sábado, 8 de maio de 2010

Minha mãe, eu e a Bíblia

MINHA MÃE, EU E A BÍBLIA

Foi um grande desafio para um menino de 12 anos. Mas minha mãe não hesitou em fazê-lo. Não sei até que ponto ela cria que daria certo, mas deu... E como deu! Naquele ano foi lançada uma semente eterna na minha alma infantil, que definitivamente mudou determinou os caminhos da minha vida.
Sou um privilegiado. Pela graça de Deus, nasci em um lar cristão. E mais do que isso, aprendi com meus pais a ler, memorizar e respeitar a Bíblia. A princípio a consideração pela Palavra era mais por mera imitação. Depois, por forte convicção de coração.
Meu pai não era um homem de grande leitura, mas era um leitor da Bíblia.... Mesmo não sendo letrado, aprendeu a apreciar as ‘sagradas letras’. Não tenho dúvida de que foi pela Bíblia que ele desenvolveu sua capacidade de leitura e interpretação, tornando-se apto a ser um pregador de Evangelho. Lia diariamente e por longo tempo, deixando-nos um bom exemplo. Mas foi minha mãe que um dia me desafiou a ler a Bíblia toda em um ano.
A idade era pouca, e o livro era muito. Mas a convicção do valor das Escrituras superou a aparente impossibilidade. Fez a proposta e ficou observando. Vendo que eu mordera a isca, tratou logo de me conseguir um calendário para o controle da leitura.
O começo foi empolgante, mas lá pelo mês de abril, eu estava pronto para abrir... Por vezes os últimos versículos do dia eram lidos em pé, para não me atrasar para o primeiro time no futebol da tarde. Mas não desisti porque o exemplo e as palavras da minha mãe renovavam o propósito de prosseguir.
Esse desafio era o que eu precisava para nunca mais deixar de ler a Bíblia através dos anos. Recordo com carinho de muitos presentes que minha mãe me deu, mas nada se compara ao seu incentivo para que eu me tornasse um amante das Escrituras. A Bíblia tornou-se minha companhia e cada vez mais me impressiono com seu valor. Agradeço a Deus e a minha mãe por me despertar o coração para amar as Escrituras.
O tempo passou, e nós fomos juntos. A tríade, minha mãe, eu e Bíblia pouco se encontra. Mas quando não somos três, pelo menos somos dois, pois se estamos longe um do outro, nunca nos acontece de ficarmos sem a doce companhia da Palavra de Deus. E assim vamos, por enquanto, entre lembranças, encontros e saudades andando no caminho eterno, esperando o dia em que nossos caminhos se cruzarão de uma vez por todas. Só então poderemos perceber em plenitude o quanto foi valioso o desafio da minha mãe. Pois a Palavra que nos uniu, um dia vai nos re-unir, para glorificar a Deus e se deleitar nos Seus ensinos.

A serviço do Mestre,

Pr. Jenuan Lira.