sábado, 28 de março de 2015

ACIDENTE AÉREO E A RESSURREIÇÃO DE CRISTO:
A VERDADE QUE TERIA SALVO MUITAS  VIDAS


            O mundo está chocado com as notícias do acidente aéreo nos Alpes franceses. Ao que tudo indica, o jovem copiloto Andreas Lubitz, 27 anos, teria deliberadamente provocado a queda da aeronave, matando 150 pessoas. Aproveitando-se de uma breve saída do capitão, Andreas teria acionado os mecanismos que fazem o avião perder altitude. Pelo que se sabe, o piloto tentou usar abrir a porta usando até um machado, que é parte do equipamento de segurança do A320. Infelizmente a tentativa falhou e desastre não pode ser impedido.
                Em busca das causas para a decisão do copiloto, a hipótese mais plausível sugere que o rapaz, há alguns anos lutando com uma depressão profunda, deve ter levado a efeito seu plano suicida movido pelo desespero que lhe sufocava.
                Quando a depressão domina nossa alma as trevas da desesperança e apatia passa a nos consumir. Fundamentalmente, a depressão, independente da causa, está ligada à incapacidade de vislumbramos uma saída para nosso estado de tristeza. Nessa condição, entramos num espiral descendente, como se estivéssemos em queda livre num buraco negro, uma estrada tenebrosa que não tem volta, nem o menor vislumbre de um pequeno raio de luz.
                Enquanto considero no peso do desespero que levou Andreas a provocar tantas mortes, volto meus pensamentos para o desespero dos discípulos de Cristo, naqueles três dias negros que se passaram entre a morte e ressurreição do SENHOR. Poucos dias antes, Pedro afirmara: “Eis que nós tudo deixamos e te seguimos.” (Marcos 10.28). E era verdade. O discipulado de Cristo tinha exigido tudo deles. Mas agora a cruz parecia um obstáculo intransponível. Todas as ondas de esperança tinham se despedaçado na praia do calvário. Não havia para onde ir, nem o que pensar. Foi bom enquanto durou, mas agora tudo parecia como se tivessem vivido um sonho lindo, mas nada, além disso. O sonho acabara e eles despertaram para uma realidade cinzenta e sem perspectiva. Assim continuaram naquele triste final de semana, até que no primeiro dia da semana, logo cedo, receberam a incrível notícia trazido por Maria Madalena: “Vi o Senhor” (Jo. 20.18).
                Paulo fala sobre o poder da ressurreição e o relato dos Evangelhos e de Atos mostra o impacto desse fato na vida dos discípulos. Tudo confirma quão incrível poder teve a ressurreição de Cristo na vida dos seus discípulos. A partir do momento em que viram o sepulcro aberto e os lençóis vazios, os discípulos nunca mais foram os mesmos. A vida continuava difícil, a rejeição e o desprezo permaneciam, escárnio, zombaria, prisão e morte passaram a fazer parte da sua rotina, mas aqueles homens se tornaram invencíveis por causa da certeza trazida pela ressurreição. Imediatamente eles começaram a compreender as Escrituras, e reconheceram que a antiga promessa do Redentor havia realmente se cumprido. Deus provara Sua fidelidade, confirmando a Palavra falada pelos profetas desde Moisés até João Batista. Era tudo verdade. Deus estava presente conduzindo a história e havia feito chegar a “plenitude dos tempos”. Como saber? Maria Madalena diria: “Vi o SENHOR”. Imediatamente as trevas do desespero foram para sempre banidas das suas almas. Eles agora sabem que a morte e o mal receberam um golpe fatal. Jesus ressuscitou, a vida tem outro sentido! Ele é tudo que disse ser. Ele é o Filho do Homem. Ele é o SENHOR.
                Salomão diz que “a esperança que se adia faz adoecer o coração”., e não podem só como negar esse fato. Mas isso não é tudo, pois o verso continua dizendo: “ mas o desejo cumprido é árvore de vida” (Provérbios 13.12). Ao que tudo indica, o acidente aéreo da última semana é mais uma prova do poder destrutivo do desespero que fez adoecer um coração. Submergindo num oceano de trevas, Andreas, como tantos outros, decidiu se lançar nos braços da morte. Em outras palavras, a falta de esperança matou 150 pessoas.
                Distantes da Fonte Viva de Esperança os homens lutam até certo ponto, mas terminam cansados. Olham a sua volta e não conseguem ver nada além daquilo que causa desespero. Acham que o mal venceu, pois desconhecem Aquele que venceu a morte.
                Não sabemos o tipo de angústia que afligia a alma de Andreas, mas certamente a história teria sido diferente se ele pudesse ouvir a voz do SENHOR Jesus afirmando: “Estas coisas diz o primeiro e o último, que esteve morto e tornou a viver: Conheço a tua tribulação… Não temas as coisas que tens de sofrer” (Apocalipse 2.9-10).
                Não existe dor que o SENHOR não conheça, não existe mal que Ele não vença!
                Jesus está vivo! Nossa Esperança é Real!

                A serviço do Mestre,
                Pr. Jenuan Lira.


terça-feira, 24 de março de 2015

OS PERIGOS DA BABILÔNIA


                Mais um marco na história depravada do nosso país foi fincado com a cena do beijo homossexual protagonizada  pelas anciãs Fernanda Montenegro e Nathália Timberg. A ousadia do mal não reconhece barreiras éticas nem morais e avança sem o menor pudor.

                Ao ouvir os rumores do ocorrido, fui tomado por duas sensações diferentes: repúdio e espanto. O repúdio deve-se à feiura e inadequação da cena, especialmente por ter sido representada por duas senhoras com mais de oitenta anos. Quando anciãos se tornam modelo de anarquia, podemos dizer que já se desfez a fibra moral de uma sociedade. Mas o espanto deve-se à reação da comunidade evangélica, que às vezes age intempestivamente sem levar em conta a malignidade do pecado.

                Quando me refiro ao espanto com a reação evangélica, estou querendo dizer que a multiplicação mal nos últimos dias não deveria nos assustar tanto.  O que se pode esperar de um mundo que “jaz no maligno?”.  Nisso me uno a Jó que pergunta: “Quem da imundícia poderá tirar coisa pura? Ninguém!” (Jó 14.4).  A cena moralmente agressiva é apenas a ponta do iceberg. Coisas piores estão por vir. Por isso, não entendo bem a reação de alguns com suas notas de repúdio e campanhas de boicote à rede globo. Deixar de consumir o material corrompido da rede globo e de outras emissoras deveria ser parte da rotina normal de todos os lares cristãos. Campanha de abstinência só faz sentido se ainda desperdiçamos nosso precioso e escasso tempo com as futilidades da televisão.

                Existe uma armadilha do inimigo que às vezes nos pega: a tentação de viver em combate constante contra as ‘novidades do mal.’ Já fui vítima dessa isca e por isso hoje sou mais cauteloso. Quando aparecia uma novidade maligna eu corria no meu zelo mal orientado comprando materiais de combate e gastando muito tempo em desarticular a armadilha diabólica. Isso terminava consumindo minhas energias e me deixava desgastado para me aprofundar na verdade. Conheço um caso triste de um palestrante que resolveu se tornar autoridade no combate ao homossexualismo, mas infelizmente terminou caindo nessa armadilha, chegando a abandonar a família e a fé. Devemos estar atentos aos riscos do mal, mas somente até certo ponto, pois o conhecimento profundo do mal pode nos contaminar. Além disso, espalhar demais a podridão do mal pode ter o efeito de contaminar aqueles que ainda não tinham sido despertados. Juntar os evangélicos e sair em passeata contra o homossexualismo pode ser a melhor forma de dar visibilidade à causa gay e entrar num embate inútil.

                Então, deixamos o pecado de lado e nos tornamos presa fácil das suas artimanhas? Absolutamente, não! A capacidade de discernimento para detectar o mal deve ser aguçada em cada cristão. Mas devemos usar outra estratégia. Pessoas que trabalham na investigação de dinheiro falso não vivem estudando cada cédula falsificada que aparece no mercado.   Estudam com afinco as características das cédulas verdadeiras: textura, cor, marcas ocultas, formas e desenhos, etc. Quem conhece o certo, logo identificará o errado.

                Creio que já fui claro o bastante, mas prefiro enfatizar para evitar equívocos: Conheçamos e prossigamos em conhecer a Cristo! Para enfrentar as trevas, Ele é a Luz; para enfrentar a mentira Ele é a Verdade; para enfrentar a morte, Ele é a Ressurreição e a Vida. Nele estão ocultos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento (Colossenses 2.3). Conhecendo a pureza e santidade de Cristo podemos assumir a postura do salmista que afirmava  “não porei coisas injustas diante dos meus olhos” (Salmo 101.3). Se esse for o nosso estilo de vida, estaremos livres da Babilônia e de todos os demais materiais contaminados que chegam a nós até mesmo por meio de jornais e informativos em geral. Não precisamos de campanha contra a Babilônia, precisamos de coerência com aquilo que cremos.

O bem é o melhor antídoto para conter o mal (Romanos 14.21). Onde a Verdade se instala a mentira não impera. Lutar contra a Babilônia em si não é a melhor estratégia, pois os homens são peritos ‘inventores de males’ (Romanos 1.30). Quando a Babilônia sair de cena, outro ‘império do mal’ vai se levantar, exatamente como foi representado na estátua que apareceu no sonho de Nabucodonor, antigo imperador babilônico em Daniel capítulo 2. Nas diferentes partes da estatua composta de vários materiais se representavam os impérios que sucederiam ao babilônico, incluindo o último, que é o império do Anticristo. Mas a parte mais interessante do sonho não foi a grandeza da estátua, mas a pequena Pedra que, cortada sem auxílio de mãos,  feriu a estátua, a partir dos pés, esmiuçando cada reino anterior, os quais se tornaram como “palhas das eiras no estio... e o vento os levou, e deles não se viram mais vestígios.” Quanto à Pedra, “tornou-se me grande montanha, que encheu toda terra”.  “... E a Pedra era Cristo” (1 Coríntios 10.4).

Irmãos, corramos para a Rocha, Ele tomará conta da Babilônia.

A serviço do Mestre,

               Pr. Jenuan Lira

sexta-feira, 13 de março de 2015

NO CORREDOR DA MORTE

“Louco, esta noite te pedirão a tua alma;
e o que tens preparado, para quem será?” (Lucas 12.20)


                Nusakambangan é uma bela ilha localizada perto de Java, na Indonésia. Um lugar bonito, tranquilo e seguro. Mas os que moram na ilha preferiam não estar lá, porque essa ilha tem um apelido pavoroso: “ilha das execuções”. Presos da Indonésia que são condenados à pena de morte são transferidos para Nusakambangan para aguardar o dia da execução.
                Como acontece com muitos condenados à morte, uma vez sentenciados, tornam-se mais religiosos. Por isso dentro das prisões, sete ao todo, foram construídas uma capela, um templo budista e uma mesquita. O clima na ilha é sempre harmonioso, “exceto quando chega a hora das execuções”, declarou um padre irlandês. Lamentavelmente a triste história do carioca Marcos Archer, fuzilado no último mês de janeiro, não fugiu à regra. O padre que o observou nos últimos momentos deu o seguinte relato: “A execução aconteceu à meia noite e trinta minutos, como tem sido ultimamente. Horas antes da morte, Marcos estava em prantos e absoluto desespero. Não fui permitido chegar perto dele... quando o pegaram na cela, ele estava tão apavorado que chegou a defecar na própria roupa.”
                O desespero diante da morte é a regra ou seria possível enfrentar esse momento com serenidade e antecipação? Tive um amigo no corredor da morte. Não cometeu nenhum crime, muito ao contrário. A morte se aproximava devido a decadência ‘normal’ que o passar dos anos traz a todos os homens. Quando o visitei pela última vez, ele já não conseguia ficar em pé, e escutava com grande dificuldade, pois já chegava aos oitenta. Com a mente lúcida como sempre, continuava pregando semanalmente. Sentava-se numa cadeira perto do púlpito, e por cerca de uma hora expunha a Palavra de Deus. Era um homem conhecido e muito requisitado para a conferências. Por isso, certa vez um pastor, também amigo meu, o ligou a fim de convidá-lo para vir a sua igreja para um evento que correria dentro de dois anos. A resposta do meu velho amigo foi interessante: “Pastor, agradeço o convite, mas nessa data espero já estar na glória.” E assim foi. Não demorou muito, e a alma do meu amigo foi requerida. Ele não tinha falsa ilusão sobre sua permanência nessa vida, nem estava buscando isso. Sabia que estava no ‘corredor da morte’, que, no seu caso, era também o ‘corredor da glória’.
                Não existe homem forte diante da morte, mas o desespero não precisa ter a palavra final. Eu nunca morri (vocês não estão lendo um texto escrito do além...acreditem!), mas observando histórias de morte, tanto na Bíblia como fora dela, parece-me que a angústia maior não é tanto a morte em si, mas a incerteza do que vem nos espera além do túmulo. As trevas da morte são terríveis, mas não são desesperadoras, quando temos certeza de que o sol vai brilhar do outro lado. Estêvão, o primeiro mártir cristão, teve uma morte sofrida. Foi apedrejado. Mas nos seus últimos momentos, ao invés de desespero, ele ergueu os olhos ao céu e viu a glória de Deus e Jesus, que estava a Sua direita, e disse: “Eis que vejo os céus abertos e o Filho do Homem, em pé à destra de Deus.” (Atos 7.56). Enquanto recebia as últimas pedradas, Estêvão dizia: “Senhor Jesus, recebe o meu espírito.” Depois, ajoelhou-se, orou pelos seus executores e “adormeceu.” Que cena linda, que vitória, que esperança, que diferença! Dirigido pelo Espírito Santo, Lucas evita o verbo morreu e diz que Estêvão adormeceu. Morrer é terrível, mas dormir é bom. Quem dorme no Senhor descansa, restaura as suas forças, e acorda com o brilho radiante do “Sol da justiça, trazendo salvação nas suas asas” (Malaquias 4.2).
                Certa vez, Jesus foi perguntado acerca da morte de 18 pessoas sobre quem uma torre havia desabado. Esquecendo os mortos, e se dirigindo aos vivos, Ele disse: “Pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus, por terem padecido estas coisas? Não eram, eu vo-lo afirmo; se, porém, não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis (Lucas 13.2-3).
                Em um aspecto bem real, todos, sem exceção, estamos no corredor da morte. Mas será que podemos afirmar que o caminho da morte será o caminho da glória? Um dia, cedo ou tarde, os portais da eternidade se abrirão e a  nossa alma será requerida. O corpo voltará à terra, de onde veio, e alma se apresentará diante de Deus, que o deu (Eclesiastes 12.7).  Esse é o nosso caminho, e não podemos fugir da realidade. Achamos que só chega o dia dos outros, mas esquecemos que um dia ‘os outros’ seremos nós, e “se não vos arrependerdes todos igualmente perecereis.”
                Não interessa o dia. Se tivermos verdadeiramente nos arrependido, colocado nossa fé verdadeiramente em Cristo Jesus, o Cordeiro de Deus que foi morto pelo nossos pecados, e ressuscitou para nossa justificação, a estrada da morte se converterá na estrada da vida, pois Cristo disse: “Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida.” (João 5.24).

                A serviço do Mestre,
                Pr. Jenuan Lira

  

sexta-feira, 6 de março de 2015

ESTRADA DA VIDA

Este é o mal que há em tudo quanto se faz debaixo do sol: a todos sucede o mesmo; também o coração dos homens está cheio de maldade, nele há desvarios enquanto vivem; depois, rumo aos mortos.” (Eclesiastes 9.3)

“Nesta longa estrada da vida / Vou correndo e não posso parar
Na esperança de ser campeão /Alcançando o primeiro lugar
Na esperança de ser campeão /Alcançando o primeiro lugar
Mas o tempo cercou minha estrada/ E o cansaço me dominou
Minhas vistas se escureceram/ E o final da corrida chegou”


                Um artista nunca morre só. Com ele segue um pouco de cada homem, e muitos sonhos, emoções, ilusões e esperanças descem com ele à sepultura.  Foi isso que ocorreu semana passada (03/mar) com a morte repentina do consagrado cantor sertanejo José Rico, aos 68 anos, de parada cardíaca.
                Como todo verdadeiro artista, José Rico conseguiu por mais de 30 anos exprimir pela sua música os receios, anseios e devaneios que se abrigam na alma. Essa é função do artista: comunicar por meio da arte a realidade profunda do coração humano, sendo um representante de cada homem. Todos sentem,  mas somente o artista consegue expressar o sentimento.
                Fernando Pessoa disse que o artista é um fingidor e um sofredor, pois ‘às vezes finge ser dor, a dor que deveras sente.’ Concordo plenamente. O artista tem obsessão pela eternidade, mas vive sob o peso da brevidade. José Rico tinha um sonho de seguir na longa estrada da vida, mas sabia  que embora correndo na expectativa de que seria um campeão estava fadado à derrota, pois na luta pela vida, a morte sempre ganha (Eclesiastes 8.8). Foi assim que José Rico precisou encarar relutantemente a dura realidade de que a estrada da vida estava se acabando, o cansaço se tornou insuportável, os olhos perderam o brilho e foi preciso encerrar a corrida presente para iniciar a corrida eterna.
                A dor do artista é a dor de todo homem. Enquanto dentro de nós algo clama por vida, sabemos que nossos pés se dirigem para a morte. Estamos em queda livre em direção à eternidade, e em nós mesmos não há força para evitar o fatal destino. Mais cedo ou mais tarde o tempo vai cercar nossa estrada, e a primeira parte da corrida chegará ao seu fim.
                Infelizmente, por indomável força da corrupção do pecado, a arte anda muito perto da ilusão. Ao mesmo tempo em que nos alerta para o final da corrida, não nos desperta nem informa sobre o que se segue depois que uma pessoa cruza os portais eternos. E na verdade, nem pode, pois o conhecimento da eternidade, a segunda metade da corrida da vida, não se conhece por meio da sensibilidade do artista, mas por revelação do Criador. O artista nos avisa que a estrada está acabando, mas não pode nos oferecer alento e certeza para o além-túmulo. Tudo o que ele sabe que em breve terá que assumir que “o final da corrida chegou”, quanto ao que se segue o que resta é um pavoroso silêncio.
                O final da corrida de José Rico é semelhante ao que acontece com todo homem. Mesmo sabendo que ‘tudo passa rapidamente e nós voamos’ (Salmo 90.10), preferimos investir tudo na breve corrida da vida, como se fôssemos continuar correndo para sempre. Pelo que se sabe, o nome José Rico, pseudônimo para José Alves dos Santos, era mais uma ilusão da arte, pois ele não era um homem realmente rico. No entanto, José Rico investiu muito do que tinha na construção de um castelo que tinha 100 quartos. A obra inacabada foi iniciada há mais de 24 anos e se localiza às margens da rodovia Anhanguera (SP 330), em Limeira. Perguntado sobre a razão da obra faraônica e desproporcional, José Rico respondeu: “Ali é o meu mundo. Estou construindo para mim e para meus filhos.” Entendo o artista: se aquilo era o seu mundo, então ali deveria estar seu maior investimento. O problema do artista foi não perguntar seriamente: “Ali é o meu mundo? Ali será a minha habitação eterna?” Aparentemente ele não fez essas perguntas em tempo hábil. A corrida acabou, mas a obra não... que pena!!
                Parte mais um artista, fica mais uma lição. Em Eclesiastes 12.5 Salomão nos lembra que nossos pés seguem para ‘a casa eterna’. Mas Jesus nos disse que a estrada eterna se divide em dois caminhos: um caminho largo que leva à perdição e um caminho estreito que conduz à vida eterna: “Entrai pela porta estreita (larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela)” (Mateus 7.13). Esse caminho estreito não é uma ideologia, filosofia ou religião uma Pessoa: “Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.” (João 14.6).
                A corrida do José Rico acabou, mas a sua ainda não. Mas, por favor, não espere até o último momento, quando o cansaço lhe tiver dominado. Corra para os braços do Redentor hoje mesmo, pois Ele é “manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma” (Mt 11.29).

                A serviço do Mestre,
                Pr. Jenuan Lira.