MORTE DO ATOR DA GLOBO: A VIDA IMITA A
ARTE?
“Como o louco que lança fogo, flechas e morte,
assim é o homem que engana a seu próximo e diz: Fiz isso por brincadeira.”
(Provérbios 26.18–19)
A morte
súbita do ator global Domingos Montagner comoveu o Brasil. Protagonista
aparentemente importante da novela das nove, o ator se afogou no rio, que lhe
servia de palco.
Como minha
lembrança novelística mais recente é de 1977, quando acompanhei A Escrava
Isaura, que tinha no elenco Rubens de Falco e Lucélia Santos (‘é o novo...!’),
não conhecia o ator, nem sua personagem. Mas fui informado sobre algumas curiosas
coincidências entre a ficção de Velho Chico e o desfecho triste do último
capítulo da vida do ator. Segundo consta, houve uma cena na qual Santo,
personagem de Domingos Montagner, desaparece no rio, sendo dado como morto,
muito semelhante ao que ocorreu na última quinta-feira. A diferença é que na
ficção, ele foi salvo, mas na realidade a cena não teve um final feliz.
Em casos
assim, surge a pergunta: a vida imita a
arte? Seria a arte uma precursora da realidade, capaz de antecipar o destino
das pessoas, especialmente em ‘episódios’ trágicos? A resposta simples é não! A
arte não tem domínio sobre a vida de ninguém. O roteirista de uma novela não é
Deus, portanto não pode determinar o capítulo final da vida de um ator. É fato
que alguns produtores de arte apresentam-se como se fossem Deus, mas não são.
Fiquemos tranquilos! A história está nas mãos de Autor da vida, não nas mãos
dos autores das novelas.
Por outro
lado, por acreditar que Deus tem controle soberano sobre a vida de todas as
pessoas, que o SENHOR controla até a queda de um insignificante pardal, não vejo
espaço na verdadeira concepção cristã para acasos ou coincidências. Deus pode
ter permitido e inclinado o roteirista para elaborar uma cena semelhante ao que
iria ocorrer? Certamente, sim. Deus pode tudo! Mas, nesse ponto, o melhor que
fazemos é ficar no campo da possiblidade, e com uma importante ressalva: ainda
que certas ficções pareçam antecipações da realidade, isso não deveria nos
fazer obcecados em tentar achar combinações entre o suposto côncavo da arte e o
convexo da realidade. Caso contrário, em pouco tempo estaremos lendo literatura
como quem lê horóscopo, que, aliás, é mais um esforço banal e profano de tentar
antecipar e determinar o destino humano.
Deixando de
lado o Velho Chico, acerca do qual apenas li notas sobre a influência mística e
as ‘práticas’ de magia negra na trama, o fato é que o mundo da arte,
notadamente o da arte moderna, vive em animosidade com o Criador. Já faz algum
tempo que artistas de renome se acham abaixo da chamada ‘linha do desespero’,
como tão magistralmente declarou Francis Schaeffer. O que isso significa? É uma
longa história, mas resumindo em poucas (será que consigo??), o que aconteceu
foi que o homem moderno, resolveu se declarar independente de Deus. Algo à
semelhança de Faraó dizendo a Moisés... ‘Quem
é o SENHOR para que o tema?’. Mais recentemente o raciocínio era que Deus
não tinha espaço no mundo onde da avançada ‘moderna ciência moderna.’ Contudo, apesar do avanço da ciência, o homem
continuava o mesmo, e sendo ainda pior do que antes das incríveis descobertas
científicas. Ao reconhecer essa triste realidade, os homens ficaram sem chão. Tinham
pulado do barco do Criador, somente para descobrir que não iam atingir a margem,
e a correnteza ia ficando cada vez mais forte. Se tivessem humildade, teriam
pedido ajuda ao Salvador, mas preferiam continuar nadando, cansando e se
afogando. Com sua sensibilidade, os artistas logo perceberam o problema. Mas
não quiseram retornar à Fonte. Escolheram fazer de conta que eram Deus, caíram
no desespero e até hoje continuam assim.
Em meio a toda essa rebelião, vez por
outra ficamos chocados com a ‘coragem’ de certos artistas. Muitas vezes brincam
com a realidade do mundo espiritual, achando que não há nada do outro lado.
Abrem suas bocas contra os céus e tentam fazer um jogo de faz-de-conta com as
forças espirituais do mal. As histórias se repetem sobre fenômenos estanhos nos
sets de gravação e na vida de atores de filmes diabólicos como o Exorcista, o
Bebê de Rosemary, etc. Não posso dizer nada acerca da atual ficção global,
embora não me surpreenderia se fossem reveladas coisas estranhas nos bastidores
da novela. Sabemos que a Globo zomba de Deus e do Seu Filho, Jesus Cristo, sem
a menor cerimônia. As verdades cristãs são sempre alvo de chacota, enquanto as
doutrinas místicas e diabólicas são propagadas com fervor, respeito e paixão.
Minha impressão é que o mundo virtual
da arte, da tecnologia e do coração duro e contaminado dos homens está levando
a humanidade a um ponto tal de delírio, que não se consegue mais separar a ‘realidade
virtual’ da ‘realidade real.’ Das minhas observações no livro de Apocalipse,
parece-me que essa tendência faz parte das estratégias malignas para dominar o
mundo nos últimos dias.
Há um mundo de obscuridade quando
procuramos encontrar um ponto de intercessão entre a arte e a vida. Mas de uma
coisa podemos ter certeza: de Deus não se zomba, nem que seja ‘de brincadeira’.
A serviço do Mestre,
Pr. Jenuan Lira
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