domingo, 6 de abril de 2014

AINDA SE SENTINDO... EMOÇÕES NO FACEBOOK

            As postagens iradas do profeta Jonas foram interceptadas por Deus. O Senhor sabia que o descontrole mortal do profeta tinha uma razão: um sério problema guardado no coração. O profeta não estava satisfeito com Deus. Ele não admitia que O Senhor soberanamente agisse como lhe agradava. Jonas achava que  Deus não tinha direito de ser misericordioso com os ninivitas. A ira do profeta na verdade brotava de um coração descontente com Deus. E o mais incrível: ele achava que era razoável.
            Mas, entenda-se bem: o problema não é o meu facebook, mas o meu coração. O facebook nada mais é do que a válvula pela qual escapa a pressão da minha realidade interna. Por meio dele, por exemplo, se revela o meu narcisismo. Eu me acho, eu me sinto. E se eu sinto, por que não espalhar aos quatro ventos? Assim, muitos na sua fúria incontida alimentada pela amargura de um coração “selfie” saem atirando para todo lado, esquecendo que “O insensato expande toda sua ira, mas o sábio afinal lha reprime” (Pr. 29:11).
            Infelizmente, a expressão dos sentimentos no face de muitos crentes não tem deixado nada a desejar em relação ao mundo. Ultimamente, além do mundanismo que transborda em palavras e imagens, também se veicula revolta contra as autoridades, piadas indecentes e paixões corrompidas. Alguns usam suas páginas para mandar recados e alfinetar irmãos. Outros baixam o nível e partem “prá briga”. O nome de Cristo pode ser prejudicado e Sua Igreja desprezada, mas o meu próprio nome jamais. Tudo isso me lembra o iracundo descendente de Caim que se orgulhava dizendo: “Matei um homem porque ele me feriu; e um rapaz porque me pisou o pé” (Gn. 4:23). E publicava... doa a quem doer!!!
             Dependendo do conteúdo e do sujeito a quem expressamos nossas emoções, não podemos dizer que tal expressão seja reprovável por si só. É bom se  sentir abençoado, realizado e feliz. A questão é: e quando não tiver me sentindo assim? Continuo ainda dando graças a Deus em tudo, ou me revolto contra tudo e contra todos? Lembremos que Deus é bom, quer a gente “se sinta”, quer não! Como servos de Cristo, não vivemos pelos sentimentos, mas pela verdade revelada. Por isso, devo cuidar para que usar palavras que sejam “unicamente boas para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem” (Efésios 4:29).
Se posso usar as palavra do apóstolo Paulo, gostaria de sugerir um “caminho sobremodo excelente”. Ao invés do anunciar ao mundo que estou “se sentindo” revoltado, irritado, zangado ou irado, eu deveria colocar-me diante de Deus e da Sua Palavra, analisando a razão do meu estado de espírito. Depois, pensar como a expressão de tais sentimentos trará glória a Cristo. Como estou me sentindo não importa, contanto que o nome de Cristo seja glorificado “na alegria ou na tristeza; na saúde e na doença; na adversidade e na prosperidade”. Principalmente devo perguntar: Estou buscando a glória de Deus ou querendo  as pessoas sintam pena de mim? Meu sentimento é de gratidão ou de autocomiseração?
Nesse tempo de sentimentalismo vazio, vale à pena lembrar que as nossas emoções são apenas o espelho dos desejos, valores e propósitos que povoam o nosso coração. Quando o coração está sendo regido por desejos santos, quando os nossos pensamentos íntimos estão ligados à verdade revelada sobre o nosso grande Deus, quando decidimos disciplinar a nossa mente para pensar somente aquilo que é “verdadeiro, respeitável, justo, puro e amável”, as nossas emoções serão contidas, vindo à tona somente quando ficar claro que a “alegria no Senhor é a minha força.”
A serviço do Mestre,
           

Pr. Jenuan Lira.