terça-feira, 26 de abril de 2011

O PODER DA RESSURREIÇÃO

“Quem nos removerá a pedra...?”. Esse era o pensamento perturbador que ocupava as mentes das mulheres que cedo sairam para colocar ervas aromáticas no corpo de Jesus. Desconhecendo o milagre ocorrido da ressurreição, elas temiam que a enorme pedra encerrasse para sempre, em profundo silêncio, a influência de Jesus no mundo.
Em tempos modernos, outras pedras enormes também foram colocadas entre Jesus e o mundo. Um exemplo digno de nota é o caso das nações comunistas, cujos governantes se empenharam por destruir toda e qualquer lembrança da fé cristã na sociedade. Conseguiram certo progresso no seu intento, mas nunca conseguiram destruir a lembrança da ressurreição.
O caso da Antiga União Soviética é bem interessante. É realmente um mistério que o significado da páscoa tenha resistido ao longo dos 70 anos de opressão comunista. Muitos pastores foram exilados e executados, centenas de igrejas destruídas, Bíblias foram banidas e a celebração do natal foi abolida em toda nação. No entanto, misteriosamente, a lembrança da Páscoa jamais se extinguiu.
O apego e respeito às tradições, a própria vida sofrida e o desejo espiritual da alma humana são os fatores que, humanamente, explicam a sobrevivência da lembrança da ressurreição de Cristo em terras soviéticas. Não que houvesse cultos ou festejos públicos, mas havia um reconhecimento generalizado de que um dado domingo era o domingo de páscoa.
A força da ressurreição pode ser vista ainda mais nos atuais países da comunidade soviética. Quando chega o domingo de páscoa, é muito comum as pessoa nas ruas, nos metrôs e nos restaurantes se saudarem com as palavras: “Jesus ressuscitou”. Ao que o outro responde: “É verdade, Ele ressuscitou”. Por incrível que possa parecer, a atmosfera pascal é muito mais marcante nesses antigos países comunistas do que nas muitas nações ditas cristãs.
O comunismo passou, assim com passarão todas as edificações da mente humana. Lênin e Stalin são hoje uma vaga lembrança, mas a fé cristã segue firme, pois CRISTO RESSUSCITOU.
Nem pedra das mulheres, nem as muralhas dos homens puderam impedir a manifestação e poder do Cristo ressuscitado. Nessa certeza continuamos, sabendo que “ O Deus não somente ressuscitou ao Senhor, mas também nos ressuscitará a nós pelo seu poder” (1Co 6:14).

A força da ressurreição é um estímulo para a continuidade do nosso ministério missionário. O mundo é certamente frio e incrédulo, mas a vitória de Cristo sobre a morte tem poder de aquecer o coração e produzir vida de entre os mortos. Jesus triunfou. O evangelho triunfará.

A serviço do Mestre,

Pr. Jenuan Lira.

terça-feira, 19 de abril de 2011

ATIRADOR NOS MASSACRA NO RIO DE JANEIRO,

Estamos perdidos. O terror de que ouvíamos distante, agora está próximo, muito próximo. Em um instante, aconteceu o inacreditável, e vimos o mundo desabar sobre nós... perdemos filhos, netos, irmãos, sobrinhos, primos e amigos, e quem seria capaz de avaliar tamanha perda? Vidas foram ceifadas e nada pode ser feito para reavê-las. Para o homem, a morte consumada é batalha perdida. Em plena luz do dia, fomos atingidos na cabeça e no tórax, covardemente, sem chance de defesa. É certo que poderia ter sido pior, mas isso não interessa agora. Não é momento para falarmos de probabilidades, somente da dura realidade. Se tivêssemos perdido apenas um dos nossos pequenos companheiros, teríamos motivo bastante para o abatimento e o profundo lamento que se alastrou pelo país. Com a alma sangrando, olhamos para a triteza das famílias enlutadas, e nos apavoramos ao lembrar que também temos filhos na escola e temos loucos por perto. Assim, contemplamos os nossos e tememos sequer ousar a pergunta: ‘e se...’? Como não foi, uma brisa leve de alívio sopra sobre nós, mas não tanto ao ponto de debelar completamente o calor interior, pois, embora não possamos dimensionar exatamente o tamanho da dor dos que estão vivenciando a tragédia, a solidariedade que nos une, também nos leva a dividir com eles a carga... “Misericórdia, Senhor... Tu mesmo disseste que a iniquidade haveria de se multiplicar, mas, Senhor, não imaginávamos que chegaria a tanto... ”!
Com razão, o mundo se abala, e a nossa presidente não consegue conter o choro. Atordoadas, nossas autoridades olham para o vazio, perdidas na tragédia. O que fazer? Ficaremos de mãos atadas? Certamente, é cedo para tentar achar uma resposta, mas haverá alguma? Isso não sabemos com certeza, mas um tenebroso pressentimento nos leva a pensar que tal resposta, se houver, não será boa.
Em momentos de tragédias se revelam nossas virtudes e fraquezas, tanto no âmbito particular como coletivo. E nesta, os noticiários, que são reflexos da sociedade, anunciam que nossa situação é mais grave do que pensamos, pois, ao noticiar a tragédia dos meninos de Realengo, também anunciam que, além de entorpecidos, somos insensíveis, sensacionalistas, interesseiros, avarentos, aproveitadores. Eis a mensagem subliminar que os nossos âncoras e repórteres nos passam, em sua grande maioria. Obviamente, não falam assim explicitamente diante das câmeras, mas não precisamos falar para comunicar o que queremos. Quem não percebe um perverso sensacionalismo e repulsivo oportunismo na forma como as informações são empacotadas e dadas em conta-gotas, cada uma com uma pitada de suspense, com o fim de segurar a audiência e vender os produtos dos anunciantes? Particularmente, chego a pensar que a televisão fatura mais quando faz anúncios comerciais entre as notícias trágicas. Seria demais pensar assim? Pode até não ser, mas a impressão é de que assim o é.
Concordo que a linguagem pode ser dura, mas o que vi num site brasileiro bem conhecido, confirma essa denúncia. Na sua página de abertura, onde fotos comentadas surgem em sequência, havia um notável o disparate. Foto 1: o atirador carregando a arma; foto 2: adolescente sangrando à porta da escola; foto 4: garoto reproduzindo as palavras do assassino; foto 5: mãe exibindo foto da filha que fora morta. As fotos surgem de modo chocante, fazendo o expectador reviver com tristeza e compaixão o massacre das crianças. Mas, enquanto 4 fotos apresentam o massacre dos alunos, a foto 3, sutilmente, massacra o visitante do site, pois em meio à dor, lágrimas, sangue e desespero, surge “inocentemente” o anúncio: Grupon: hotéis e pousadas com preços promocionais para seu final de semana. Como é possível?
Tenho assumida aversão pela propaganda enganosa que vende amenidades como se fossem realidade. Mas poderia ser um pouco mais tolerante, usando um termo “politicamente correto”, se ao menos houvesse respeito pela dor dos que perderam saus crianças. Não acho que todo mundo deveria cancelar seu passeio por causa do massacre no Rio. Mas as agências de propaganda deveriam ao menos ter a sensibilidade de separar as coisas. Contudo, não somente não fazem, como dão impressão de usar a tragédia para vender melhor seu produto. A mensagem é clara: “12 crianças mortas são uma boa deixa para vender um pacote turístico. A nação está abaalda... você já viu? Então, esqueça. Você precisa mesmo é de um um final de semana bem legal, e nós temos os melhroes preços! É difícil engolir a mensagem sem sentir nâuseas.
Eis por que estamos perdidos. Não é a violência que me preocupa, mas a cosmovisão que pela qual a sociedade inteira vive, maniestada tão bem na mídia. Essa cosmovisão tem como pressuposto elementar o materialismo e o ateísmo, tópico que faz parte dos currículos escolares. Tal concepção está incorporada a nosso estilo de vida em todas as esferas da sociedade. Viramos as costas para Deus, semeamos a rebeldia, e agora chega o tempo da triste colheita. Aprendemos que a Palavra de Deus é um mito, pois o homem não passa de um “animal racional”. Por isso seu passado é insignificante, e seu futuro vazio. Com isso aceitamos que não existe verdade, nem moralidade, pois tudo é relativo. Neste caso, a morte ou vida também são relativas. Por isso nossas crianças morrem, por isso continuamos morrendo.
Tempos difícies... Socorro, Senhor!!

“ Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se desviar dos seus maus caminhos, então eu ouvirei do céu, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra” (2 Crônicas 7:14)

A serviço do Mestre,
Pr. Jenuan Lira.

terça-feira, 5 de abril de 2011

A LUTA DE JOSÉ ALENCAR

Esta semana o Brasil silenciou enquanto assistia ao fim da luta pela vida do ex-vice presidente José Alencar. Foi um combate ferrenho de anos contra o câncer, que demandou paciência, perseverança e superação para enfrentar as inúmeras cirurgias. Nos últimos meses, a nação acompanhava enternecida o esforço de Alencar que, decidido a não se entregar, disputava quase diariamente uma partida de vida ou morte. Para muitos, a morte de Alencar significou uma perda irreperável, que se configura quando morre um herói. Dentro do possível, acompanhei a luta de Alencar, sua coragem expressa em palavras era admirável. Mesmo sabendo que a cruel doença seguia seu curso, falava com segurança, sem mostrar medo da morte. Temia mais a perda da dignidade do que a perda da vida. Por isso, muitos encontravam nos seus pronunciamentos alento e forças para prosseguir diante das adversidades da vida. Além da morte de Alencar, particularmente lamento o fato de que a principal mensagem de Alencar passou despercebida. Assim como o Brasil lhe ouvia em vida, também deveria ouvi-lo na morte. Pois a principal comunicação de um homem se articula, não pela sua vida, mas pela sua morte. Salomão dizia que preferia ir à casa onde havia luto, do que à casa onde havia festa. A festa diverte, mas a morte ensina. No entanto, poucos querem ouvir suas lições, pois preferem viver na doce ilusão, a encarar a dura realidade. O fato é que a morte está no caminho de todo vivente, e ninguém sabe o seu dia. Por isso, cada pesoa deveria estar preparado para enfrentá-la. No Salmo 90, Moisés reflete sobre a brevidade da vida, e diz que a existência do homem é comparável à relva que viceja e floseresce pela manhã, mas à tarde murcha e seca (v. 6). Por isso, ele pede ao Senhor que lhe ensine a contar os seus dias, para que alcance coração sábio, e não se perca com a aparente segurança que este mundo oferece. Como Alencar e tantos outros, ricos ou pobres, notáveis ou esquecidos, grandes ou pequenos, um dia também chegaremos ao limite da nossa existência. Por isso devemos estar sempre prontos para a eternidade, certos de que, indenpendete de quando seja o nosso dia, estaremos prontos para partir para a eternidade, seguros pela nossa fé exclusivamente depositada na pessoa de Cristo. A serviço do Mestre, Pr. Jenuan Lira.