“Porém, se não fizerdes assim, eis que pecastes contra o Senhor;
e sabei que o vosso pecado vos há de achar.” (Números 32.23)
O
fuzilamento do traficante brasileiro Marco Archer na Indonésia na semana
passada causou abalo internacional. Sendo um dos principais traficantes
brasileiros que infestam a ilha de Bali, Marco Archer penalizado com a pena
capital pelo governo indonésio, após 10 anos de espera no corredor da morte. A
execução de Archer foi acompanhada com apreensão pelas autoridades brasileiras
porque outro brasileiro, Rodrigo Gularte,
está em vias de receber o mesmo castigo.
Acostumados
no Brasil com o desrespeito às leis e confiantes de que no final se pode dar
um jeitinho, os traficantes brasileiros
simplesmente desconsideram o aviso em letras grandes e vermelhas no cartão de
imigração: ‘pena de morte para tráfico de drogas.’ Por anos os brasileiros
encabeçam a lista do tráfico no paraíso turístico da ilha de Bali, sendo
reconhecidos por levarem uma vida de fantasia, luxo e hedonismo financiada pelo
dinheiro do contrabando de drogas.
Sem
entrar no mérito específico da abrangência, determinação e forma de aplicação
da penalidade, o fato é que a pena capital é endossada nas Escrituras tanto no
Velho quanto no Novo Testamento (At. 21:11; Rom. 13:4). Isso soa extremo aos
ouvidos modernos, pois na sua carta de exaltação do humanismo, a Organização
das Nações Unidas proclama que: “Todo o
homem tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.”
Embora
a defesa à vida deva ser uma bandeira empunhada pelos cristãos, isso não
significa que a vida física seja o nosso maior patrimônio. A vida certamente é
um dom de Deus e uma parte maravilhosa e misteriosa do nosso ser, mas além do
componente material, o homem é composto do elemento espiritual que é eterno. Os
homens lutam e protestam apenas pela sobrevivência material, esquecendo que um
dia o corpo voltará ao pó, de onde veio, e o espírito subirá a Deus, a Quem
pertence. Além disso, nunca devemos esquecer que o mesmo preceito que protege a
vida, pode servir para exterminá-la, quando interpretado de maneira frouxa,
limitada e tendenciosa. Infelizmente, em muitos casos, e as drogas são um
deles, pessoas querem o direito à própria vida, à custa da vida dos outros.
Porque um tem direito à vida, muitos têm direito à morte.
A
execução dos traficantes na Indonésia jamais deveria despertar em nós qualquer
tipo de prazer... “Deus não tem prazer na morte (Ez. 18.23). No entanto,
mesmo nessa situação há um aspecto da misericórdia de Deus, manifestada para
com os que porventura estejam se desviando do bom caminho. Salomão diz: “Quando o escarnecedor é castigado, o simples se torna
sábio...” (Pr. 21.11). Foi a convivência da sociedade antiga
com o homicida Caim que abriu o caminho para o caos, anarquia e violência que
rapidamente atingiu níveis insuportáveis na civilização antediluviana (Gn.
4:23-24; 6:5). A impunidade fomenta toda sorte de iniquidade proveniente do
humanidade corrompida. Como resultado da morte dos traficantes, muitas vidas
poderão ser poupadas tanto de traficantes como de pessoas associadas ao crime. Quando
a justiça consegue deter o avanço do mal, as pessoas reconsideram o fato de que
existe um salário para cada pecado, e que um dia todos prestaremos contas.
Nesses momentos o mundo precisa concordar com o aviso de Moisés: “Porém, se não fizerdes assim, eis que pecastes contra o Senhor; e sabei que o vosso pecado vos
há de achar.” (Núm. 32.23)
A
parte triste nos protestos contra a pena de morte é o declarado materialismo
que permeia a sociedade universal. A única preocupação é com o corpo. O mundo
teme aqueles que matam o corpo, mas não teme Aquele que “pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo” (Mat.
10:28). Nada estranho. As pessoas tem sido doutrinadas desde a sua infância a
negar o juízo vindouro. Quando muito, alguns manifestam um vulto opaco de
espiritualidade e misticismo, mas na realidade ninguém admite o fato de
que “aos
homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo”
(Heb. 9:27). A certeza do juízo eterno é o que deve nos fazer tremer
diante da morte de quem quer que seja. Por isso, antes que seja tarde, devemos testemunhar
de Cristo, antes que chegue o dia final, pois assim como o juízo é certo, a
misericórdia do Senhor é também certa, e pode alcançar e salvar qualquer
pecador, em qualquer momento, mesmo que sejam traficantes temidos encerrados no
corredor da morte.
A
serviço do Mestre,
Pr.
Jenuan Lira
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