quarta-feira, 8 de maio de 2013

A VERDADEIRA TRISTE PARTIDA


“O seu pensamento íntimo é que as suas riquezas serão perpétuas e, as suas moradas, para todas as gerações; chegam a dar seu próprio nome às suas terras. Todavia, o homem não permanece em sua ostentação; é, antes, como os animais, que perecem ” 
(Salmo 49:11-12).

     Sempre me emociono com a Triste Partida de Patativa do Assaré. Os versos expressam a terrível tristeza que consome a alma de uma família nordestina castigada pela seca. Esperam ansiosamente até o mês de março, mas as chuvas não chegam. Desesperado, ameaçado pelo pavor da fome e da sede, o pai decide vender suas terras, que são adquiridas por uma ninharia por um fazendeiro sem coração. Sem mais esperança, decidem deixar o local que tanto amam, a fim de tentar a sorte no sul do país. Em linguajar simples, o pai comunica à família a triste decisão.


“Nós vamo a São Palo, que a coisa tá feia;
 Por terras aleia
 Nós vamo vagá.
 Se o nosso destino não fô tão mesquinho,
 Pro mêrmo cantinho
 Nós torna a vortá”.

          Por mais triste que seja a partida de Patativa do Assaré, nem de longe se compara com as manchetes internacionais sobre a morte de Hugo Chavez, acontecida na semana passada.  Conforme o general que testemunhou os últimos momentos de Chavez, sua últimas palavras foram: “Eu não quero morrer. Por favor não me deixe morrer”. Assim, em agonia, Chavez seguiu o caminho de todos os homens.

       O general Hugo Chavez era um homem poderoso. Lutou contra potencias mundiais e desafiou os seus oponentes. Seguindo na contramão da historia, estabeleceu sua ditatura sobre a Venezuela, neutralizando todas as possibilidades de perder sua posição de chefe de Estado. Mesmo sabendo da gravidade da sua doença, enfrentou mais uma eleição presidencial no ano passado. Desafiava os próprios médicos fumando escondido. Mas quando chegou o dia da sua morte, Chavez partiu como qualquer mortal. Toda sua riqueza, fama e carisma foram inúteis, pois na batalha contra a morte nenhum homem sai vitorioso.

          O horror de Chavez na hora da morte se assemelha a outros casos de homens famosos e arrogantes, zombadores de Deus, que partiram em desespero como foi o caso de Voltaire, que morreu na mais profunda agonia, tanta que a enfermeira ao seu lado disse: “Nunca mais quero ver a morte de um ateu”.

           Por pior que seja a idéia, o fato é que todos partiremos um dia, e sem possibilidade de volta. Somos todos retirantes neste mundo, seguindo em rumo da eternidade. Não importa quem somos, nem o que temos. A morte em breve baterá à nossa porta. O dia não sabemos, mas é certo que chegará. Por isso, devemos estar prontos.

             O Senhor Jesus contou a parábola do rico insensato, que se sentia tranquilo por causa dos bens adquiridos. Mas antes que pudesse desfrutar das riquezas materiais, eis que Deus lhe pediu a alma, e ele não estava preparado. Partiu para vergonha e horror eternos.

           Embora seja verdadeiramente triste a partida dos retirantes nordestinos para as “terras do sul”, nem de longe se compara à tristeza da partida de uma pessoa que segue para a eternidade sem a salvação em Cristo. O pai desesperado da poesia de Patativa ainda nutre um leve esperança de trazer sua família “pro mermo cantinho”. Mas quem segue para a perdição eterna jamais voltará para o seu cantinho. Parte em desespero, para viver em eterno desespero.

         Como está sua vida? Se hoje Deus lhe pedir a alma, como você partiria?

“Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma?Mateus 16:26

A serviço do Mestre,

Pr. Jenuan Lira
 

Nenhum comentário: