“Não me
fale em Brasil. Quase morri quando retornei depois de uma visita”.
Foram
essas as palavras de um pastor americano dirigidas a um irmão brasileiro que
quis saber sobre sua estada em nosso país. Foi difícil ouvir essas palavras sem
ficar chateado. Primeiro, porque eu fui um dos responsáveis pela vinda daquele
pastor ao Brasil; segundo, quando esteve entre nós, ele mesmo pediu para pregar
várias noites seguidas, em diferentes igrejas, e parecia satisfeito em cada
oportunidade; terceiro, e mais importante, não gosto de ouvir ninguém falando
mal do Brasil, especialmente se não for brasileiro. Instintivamente reajo em
defesa da minha “pátria amada, Brasil”.
Embora
o patriotismo possa ser exagerado, na medida certa é bom e natural. Nossa
identidade está diretamente ligada ao nosso lugar de origem. Por isso ninguém
fica satisfeito ao ouvir um estrangeiro falando mal da sua terra.
Meditando sobre o episódio, me veio
à mente um fato muitas vezes esquecido: a pátria dos filhos de Deus não se
localiza geograficamente neste mundo. Nossa morada está sendo preparada por
Cristo na casa do Pai. Pedro diz que somos “estrangeiros
e peregrinos” neste mundo. Nossa verdadeira pátria é definida não pelo
nascimento natural, mas pelo espiritual.
O problema é que a realidade
espiritual parece muito distante dos nossos olhos, e por isso firmamos nossa
identidade a partir do nosso país de origem. Essa visão limitada e naturalista
é raiz dos grandes problemas que enfrentamos na vida. Se não podemos nos
identificar como cidadão dos céus, também não podemos aceitar os planos do
Senhor dos Céus.
Talvez você já ficou assustado com
algumas expressões fortes dos salmistas em relação aos inimigos de Deus. Por
exemplo, no Salmo 139:21-22 lemos: “Não
aborreço eu, Senhor, os que te aborrecem? Não abomino os que contra ti se
levantam? Aborreço-os com ódio consumado. Para mim são inimigos de fato”.
Esse tipo de reação mostra que o salmista levava a sério a pessoa de Deus. A
inimizade do mundo contra Deus lhe causa verdadeiro pavor, pois para ele Deus
não era um mito, mas um Deus real, pessoal e presente.
Nosso problema é identificado por
Paulo em Romanos 1, onde Paulo nos mostra que colocamos as coisas criadas
no lugar do Criador. O que realmente nos
interessa são nossos desejos, nossos sonhos, nossa casa e nossa terra. Quanto ao reino de Deus, não descartamos de
todo, mas nos contentamos em tê-lo apenas como um reino de fantasia.
Gosto do Brasil, mas amo mesmo a
Pátria Celeste. Ali, sim, é o meu lugar, meu destino final, meu porto seguro...
o meu país. Por ele vivo e para ele sigo. Existe um melhor destino?
A serviço do Mestre,
Pr. Jenuan Lira.
Um comentário:
Querido Pastor, como é bom ler seus textos...! É como se estivéssemos ouvindo o senhor pregar...E como é bom viver com a perspectiva da eternidade, pensar que nossa pátria é o céu e que em breve estaremos todos juntos. Abraços!
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