sexta-feira, 22 de janeiro de 2016


UMA GRANDE MENTIRA

Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira.” (João 8.44)

                Semana passada uma ‘novidade’ foi anunciada por um psicólogo da Universidade de Toronto, que revela o quanto nosso mundo perdeu o rumo moral e espiritual. Segundo o pesquisador Kang Lee, quando uma criança pequena inventa sua primeira mentira, os pais podem estar certos de que seu filho deu importante salto no seu desenvolvimento cognitivo.  O professor Lee é categórico em afirmar que atingir a ‘idade da mentira’ é algo a ser celebrado e estimulado. Crianças mentirosas tem grandes vantagens sobre as que falam a verdade.
             Nesse mundo caído e corrompido, é quase normal esperar que os conceitos bíblicos sejam rejeitados. Claro, o fato não merece ser celebrado, nem trouxe benefícios para nosso mundo. Porém,  num passado recente, mesmo com a inclinação inata de não se submeterem aos preceitos da Palavra de Deus, as pessoas, em geral, ao  menos concordavam que  mentir era errado e destrutivo. Não se seguia a verdade, mas também não se fazia apologia à mentira. Nos dias atuais, a realidade ganhou outro formato. Os formadores de opinião no meio acadêmico, e em todos as outras esferas da sociedade, não apenas ignoram a Bíblia, mas promovem por todos os meios a mentalidade antibíblica.
                 O Dr. Lee se disse surpreso ao descobrir que as crianças começam a mentir muito cedo. Se ele tivesse um mínimo de conhecimento das Escrituras já poderia ter partido desse pressuposto, pois Davi declara: Desviam-se os ímpios desde a sua concepção; nascem e já se desencaminham, proferindo mentiras.” (Salmo 58.3). Assim, em termos de observação, o Dr. Lee está no rumo. Mas, quando chega o momento de tirar implicações e dar direcionamento, o famoso psicólogo se perde completamente.
                Segundo a Bíblia, a mentira, em qualquer fase do desenvolvimento humano é sinal de degeneração, não de evolução. A mentira tem como pai o próprio Diabo, disse Jesus. Quem vive mentindo está seguindo os passos do grande Ilusionista, a Antiga Serpente, deus deste século, que cega o entendimento dos incrédulos e leva-os para longe dAquele que é o “Caminho, a Verdade e a Vida.” De acordo com a Bíblia, não existe ponto de intercessão entre a verdade e mentira, as duas são mutuamente excludentes. Mais do que isso, o destino eterno consignado aos mentirosos, grandes e pequenos, não é agradável: “Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte.” (Apocalipse 21.8) A razão disso é simples: a verdade e a mentira não tem vida em si mesmas, mas são indicações de lealdade espiritual. Conhecer a verdade, por exemplo, é mais do que apenas entender conceitos e conteúdos provados empiricamente. A Verdade é para ser seguida, pois sua essência não se encontra na observação acurada dos fenômenos. A verdade assenta-se sobre o caráter do Verbo de Deus, o Eterno Messias, que se fez homem e nos revelou verdadeiramente a natureza do Pai. 
             A exaltação da mentira na vida das crianças é apenas mais uma indicação de que nossos mundo segue sua espiral descendente de autodestruição. O professor Kang Lee está apenas colhendo mais um fruto amargo da árvore maldita do relativismo, cuja sombra se espraia sobre tudo e sobre todos. Essa inversão de valores foi anunciada pelo profeta Isaías, que também prenunciou o juízo de Deus sobre os que assim vivem: Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal; que fazem da escuridade luz e da luz, escuridade; põem o amargo por doce e o doce, por amargo!” (Isaías 5.20)
A despeito da enorme subjetividade e inclinação tendenciosa, a pesquisa está publicada como se fosse um grande achado científico... Acredite se quiser!

A serviço do Mestre,
Pr. Jenuan Lira


sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

RICHARD DAWKINS... UM MOMENTO SEM DELÍRIO

O perverso, na sua soberba, não investiga;
que não há Deus são todas as suas cogitações.” (Salmo 10.4)



                Um texto de Richard Dawkins, escrito em 2010 e “republicado” semana passada nas redes sociais, causou-me enorme surpresa. O autor do best-seller Deus, um Delírio, patrono e promotor do novo ateísmo, chega a afirmar que o Cristianismo poderia ser a nossa melhor defesa contra as formas aberrantes de religião que ameaçam o mundo. “Não existe cristão explodindo edifícios,” diz Dawkins. “Não tenho conhecimento de qualquer cristão se suicidando como homem-bomba. Não tenho ouvido de nenhuma denominação cristã que crê que a penalidade para a apostasia seja a morte.”

                Quem conhece um pouco a ferocidade de Dawkins contra toda e qualquer ideia de religião, especialmente contra a fé cristã, não pode deixar de ficar surpreso. Não estamos falando de um ateu mediano. Pelo espaço de uma geração, novos e velhos ateus tem buscado inspiração nas palestras e publicações de Richard Dawkins. Podemos afirmar que ele é o grande nome do moderno movimento de propagação do ateísmo. Sua invejável formação acadêmica e reconhecida competência argumentativa tem procurado destruir a crença na existência de Deus, e fortalecer a crença na inexistência do SENHOR. Em Deus, um Delírio (2006), Dawkins chegou a comparar a educação religiosa ao abuso sexual de crianças, concluindo que a segunda opção seria preferível à primeira. 

Dito isso, é importante uma ressalva. O texto de Dawkins seria uma prova que ele mudou para o nosso lado? Obviamente não. Não tentemos tirar leite de pedra. Sem dúvida, se tal fosse o caso muito nos alegraríamos. Não apenas pela satisfação de vermos esse pesquisador defendendo a fé que outrora tentara destruir mas, principalmente, pelo benefício eterno dele próprio. O Deus contra Quem Dawkins vive fazendo guerra é o Juiz de vivos e mortos. Cedo ou tarde, Deus e o ateu terão de se encontrar numa ‘esquina da eternidade.’ E, “Se o homem não se converter, afiará Deus a sua espada; já armou o arco, tem-no pronto; para ele preparou já instrumentos de morte, preparou suas setas inflamadas.” (Salmo 7.13) Isso seria terrível. Apesar de nos entristecermos vendo as acusações infundadas de Dawkins contra o nosso Deus, nenhum cristão ficará feliz ao ouvir que ele partira desse mundo para o juízo eterno.

 Por outro lado, a manifestação favorável de Dawkins termina sendo uma espécie de defesa da nossa fé em dois aspectos. Primeiro, a bondade e amor que permeiam os ensinamentos de Cristo e a natureza de Deus podem ser provados materialmente no próprio Dawkins. Seguramente, se ele tivesse falado contra Allá metade do que ele afirmou contra Deus, não estaria mais nas redes sociais contando a história. Os cartunistas do Chalie Hebdo que o digam. Segundo, a manifestação positiva de Dawkins comprova a veracidade bíblica de que a lei de Deus está escrita no coração de todos os homens. Essa é a única explicação para os momentos de lucidez mental, social e espiritual que podemos encontrar até no mais ferrenho dos ateus... Se o encontrasse pessoalmente diria: ‘Obrigado Dawkins, por ser a prova viva de que Deus é real’

Observando todo esse cenário, vem uma ideia: aproveitar a reação inesperada do autor de Deus, um Delírio  e escrever um texto Richard Dawkins, Um Momento sem Delírio. Gostou? Aqui está - é a própria!

A serviço do Mestre,

Pr. Jenuan Lira



terça-feira, 12 de janeiro de 2016

O TRIUNFO DA FÉ

Porém, se vos parece mal servir ao Senhor, escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao Senhor.” (Josué 24.15)

            Em 2009 uma controvertida da conhecidíssima revista Newsweek prenunciava a morte da fé nos Estados Unidos em futuro próximo. Para os que são promotores da incredulidade, especialmente o chamado novo ateísmo, representado por figuras como Richard Dawkins, autor de Deus Um Delírio, aproveitou para cantar vantagem. Porém, para a surpresa de todos e contra a anunciada tendência, o recente livro do sociólogo da religião, Rodney Stark, O Triunfo da Fé, caiu como uma bomba no arraial da descrença.

            O Triunfo da Fé é uma obra ousada, respaldada em pesquisa confiável. O autor, com indisputável propriedade, mostra que as previsões negras acerca da morte da fé no Ocidente foram grandemente exageradas. Rodney Stark explica porque a maioria dos institutos de pesquisa americanos tem figuras erráticas nas suas quantificações estatísticas. Em apoio a tal afirmação, Stark lança mão de dados mais confiáveis da Pesquisa Mundial Gallup, com mais de 1 milhão de entrevistados de 163 países, incluindo, evidentemente, nações mais desenvolvidas, tradicionalmente tidas como líderes e exportadoras do processo de secularização recente.

            Para ser honestos, antes de mais nada é preciso entender que o autor citado não é cristão, não está falando da fé bíblica, e, talvez, nem esteja satisfeito com seus achados. Sua análise diz respeito à fé de maneira genérica, em oposição ao naturalismo ou materialismo puro. Pensando na Europa, por exemplo, é fato que há muito o velho continente perdeu o interesse na fé cristã. Porém, enquanto as igrejas estão vazias, o coração das pessoas está repleto de fé mística. Como disse, não é fé bíblica, mas é fé. Curiosamente, o continente outrora louvado por ser símbolo da morte da fé, está cheio do sobrenatural. Na Áustria, 28 % acredita em adivinhação; 32 % crê em astrologia; 33 % acredita em na teoria do carma. Mais de 20 % dos suíços acreditam em reencarnação, enquanto mais da metades dos britânicos crêem em huldufolks, seres místicos descritos como elfos, gnomos ou duendes.

            Gosto de dizer que, como na natureza, no mundo espiritual também não existe vácuo. Quando os homens deixam de adorar o Deus verdadeiro, imediatamente criam deuses falsos, entres os quais estão eles próprios. (Romanos 1.18-32). Calvino dizia que o coração dos homens é um como um caldeirão fervilhando onde borbulham dezenas de ídolos. O que aconteceu ao pé do monte Sinai, quando Moisés se demorou enquanto Deus lhe entregava o Decálogo é sintomático. Tendo concluído que Deus não mais iria guiá-los por meio de Moisés, imediatamente o povo propõe a Arão: “Faze-nos deuses que vão adiante de nós.” (Números 32.1). Bezerro fabricado, inicia-se a adoração idolátrica. O povo tem necessidade de adorar, e quando deixa de adorar o Criador, passa a adorar a criatura. A idolatria como o pecado em si ‘jaz à porta’ do coração de cada pessoa.
O ponto é: o homem jamais está vazio de fé. Tal possibilidade seria negar a sua essência. Pela contingência do seu próprio ser, o homem precisa um referencial sobrenatural, um soberano a quem presta tributo e para onde se dirigem suas afeições mais profundas. Salomão diz que Deus colocou a eternidade no coração do homem (Eclesiastes 3.11), e essa chama eterna tremula no altar da adoração.  A questão não é se o homem vai adorar, mas a quem será dedicada sua devoção. A sorte está lançada. Portanto... “escolhei, hoje, a quem sirvais!

Porém, eu e a minha casa serviremos ao Senhor. Vamos juntos?

A serviço do Mestre,


Pr. Jenuan Lira