quarta-feira, 15 de maio de 2013

O Amor Eterno do Nosso Pai Celeste

Quando   me   aproximei   daquela jovem senhora jamais poderia imaginar o peso da   sua   amargura.   Embora   pudesserelacionar   dezenas   de   razões   que explicassem sua angústia, sua principal revolta era especialmente   contra   uma   pessoa:   Deus.   Nafornalha de sofrimento, a única explicação que lheacalmava a mente era que Deus, com todo Seu poder, criou o homem somente para sofrer. Ele sabia e sabe de todo mal que existe no mundo, mas fica de braços cruzados, como se a nossa desgraça lhe causasse prazer, disse ela sofregamente.
Muitas vezes, mesmo o povo de Deus, quando esmagado por aflições ou tragédias, perde a confiança no carinho e ternura de Deus. Foi o caso da nação de Israel, em face da iminente e cruel opressão babilônica, já às portas de Jerusalém. Neste momento, Israel disse: o Senhor me desamparou, o Senhor se esqueceu de mim(Is. 49:14). Quando comprimidos pelo rolo da aflição,somos tentados a pensar que Deus nos abandonou.Jeremias, personificando o povo no exílio, disse: fartou-me de amarguras, saciou-me de absinto ... afastou a paz da minha alma ... pereceu a minha glória, como também a minha esperança no Senhor (Jm. 15,17,18).
           Mas quando Israel se achava abandonado, Deus disse: acaso, pode uma mulher esquecer-se dofilho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que essa viesse a esquecer-se dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti (Is. 49:15).
           Fico encantado com         com a ternura dessass palavras.  “ A presença do amor de Deus é garantida diante de cada adversidade”. Acho que é uma das mais   tocantes expressões do arinho de Deus para conosco. O amor e compaixão de uma mãe por um filho que ainda mama, é a mais forte expressão de amor humano que conhecemos. Mas, mesmo essa ilustração de amor humano não é suficiente para demonstrar o amor de Deus por nós. Pois, é tragicamente possível que uma mãe, vencida pelo egoísmo, abandone seu filho recém-nascido. Deus, porém, sendo perfeito em Seu amor, jamaisabandona seus filhos, essa é a sua promessa (Js. 1:5).
           A presença do amor de Deus é garantida diante de cada adversidade. Seja na fúria das águas ou no ardor do fogo, Deus estará conosco (Is. 43:2). Mesmo quando as adversidades representavam juízo de Deus sobre o seu povo, Ele os acompanhava. Pois Ele se angustia com todas as nossas angústias (Is. 63:9).
           Não foi fácil ouvir o testemunho daquela senhora, pois o Deus que conheço e a quem sirvo, nunca me abandonou, tem sido uma verdadeira mãe. Mas pude entender sua dor, e aconselhei-a a conhecer a Deus pessoalmente, conforme Ele mesmo se revela na sua Palavra.
           Deus não nos dá, de uma vez, a força queprecisamos para todas aflições da vida, mas garante a Sua presença, ao longo de toda vida.
           Neste dia das mães, levemos conosco estacerteza: o nosso Pai celeste nos trata como uma boa e carinhosa mãe, especialmente quando precisamos do Seu carinho mais presente.
           A serviço do Mestre,
            Pr. Jenuan Lira.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

O PECADO DE DAVI



                Todos temos virtudes e defeitos, mas por que será que somente os últimos  despertam interesse em muitas pessoas? Se você discorda, por que não pensa um pouco no caso do grande rei Davi? Sua história é repleta de exemplos virtuosos, mas é a mancha no currículo, o adultério com Bate-seba, o ponto mais pisado e repisado por muitos que se referem ao Homem segundo o coração de Deus.
                Até concordo que a lente de aumento sobre o pecado de Davi não é gratuita. Afinal estamos falando do Homem segundo o Coração de Deus, a quem o próprio Deus manifestou-se várias vezes, combateu os seus inimigos e lhe honrou, e que, no momento da queda, já conta com seus 50 anos, 20 dos quais reinando sobre o trono de Israel. É um líder, uma pessoa de destaque. Sua própria posição determina que seus tropeços teriam maior repercussão do que os de um homem comum. É o velho princípio declarado por Cristo: “a quem muito é dado, muito será cobrado”.
                Mas, convenhamos, esquecer 68 anos de vida exemplar em detrimento de pouco mais de 1 ano de desvio, seria não somente uma injustiça, mas um repugnante farisaísmo. Quando olhamos para nosso interior, honestamente temos de admitir que entre nós e o Davi desviado não há um abismo tão grande. E bem pode ser que, excetuando-se o aspecto cronológico,  a única coisa que nos distancie dele seja o fato (bendito fato...!) dos nossos pecados não terem sido registrados no livro mais lido do mundo, fonte da qual milhares de escritores, roteiristas e preletores bebem quando da elaboração das suas falas.
            Não que queiramos desculpar o adultério de Davi. Deus não o faz, nós também não deveríamos. O pecado é sempre sério. Entretanto, é necessário colocá-lo na perspectiva correta. Davi cobiçou, adulterou nos pensamentos e nas ações, mentiu e assassinou um homem inocente. Mas ao ser confrontado pelo profeta Natã, Davi não procura subterfúgios. Chora amargamente, arrepende-se e confessa sua transgressão. Cai aos pés do Senhor e diz no Salmo 51: “Pequei contra ti, contra ti somente, fiz o que é mal, sinto-me imundo e envergonhado, lava-me, purifica-me da minha imundície e ficarei mais alvo que a neve”. E quando recorda o tempo em que ocultou seu pecado, Davi não banaliza os seus efeitos pois declara: “...envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo dia. Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim...” (Sl.32:3-4). Diante disso, não podemos fazer do pecado de Davi o centro de gravidade da sua belíssima história.
    Às vezes tremo ao pensar que no meio do povo de Deus nota-se um estranho prazer em recordar as “quedas” de um irmão... Como já foi dito, a Igreja é única corporação que atira nos seus soldados feridos. Deus não tem prazer em recordar pecados confessados e perdoados. Ele nunca dá o tiro de misericórdia, pelo contrário, restaura o caído pela Sua infinita misericórdia. Davi caiu, e caiu feio, mas sentia-se feliz porque “sua iniquidade fora coberta, e seu pecado perdoado”. O preço do seu pecado foi caro, mas o pecado de Davi foi castigo em Cristo, não restando-lhe nenhuma condenação. Se Deus justifica, quem condenará? Se o sangue de Jesus cobre todo pecado, por que deveríamos descobri-lo?
            Talvez você não concorde com essa perspectiva. Pode ser que na sua cabeça não deve haver espaço sequer para um pensamento misericordioso para com um homem que caiu em tamanha falta. Se for este seu caso, talvez esteja achando que perdeu seu precioso tempo em ler um este artigo licencioso. Pelo tempo gasto na leitura nada pode ser feito, mas se você não se demorar muito, talvez ainda dê tempo para atirar a primeira pedra!!

A serviço do Mestre,
Pr. Jenuan Lira.

NUNCA PERCA A ESPERANÇA



Quando a jovem de 18 anos saiu para o passeio não podia imaginar que a sua vida mudaria definitivamente e drasticamente. Acostumada a mergulhar, ela pulou na água sem perceber que o local era muito raso. Por causa do impacto, sofreu uma lesão na coluna cervical que a deixou tetraplégica. A partir de 30 de junho de 1967 sua vida nunca mais seria a mesma.

          Ao perceber que não recuperaria os movimentos, Joni foi tomada por ira, depressão e pensamentos suicida. Sua fé foi abalada, pois não podia aceitar que Deus tivesse permitido algo tão terrível.

         Com a ajuda de Deus, da família e da igreja, entre uma crise e outra, Joni começou a entender que Deus tinha um propósito em tudo que estava acontecendo. Deixou de lado o pecado da auto-piedade e passou a ministrar conforme Deus lhe permitia. Em 1976 lançou seu primeiro livro, que se tornou um best seller internacional, do qual também surgiu um filme. Antes disso, aprendeu a pintar usando o pincel entre os dentes. Em seguida, começou a viajar por vários lugares compartilhando seu testemunho e encorajando milhares de pessoas. Em 1982 casou-se com Ken Tada.

        Meu professor estava presente em um culto onde Joni deu seu testemunho. Ela disse: “Deus é capaz de me curar agora mesmo, fazer eu me levantar e abraçar a todos vocês. Isso certamente seria impactante, mas não tanto quanto eu testemunhar do seu amor dessa cadeira de rodas. A cura seria um milagre único, a cadeira de rodas é um milagre permanente. Eu não trocaria o que tenho aprendido do Senhor por nada. Cada manhã, antes de qualquer coisa eu preciso pedir graça ao Senhor para não ficar desanimada com as minhas limitações. Muitos se levantam e começam o dia sem orar. Eu tenho que orar, pois dependo disso”.

          Joni é uma prova de que Deus age em toda as coisas para o bem daqueles que O amam. A hora da provação é sempre dolorosa, mas o resultado é maravilhoso. É fogo da provação que nos torna semelhantes a Cristo, e nos faz úteis aos outros.

         Na cruz, Jesus ministrou ao ladrão arrependido, cuidou da sua mãe e aconselhou seu discípulo. O impacto das Suas palavras se tornou maior porque foram proferidas em meio à dor. 
        Em João 16:31, Jesus consola Seus discípulos e faz uma perfeita ilustração. Ele diz que a mulher em trabalho de parto sofre muitas dores, mas todas são esquecidas quando a criança nasce. E continua: “Assim também vós agora, na verdade, tendes tristeza; mas eu vos tornarei a ver, e alegrar-se-á o vosso coração, e a vossa alegria ninguém vo-la tirará” (16:32).
      Se você acha que suas provações são gigantesca montanha, procure enxergar acima dela. Ali você verá o Senhor. 
A serviço do Mestre,
Pr. Jenuan Lira.

FALSO PÃO

" Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede " (Jo 6.35)



A inauguração da nova padaria foi um sucesso na nossa pequena cidade. Meu pai, dono de uma pequena venda, levantava-me cedo para ir à padaria, pois queria garantir que seus clientes tomariam café com o novo pão da cidade. O dono da padaria vivia nas alturas, com o negócio tão bem sucedido.
      Certa tarde, porém, aconteceu um fato que começou a mudar a história. Já era costume de muitos comprar o pão quentinho da tarde para um lanche por volta das 3 horas (nesse tempo a gente comia mais, corria menos e não engordava...). Nesse dia, alguma hora após o café da tarde, espalhou-se a notícia de que o pequeno hospital estava cheio de pessoas passando mal. A cada instante mais pessoas chegavam com náuseas, dor de cabeça e sudorese. Não demorou muito para os médicos identificarem que todos os pacientes tinham um ponto em comum: tinham comido o pão da nova padaria. Por alguma razão os padeiros utilizaram um ingrediente inadequado para o consumo humano, e por pouco não causaram uma tragédia na cidade.
      Quantas vezes isso acontece na nossa vida!!! Olhamos para os "pães do mundo" e achamos que devem ser extremamente saborosos. Pegamos nossos recursos (que na verdade não são nossos) e empregamos naquilo que aparentemente nos satisfaz. Confiamos no nosso paladar, e decidimos que queremos desfrutar daquela iguaria.
     Em Lucas 11.11, Jesus faz uma pergunta interessante: "Qual dentre vós é o pai que, se o filho lhe pede pão, lhe dará uma pedra?". Neste caso Jesus está falando de algo comum que acontecia na terra de Israel. Nos leitos dos rios havia algumas pedras muito semelhantes a pães. Era comum que uma pequena criança confundisse aquelas pedras com pães, e chegassem mesmo a pedir: "Pai, dá-me aquele pão". O pai, naturalmente, sabia que o filho estava enganado e não lhe concedia o que estava pedindo.
Todos nós somos como essa criança ingênua. Temos uma visão limitada, imediatista, mas Deus vê além da aparência. Por isso Sua Palavra diz "não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo". O pecado tem um extremo e poder de camuflagem. O que os nossos olhos vêem e nosso coração deseja nem de longe pode revelar o perigo que ele esconde. Na aparência parece o melhor pão que poderíamos experimentar, mas na realidade tudo não passa de um "alimento" tóxico ou de "pedra" que resultará em grande tristeza.
Diante dos nossos olhos, cada dia surge uma "nova padaria" com receitas saborosas. Mas a verdade é que o verdadeiro pão é o Senhor Jesus Cristo. Só ele satisfaz plenamente a todas as nossas necessidades. Pois Ele diz: "Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede" 
(Jo 6.35)
                                 
A serviço do Mestre,
Pr. Jenuan Lira


PERDIDO? VOLTAR É POSSÍVEL!



Dirigir em Los Angeles é um desafio. Ninguém anda a menos de 120 km/h. Ainda bem que existe GPS. Isso não garante que você não vai se perder, mas pelo menos você saber que quando erra uma saída, dentro de pouco tempo vai ouvir com alegria a palavra mágica... “recalculando”. Roda algumas milhas e se acha novamente.


Foi nessa confiança que me dirigi ao LAX, o maior dentre os seis aeroportos da cidade, um dos mais movimentados do mundo. Mesmo já tendo ido ao aeroporto anteriormente, cada viagem tinha sido um desafio. Mas dessa vez a emoção seria diferente... verdadeiramente uma emocionante aventura. 

Despedidos os hóspedes, retornei para o estacionamento. Confiante ligue o GPS e apareceu a mensagem: procurando satélite. Tudo bem. O céu está cheio de satélites... deve ser por causa do local onde parei... vai já encontrar algum. Depois de algumas voltas, chego à saída para pagar o ticket. Olho para o GPS e lá está a mesma mensagem. Agora estou com problema, pois já tem uma fila atrás de mim e eu não tenho certeza que rumo tomar. Onde foi parar esse satélite? Saio bem devagar para tirar proveito do sinal que estava fechando. Vamos lá... Tem de achar o satélite antes do sinal abrir. Não deu certo. O sinal abriu e o jeito é seguir... mas seguir para onde? Os motoristas atrás querem que eu siga para qualquer lugar. Não tinha escolha... chegou a hora do "salve-se quem puder". Comecei até bem. Reconheci o primeiro túnel, mas quando sai do outro lado notei que estava errado. E agora? Como é que essa geringonça vai parar de funcionar tão longe de casa? Mas não adiantava reclamar, tinha de seguir e seguir rápido. Algumas milhas adiante, consegui pegar uma rua e parar num posto de gasolina. “Por favor, meu GPS parou de funcionar e estou querendo pegar em direção de Pasadena”, perguntei a um motorista que estava abastecendo seu carro. “Você está na direção oposta. Você vai querer ir para o norte”. Já foi uma ajuda. Ele me deu umas instruções. Segui um pouco mais seguro, mas não resolveu. Agora, sim, eu estava perdido. Meu referencial eram as enormes letras do nome do aeroporto (LAX), e fiquei circulando à distância. Quando elas começavam a ficar pequenas eu sabia que estava me distanciando demais. 
Em certo ponto parei, e lembrei que tinha impresso o roteiro da ida. Juntei as informações que eu tinha com o que já tinha aprendido com os meus erros e pensei no roteiro fazendo o caminho inverso. Graças a Deus deu certo (senão você não estaria lendo esse Semeador!). 

Passado o susto, vem as conclusões e lições: Quando uma pessoa se perde na vida, a melhor saída é parar e procurar fazer o caminho inverso. Isso mesmo! Seguir perdido só resulta em mais perdição.

É uma pena que alguns demoram demais para fazer o caminho de volta.  São vítimas do próprio orgulho que lhes impede de reconhecer que precisam de ajuda. Sempre há alguém para ajudar quando realmente estamos prontos para receber um conselho. Além disso, sempre podemos contar com a ajuda do Senhor. Ele nunca se nega a nos dar o Seu bom conselho.

O caminho de volta para Deus pode ser custoso, mas certamente é o melhor. Ficar distante e seguir em rebeldia parece sempre mais fácil, mas ao final o fruto será amargo. Salomão diz que “o caminho dos pecadores é intransitável” (Pv. 13:15). Seguir por esse caminho é a pior escolha.

O mundo vai nos apresentar muitos caminhos e a nossa natureza pecaminosa se deleita em segui-los. O problema é que quanto mais permanecemos nesse caminho, mas o nosso referencial diminui. A Palavra vai perdendo a força e comunhão dos irmãos fica sem graça. Nosso coração endurecido nos conduz e seguimos a passos largos para o pior.

Está perdido? Faça como o filho pródigo: Caia em si, se arrependa, confesse e retorne. O Pai vai lhe receber de braços abertos! 

A serviço do Mestre,
Pr. Jenuan Lira 

O PODER DA RESSURREIÇÃO



“Deus  ressuscitou o Senhor e  também nos ressuscitará a nós pelo seu poder ” (1Co 6.14). 

      “Quem nos removerá a pedra...?”. Esse era o pensamento perturbador que ocupava as mentes das mulheres que cedo sairam para colocar ervas aromáticas no corpo de Jesus. Desconhecendo o milagre ocorrido da ressurreição, elas temiam que a enorme pedra encerrasse para sempre, em profundo silêncio, a influência de Jesus no mundo.
 Em tempos modernos, outras pedras enormes também foram colocadas entre Jesus e o mundo. Um exemplo digno de nota é o caso das nações comunistas, cujos governantes se empenharam por destruir toda e qualquer lembrança da fé cristã na sociedade. Conseguiram certo progresso no seu intento, mas nunca conseguiram destruir a lembrança da ressurreição. 
         O caso da Antiga União Soviética é bem interessante. É realmente um mistério que o significado da Páscoa tenha resistido ao longo dos 70 anos de opressão comunista.  Muitos pastores foram exilados e executados, centenas de igrejas destruídas, Bíblias foram banidas e a celebração do natal foi abolida em toda nação. No entanto, misteriosamente, a lembrança da Páscoa jamais se extinguiu.
         O apego e respeito às tradições, a própria vida sofrida e o desejo espiritual da alma humana são os fatores que, humanamente, explicam a sobrevivência da lembrança da ressurreição de Cristo em terras soviéticas. Não que houvesse cultos ou festejos públicos, mas havia um reconhecimento generalizado de que um dado domingo era o domingo de Páscoa. 
          A força da ressurreição pode ser vista ainda mais nos atuais países da comunidade soviética. Quando chega o domingo de Páscoa, é muito comum as pessoas nas ruas, nos metrôs e nos restaurantes se saudarem com as palavras: “Jesus ressuscitou”. Ao que o outro responde: “É verdade, Ele ressuscitou”. Por incrível que possa parecer, a atmosfera pascal é muito mais marcante nesses antigos países comunistas do que nas muitas nações ditas cristãs. 
     O comunismo passou, assim como passarão todas as edificações da mente humana. Lênin e Stalin são hoje uma vaga lembrança, mas a fé cristã segue firme, pois CRISTO RESSUSCITOU. 
       Nem a pedra das mulheres, nem as muralhas dos homens puderam impedir a manifestação e poder do Cristo ressuscitado. Nessa certeza continuamos, sabendo que "Deus não somente ressuscitou ao Senhor, mas também nos ressuscitará a nós pelo seu poder” (1Co 6:14).

         A força da ressurreição é um estímulo para a continuidade do nosso ministério missionário. O mundo é certamente frio e incrédulo, mas a vitória de Cristo sobre a morte tem poder de aquecer o coração e produzir vida de entre os mortos. Jesus triunfou. O evangelho triunfará.

A serviço do Mestre,

Pr. Jenuan Lira.


             

A VERDADEIRA TRISTE PARTIDA


“O seu pensamento íntimo é que as suas riquezas serão perpétuas e, as suas moradas, para todas as gerações; chegam a dar seu próprio nome às suas terras. Todavia, o homem não permanece em sua ostentação; é, antes, como os animais, que perecem ” 
(Salmo 49:11-12).

     Sempre me emociono com a Triste Partida de Patativa do Assaré. Os versos expressam a terrível tristeza que consome a alma de uma família nordestina castigada pela seca. Esperam ansiosamente até o mês de março, mas as chuvas não chegam. Desesperado, ameaçado pelo pavor da fome e da sede, o pai decide vender suas terras, que são adquiridas por uma ninharia por um fazendeiro sem coração. Sem mais esperança, decidem deixar o local que tanto amam, a fim de tentar a sorte no sul do país. Em linguajar simples, o pai comunica à família a triste decisão.


“Nós vamo a São Palo, que a coisa tá feia;
 Por terras aleia
 Nós vamo vagá.
 Se o nosso destino não fô tão mesquinho,
 Pro mêrmo cantinho
 Nós torna a vortá”.

          Por mais triste que seja a partida de Patativa do Assaré, nem de longe se compara com as manchetes internacionais sobre a morte de Hugo Chavez, acontecida na semana passada.  Conforme o general que testemunhou os últimos momentos de Chavez, sua últimas palavras foram: “Eu não quero morrer. Por favor não me deixe morrer”. Assim, em agonia, Chavez seguiu o caminho de todos os homens.

       O general Hugo Chavez era um homem poderoso. Lutou contra potencias mundiais e desafiou os seus oponentes. Seguindo na contramão da historia, estabeleceu sua ditatura sobre a Venezuela, neutralizando todas as possibilidades de perder sua posição de chefe de Estado. Mesmo sabendo da gravidade da sua doença, enfrentou mais uma eleição presidencial no ano passado. Desafiava os próprios médicos fumando escondido. Mas quando chegou o dia da sua morte, Chavez partiu como qualquer mortal. Toda sua riqueza, fama e carisma foram inúteis, pois na batalha contra a morte nenhum homem sai vitorioso.

          O horror de Chavez na hora da morte se assemelha a outros casos de homens famosos e arrogantes, zombadores de Deus, que partiram em desespero como foi o caso de Voltaire, que morreu na mais profunda agonia, tanta que a enfermeira ao seu lado disse: “Nunca mais quero ver a morte de um ateu”.

           Por pior que seja a idéia, o fato é que todos partiremos um dia, e sem possibilidade de volta. Somos todos retirantes neste mundo, seguindo em rumo da eternidade. Não importa quem somos, nem o que temos. A morte em breve baterá à nossa porta. O dia não sabemos, mas é certo que chegará. Por isso, devemos estar prontos.

             O Senhor Jesus contou a parábola do rico insensato, que se sentia tranquilo por causa dos bens adquiridos. Mas antes que pudesse desfrutar das riquezas materiais, eis que Deus lhe pediu a alma, e ele não estava preparado. Partiu para vergonha e horror eternos.

           Embora seja verdadeiramente triste a partida dos retirantes nordestinos para as “terras do sul”, nem de longe se compara à tristeza da partida de uma pessoa que segue para a eternidade sem a salvação em Cristo. O pai desesperado da poesia de Patativa ainda nutre um leve esperança de trazer sua família “pro mermo cantinho”. Mas quem segue para a perdição eterna jamais voltará para o seu cantinho. Parte em desespero, para viver em eterno desespero.

         Como está sua vida? Se hoje Deus lhe pedir a alma, como você partiria?

“Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma?Mateus 16:26

A serviço do Mestre,

Pr. Jenuan Lira
 

Atire a primeira pedra


“E toda terra saberá que há Deus em Israel...” – 
I Sm. 17:46


     Essas foram palavras proferidas pelo pequeno Davi enquanto ia de encontro ao gigante Golias. Ele ganha ousadia para enfrentar esse desafio porque vê nele uma oportunidade do Senhor ser conhecido em TODA TERRA.

Saber que há somente um Deus verdadeiro, eis a grande necessidade do mundo. Como os Filisteus, muitos povos e nações desconhecem o Deus criador e sustentador do céu e da terra. Por isso a ordem do nosso Mestre: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações...”. Deixar de atender a tal mandato é esquecer que o Senhor é quem fala, neste caso temos duas opções: obedecer ou obedecer. É dEle toda autoridade nos céus e na terra. 
              Agora surge um problema: “Senhor, eu sou pequeno diante do mundo, como poderei obedecer uma ordem de escopo universal? Não tenho dinheiro para ir a terras distantes, eu não sei falar as línguas das nações, não  me sinto capaz de fazer com que toda terra saiba quem tu és”.
E a resposta do Senhor é clara: “Não to mandei eu? Sê forte e corajoso; não temas, nem te espantes, porque o Senhor teu Deus é contigo por onde quer fores” (Js. 1:9). Foi por isso que Davi partiu para enfrentar o gigante filisteu. Ele sabia que ali se travava uma batalha entre deuses, e Ele era o soldado do único Deus verdadeiro. Ele entendia que estava em questão a honra do Senhor, Deus de Israel, e por experiências passadas Ele tinha certeza de que Deus, que tudo faz como lhe agrada, zela pela honra do Seu santo nome. Então, o desafio era apenas uma oportunidade para que toda terra chegasse a conhece o Senhor.  
É interessante a visão mundial de Davi. Ele cria que aquela batalha travada num recanto esquecido e esquisito desse vasto mundo, faria com que o conhecimento de Deus atingisse toda terra. Era como se a pedrinha que voou em direção à fronte de Golias, uma vez atingindo seu alvo, se tornasse em uma grande montanha que encheria toda terra. 
Não importa o nosso tamanho, mas a nossa obediência. Deus não nos cobra além do que está à nossa disposição. A verdade é que Ele nos manda ir ao mundo todo com sua mensagem, então comecemos logo. Saiamos das nossas paredes, deixemos de pensar no conforto das nossas igrejas, deixemos de olhar para o nosso próprio umbigo, fomos chamados para sair e não para ficar. Comecemos de onde estamos e com o que temos. Entreguemos ao Senhor nossos poucos pães e peixes, e deixemos que Ele multiplique para as multidões famintas. Ficar lamentando que o mundo é muito grande e nós muito pequenos é querer encontrar desculpa para a nossa desobediência. Coloquemos os pés na estrada, atiremos a nossa pedrinha no gigante e toda terra saberá que há Deus em Israel.
Se vai dar certo? Bem, quem pode se responsabilizar pelos resultados é Aquele que está lhe mandando. Ele é quem vai dirigir a “pedra à testa do gigante”. Mas uma coisas é certa: Eis que estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos.
Então...Atire a primeira pedra!

Atirando pedras a serviço do Senhor de toda terra,

Pr. Jenuan Lira.   

MANÁ… DE NOVO?


“E o povo falou contra Deus e contra Moisés: Por que nos fizestes subir do Egito, para que morramos neste deserto, onde não há pão nem água? E a nossa alma tem fastio deste pão vil”
(Nm. 21.5).

                      Pouco depois da minha chegada em Pasadena, quando as provisões rotineiras ainda eram maravilhosas, e as incríveis “bênçãos comuns” eram motivo de gratidão, recebi um e-mail do meu vizinho do Nepal. Assok tinha uma boa notícia…“Jenuan, você viu aquelas caixas sobre as mesas na garagem? Chegam duas vezes por semana. São donativos que um supermercado envia porque estamos morando numa residência para missionários. Vem carne, pão, frutas, verduras, ovos e outras coisas. Somente a carne é limitada a um pedaço. O resto pode pegar quanto quiser”.
“Graças a Deus! Que Maravilha! Vai aliviar o orçamento”. E comecei a aproveitar a bênção, com alegria e gratidão. Ás vezes, agradecendo enquanto recolhia os mantimentos. Nas terças a bênção tem um toque especial. Chega somente pão,  mas os sacos são postos no hall superior em frente às portas. Um dia desses fiz uma surpresa para Aline. Ela ainda não sabia os detalhes sobre essas doações. Abri a porta e chamei para fora do apartamento – isso significou um breve tour num freezer, mas tudo bem. Foi por uma boa causa. Ela foi até a mesa e pegou alguns pães... “Lembrei do Maná... e do Semeador... não esqueça de dizer que a idéia foi minha”.... Está dito!
Os mantimentos ficam expostos até o fim do dia. Então, a família responsável pela limpeza toma providência para que tudo fique limpo. Zelador para condomínio particular aqui é um luxo que poucos podem pagar. Uma noite, vi uma vizinha limpando as mesas. O esposo dela estava doente e me ofereci para ajudá-la. - “Onde coloco essas caixas?”.  - “Ali tem um depósito para lixo orgânico”. Tendo já visto tanta escassez nesse mundo, foi difícil  jogar todas aquelas caixas cheias de alimento no lixo. Eu ainda não tinha caída no pecado da acomodação. A bênção dos donativos ainda me impressionava. E para mim a providência de Deus e o lixo não combinam.
Passados alguns dias, uma manhã abri a porta do apartamento e lá estava o bendito saco de pão. Dirigi-me à mesa e comecei a examinar os vários tipos. Olhei, escolhi, peguei um e voltei. De repente, notei que algo havia mudado em mim. A gratidão que antes brotava ao ver os mantimentos já não tinha a mesma intensidade. Mas isso não foi o pior. Na diminuição da gratidão, vi as primeiras sementes da ingratidão. Como a natureza, nossos coração aborrece o vácuo. Quando o bem recua, o mal ocupa seu lugar. E de novo a experiência do maná no deserto me veio à mente. E me vi como um daqueles murmuradores que chamaram de “pão vil” o alimento que vinha do céu. Como ter sido doído ao coração do Senhor ouvir tais palavras... E como um pai rejeitado por seus filhos o Senhor sentiu profundamente... “É isso que mereço de vocês? Milagrosamente lhes mantenho cada dia neste deserto. O que seria de vocês sem esse maná rotineiro maná? Vocês poderiam comprar e estocar alimento para essa multidão? Já pensaram no trabalho que teriam para conservar esse alimento fresco e transportar todo o peso através desse deserto? Se estou repetindo o mesmo cardápio é porque é isso que vocês precisam. A rotina que vocês aborrecem é a minha provisão para sua sobrevivência. Cada dia lhes dou um banquete, mas vocês desprezam a minha benevolência”.
  Porque nos achamos merecedores dos favores do Senhor, muito facilmente nos movemos da alegria da gratidão para a amargura da ingratidão. Deus maravilhosamente mantém a rotina das mesmas bênçãos: o sol nosso de cada dia, a casa nossa de cada dia, a saúde nossa de cada dia, os livramentos nossos de cada dia, o pão nossos de cada dia. São coisas rotineiras, mas são dádivas maravilhosas que os Senhor no concede. São favores especiais de um Deus fiel, fonte de todo bem. Mas nós nem sempre vemos assim. Pensamos que as coisas tem que assim, como se a as provisões divinas que nos mantém cada dia  fossem fruto do acaso. Olhe ao seu redor e verá que as coisas não tem que assim. Pergunte a que não tem os mesmos privilégios que você tem e verá que até uma simples fatia de pão não aparece do nada sobre a nossa mesa.
Que o Senhor, continue tendo paciência conosco, e não leve em conta a nossa ingratidão.  Que Ele não nos retire as bênçãos rotineiras, mas mantenha por muito tempo esse ciclo maravilhoso de dormir, acordar, comer, trabalhar, adorar e continuar... continuar  se maravilhando com cada pequena demonstração do se cuidado paternal.
“Perdão, Senhor, por não lhe dar graças em tudo. Mais uma vez, perdão, Senhor!”
A serviço do Mestre,
Pr. Jenuan Lira