecados.” (Josué 24.19)
A abordagem
de Josué pareceu muito estranha. Dizer que o povo não poderia servir ao SENHOR?
Como? Logo Josué, o grande líder espiritual do povo, sair com uma proposta
dessa...?
- ‘Mas vocês não estão entendendo...’, falou Josué com ênfase. – ‘Vocês não podem servir ao SENHOR. Isso não é
brincadeira... é muitíssimo sério. Eu e minha casa já temos uma posição.
Sabemos bem o que queremos, e vamos pagar o preço, mas vocês...’ concluiu
Josué, deixando o suspense como resposta.
-
‘Mas como não? Por favor, Josué...’, falou um líder do povo, apoiado pelos
demais a sua volta - ‘...é isso que queremos...’.
Josué, então, foi mais claro: ‘Gente, não estamos falando de um deus
qualquer. A Pessoa com Quem vocês estão querendo se comprometer é o Deus
verdadeiro, santo e zeloso. Ele não se deixar escarnecer... Ele é fogo
consumidor. Não há meio de servi-lo com coração dividido. É muito mais sério
que vocês pensam.’
- ‘Tudo
bem...’, disse o povo, ‘estamos entendendo a seriedade do
compromisso. Mas é isso que queremos.’
O diálogo acima, baseado em Josué 24,
parece uma contradição. Enquanto o Salmista diz ‘servi ao SENHOR’ com alegria, Josué taxativamente declara: “Não podeis servir ao SENHOR.” Ele, mais
do que ninguém, deveria estar interessado em que o povo se comprometesse com
Deus. Por que age como se quisesse
dissuadir a nação desse intento?
Na realidade, Josué está usando uma
expressão forte para que o povo entenda a grandeza do seu compromisso
espiritual.... ‘De Deus não se zomba.’
De todas as lutas em que Josué anteriormente estivera engajado, nenhuma foi tão
severa como a luta contra a falsa espiritualidade, pois essa é uma luta da
alma. Tinha sido mais fácil conquistar
as fortalezas dos Cananeus, do que vencer a resistência de corações endurecidos
(Pv. 18.19).
Josué, um
homem de Deus, notável por sua liderança política e espiritual, tem bastante
discernimento espiritual. Por isso, a aparente reação favorável do povo não lhe
empolga. Com sua longa experiência, Josué percebe que, novamente, o povo está tratando
levianamente seu compromisso espiritual, fazendo um voto precipitado,
esquecendo o a verdade ensinada por Salomão ...“Não te precipites com a tua boca, nem o teu
coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está
nos céus, e tu, na terra; portanto, sejam poucas as tuas palavras.”
(Eclesiastes 5.2)
A história
de Israel no Antigo Testamento está cheia de compromissos falsos. No momento do
perigo, depois de um livramento grandioso ou mediante o apelo de um líder
espiritual, o povo tinha a tendência de entrar em aliança com Deus, por pura
empolgação. Não levavam em conta os termos do seu compromisso. Reagiam
emocionalmente, lidando com Deus irresponsavelmente, como faziam uns com os
outros... “Então, disse o
profeta: Ouvi, agora, ó casa de Davi: acaso, não vos basta fatigardes os
homens, mas ainda fatigais também ao meu Deus?” (Isaías 7.13). Temos
a tendência de confundir o Deus santo, com os homens impuros. Tal confusão
revela quão pouco conhecemos o SENHOR. Enganamos os homens e a nós próprios,
criamos escapes para disfarçar nossa infidelidade e por algum tempo parece que
estamos conseguindo, pois nada acontece. Não devemos jamais esquecer o que está
escrito no Salmo 50.21: “Tens
feito estas coisas, e eu me calei; pensavas que eu era teu igual; mas eu te
arguirei e porei tudo à tua vista.”
Quando o nosso coração não é reto para com
Deus, é melhor não fazer de conta que queremos servir ao SENHOR, pois está
escrito: “Não vos enganeis: de
Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará.”
(Gálatas 6.7)
Nesse mundo de pessoas ‘amantes de si mesmo’ muitos querem levar a vida tocando flauta,
como diz um antigo ditado popular. O
problema é que, quando estamos falando do relacionamento com Deus, a flauta vai
ter mais buraco do que dedo. Com certeza a nota vai sair desafinada.
A serviço do Mestre,
Pr. Jenuan Lira
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