quarta-feira, 30 de março de 2011

DEUS, A RAZÃO E O TSUNAMI

Os terremotos do passado eram mais devastadores do que os de hoje. Não somente destruiam as contruções materiais, mas abalavam as fortalezas do espírito. A força descomunal de uma devastadora tsunami, como a que varreu o litoral Japonês há pouco, descompensavam a superfície da terra e causavam convulsões nas profundezas da alma humana. Foi assim em 1755, quando um terremoto, seguido de tsunami, atingiu Lisboa e o litoral do Marrocos, no norte da África. Era dia primeiro de novembro, e o resultado foi seus milhares de mortos e a oportunidade para uma onda de protestos filosóficos contra a crença em Deus. Tudo porque, antes da terra tremer, tremia a alma dos filosófos racionalistas, admiradores da “tsunami Razão”, cuja violência e terminara por designar o século XVIII como o Século das Luzes. Era uma clara contradição zombeteiro contra as crenças religiosas abraçadas ao longo da Idade Média. Entre os expoentes iluministas, estava François-Marie Arouet, o Voltaire. Endeusado por seu seu conhecimento enciclopédico, Voltaire aproveitou o desastre natural para dar vazão ao seu sarcasmo contra a crença em Deus. Em tempos de sofrimento, é fácil induzir as pessoas a duvidarem da existência, bondade e justiça de Deus. No seu livro Cândido, Voltaire zomba, por meio das suas personagens, da afirmação cristã de que Deus tem desígnios insondáveis, mas age em toda criação de modo a alcançar o melhor fim. Ao invés disso, Voltaire e seus pares defendiam a crença na Razão, a qual chegaria a resolver todos os dilemas humanos, forçando o homem a descartar a moleta da fé. Estava assim, estabelecida a falsa pressuposição da inerente contradição entre fé e razão. Nem os iluministas do passado, nem os iluminados do presente chegaram a colher os frutos prometidos que brotariam da crença no triunfo da razão humana. No máximo eles tinham “certeza de coisas que se esperam, e convicção de fatos que não se vêem”. Ou seja, Voltaire não perdeu a fé, simplesmente mudou seu objeto. E não podia ser diferente, pois a condição inerente e efêmera de cada homem exige que a fé faça parte da sua vida. Quando nos vemos acuados e humilhados por grandes infortúnios, como o que nocauteou o Japão, precisamos acreditar que ainda dá para sobreviver neste mundo. Precisamos de fé, seja em Deus, seja no homem. Uns crêem no Deus todo-poderoso, eterno, insondável nos Seus caminhos, mas justos nos Seus propósitos. Outros, crêem no homem, frágil, efêmero, previsível em seu caminhos e duvisoso em seus propósitos. Pior do que o terremoto de Lisboa foi o terremoto filosófico, pois mudou o objeto de crença. Os homens deixaram de crer em Deus e passaram a crer na razão. No entanto, não foi necessário muito tempo para ficar patente que o homem não pode salvar a si mesmo. A esperada aurora não raiou, e uma tenebrosa escuridão despencou sobre a alma humana. Dessa forma, poucos continuaram a morrer de terremotos, mas muitos morrem de desespero. A troca do objeto da crença foi um péssimo negócio. Que o mundo se console com a ilusão do otimismo da tecnologia, eu prefiro me consolar com a certeza de que “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia. Pelo que não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se projetem para o meio dos mares...” (Salmos 46:1-2). A serviço do Mestre, Pr. Jenuan Lira.

quarta-feira, 23 de março de 2011

O JAPÃO DE JOELHOS

“Ouve-se a voz do Senhor sobre as águas; troveja o rei da glória” (Sl. 29:3)

As ondas invadiram o Japão. As barreiras se romperam. As profundezas se abalaram, a terra tremeu, o inesperado aconteceu. Temos agora mais uma data que daqui para frente será um mais um memorial a recordar a impotência humana.
Dada a história constante dos abalos sísmicos em território japonês, o país é o melhor preparado para vencer a fúria da natureza. As leis são rígidas, a técnica avançada e a população conscientizada diariamente. O sistema de detecção de terremotos é o mais desenvolvido, capaz de anunciar o perigo antes que o pior aconteça. Os muros de proteção e o sistema de drenagem são verdadeiros monumentos à inventividade humana. Apesar de tudo, aconteceu. O Japão ficou de joelhos ante as poderosas ondas.
Que nação ou indivíduo pode dizer que está seguro? A ciência e a tecnologia poderá nos salvar? Será o homem, com sua endeusada Razão, capaz de tomar nas mãos o seu destino e determinar seus passos? Que nação, em termos de investimentos de proteção pode se igualar ao desenvolvido Japão? O que seus cientistas vão fazer agora? E se, antes que comecem, a terra tremer?
É certo que não podemos ir além do que “está escrito”, mas também não devemos ficar aquém. Deus é o sustentador do universo, o controlador das secas e das inundações. É Ele quem põe limites {as ondas, delimitando até onde podem chegar. De outra forma a Bíblia seria mentirosa, e nós, os mais infelizes dos homens. Seja o mar, seja um simples pardal, tudo está sob o controle da poderosa mão de Deus. Além disso, a terra, o céu e mar estão destinados a servirem como arautos do juízo vindouro. Foi assim no passado, será assim no futuro.
Todos os motivos da catástrofe nos escapam, mas muitas lições são absolutamente transparentes. A voz do Senhor rugindo numa onda de tamanho e força descomunais nos dizem: “Na verdade, todo homem, por mais firme que esteja, [é pura vaidade” (Sl. 39:5). Certamente os japoneses, conhecidos por seu espírito aguerrido, cheio de orgulho próprio, não aceitam essa verdade. A grandeza da sua tecnologia e orgulho é proporcional ao seu desprezo pelo Deus das Escrituras. Mas os fatos estão ai, e os sábios irão aprender deles. Infelizmente, o Japão é duro demais no seu orgulho. Está caído mas com a arma em punho, mostrando ao mundo que são fortes demais para solicitar ajuda internacional.
Diante da desolação japonesa, o melhor que as nações e os indivíduos fazem é ouvir a advertência do Senhor Jesus, ao analisar a queda de uma torre que matou várias pessoas. Suas palavras ecoam eternamente... “...mas, se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis” (Lc. 13:5).



A serviço do Mestre,
Pr. Jenuan Lira.

terça-feira, 1 de março de 2011

A VOZ DE JACÓ

A batalha entre os olhos e coração se resume no seguinte ditado: “O que os olhos não vêem, o coração não sente”. Será mesmo verdade? Em alguns casos, sim, mas não foi com o patriarca Isaque. A refeição que prefaciava a concessão da bênção fora preparada em tempo muito breve. Isaque não via, mas o coração sentia cheiro de engano. Por isso as perguntas... “Quem és tu, meu filho?” – “Sou Esaú, teu primogênito”! “Como é que conseguiste a caça tão depressa? ” – “Deus a mandou ao meu encontro”. A conversa era bonita, mas não inspirava confiança. Ele não podia explicar bem, mas estava incomodado. Sentindo-se inseguro, pediu: “aproxime-se, meu filho”. A pele e o cheiro batiam, então por que a dúvida? Por uma razão simples: as mãos eram de Esaú, mas a voz era de Jacó! Eis o problema. A pele e o cheiro podiam ser imitados, mas a voz denunciava o disfarce.
Sou arrebatado pela adoração comunitária. Nada é mais gostoso do que ouvir uma igreja cheia, com vozes vibrantes ... “Prá te adorar, oh!, Rei dos Reis, foi que eu nasci, oh!, Rei Jesus. Meu prazer é te louvar... ”. Que declaração profunda! Que afirmação séria e comprometedora. A única coisa que me perturba, é a dúvida que também perturbou Isaque. De quem é essa voz? É adoração ou encenação? Preciso confessar que muitas vezes meu coração fica apertado, com a sensação de que, embora minhas vistas nem sempre percebam, meus ouvidos teimam em distinguir o disfarçado timbre da voz de Jacó nos momentos de louvor.
Ouvir a voz de Jacó tentando se passar por Esaú, é ouvir a voz do engano. Tal voz comunica falta de sinceridade. É a sonorização do pecado, do disfarce, do farisaísmo hipócrita. No culto, representa a adoração mecânica feita como um fim em si mesma, que desconsidera a santa presença de Deus, o que, afinal, não é adoração em sentido algum. Um cântico entoado na voz de Jacó causa repulsa aos ouvidos do Senhor, e deveria também causar aos nossos.
O disfarce da Jacó foi feito com extremo cuidado, pois seu alvo era enganar o pai, que o conhecia tão bem. Da mesma forma é o disfarce da falsa adoração. Por isso, pode parecer temerário falar sobre a presença de muitos “Jacós” modernos participando de um culto ao Senhor. Entendo, e concordo. Esse é um terreno obscuro, pois examina as intenções do coração. Além disso, há ainda o agravante de que quando a voz de Jacó é alçada na hora do ajuntamento solene, ela é articulada na forma mais semelhante possível à de um verdadeiro adorador. Contudo, falo dessa forma, e faço a denúncia com propriedade, porque às vezes percebo que a voz de Jacó sai da minha própria boca, e isso me envergonha.
Enganamos facilmente as pessoas, e queremos fazer o mesmo com Deus. E quem assim, procede está iludindo a si mesmo, pois é impossível se disfarçar diante Daquele que conhece até as palavras que ainda não sairam da nossa boca.
Isaque foi enganado porque ele via como os homens vêem. Deus porém, não vê como os homens, os vêem o exterior, mas o Senhor vê o coração (I Sm. 16:7). Se é verdade que o Senhor é para nós tudo o que cantamos, cantemos com vigor. Caso contrário, fiquemos calados. Ficar calados para não desonrar o Senhor é pode nos levar ao auto-exame, além dos livrar-nos da ira de Deus.

A serviço do Mestre,

Pr. Jenuan Lira.

ALMA ABATIDA

“Por que etás abatida. ó minha alma? Por que te perturbas dento de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu” (Sl. 42:5,11)

Os efeitos da virose (ou dengue) se prolongaram além da conta. A semana passou arrastada, improdutiva e sem cor. Momentos de ânimo e desânimo se alternavam descontroladamente, resultando em muitas tarefas inconclusas. Aos poucos a situação foi me afetando interiormente, chegando ao ápice quando comecei a me sentir desinteressado de tudo e de todos, achando que ficar isolado era a melhor saída.
Sexta a noite, sentindo um enorme peso no corpo e na alma, sai para buscar meu filho na escola. Em certo cruzamento, enquanto esperava o sinal que demorava uma “eternidade”, notei uma mulher se arrastando próximo dos carros. Na verdade, era uma jovem que tinha apenas uma perna e estendia as mãos aos motoristas pedindo uma moeda. Sai pensando... O que teria acontecido com essa jovem que precisou amputar a perna? Onde seria sua casa? Quanto ela iria conseguir depois de horas se arrastando no asfalto? Dois quarteirões depois, encontro um jovem embriagado ou drogado cambalendo em frente dos carros, sem perceber o perigo.
Enquanto considerava em cada cena, um versículo e um cântico entraram em minha mente. O versículo foi Salmo 42:5. Por meio da Escritura, podia ouvir o Senhor me abrindo os olhos e o coração para aprender com a situação. Por que tanto desânimo, se havia tantos motivos para louvar? A semana fora difícil, mas tinha muitas bênçãos para comemorar. Muitos passariam a noite na rua, eu tinha uma casa para me abrigar. Não precisava me arrastar no asfalto pedindo esmolas, não estava indo visitar um filho no hopital, não era escravo dos vícios, e, melhor de tudo, Jesus deu a Sua vida por mim, colocando meus pés no rumo da vida eterna.
Imediatamente, transportei-me para nosso culto e podia ouvir a igreja cantando triunfante: “te louvarei... não importam as circunstâncias”. Era isso que eu precisava. Animado ou desanimado, eu deveria louvar a Deus, pois sempre há grandes motivos para bendizer Seu santo nome. Esqueci meu desânimo, e comecei a louvar, e o pranto tornou-se em riso.
Pouco adiante, uma ambulância desesperada pede passagem. Alguém estava em perigo, talvez agonizando na avenida após um acidente... eu estava seguro indo para casa. “Por que estás abatida, ó minha alma?... obrigado, Senhor, pela proteção todos os dias”.
Quando estamos em tempos difícieis, nada nos abate mais do que ficar concentrados em nós mesmos. O melhor remédio é pensar nas bênçãos de Deus. Há muito pelo que dar graças, pois, ainda que nosso corpo desfaleça, nosso destino final é glorioso.

“Não sou apenas servo, teu amigo me tornei...”!


A serviço do Mestre,

Pr. Jenuan Lira.

A FALSA BELEZA

A promessa da beleza é a maior de todas as mentiras. Falsamente, a mídia e “as fofocas” vazias de mentes ocas afirmam que para uma pessoa ser bonita basta ter dinheiro e bastante disciplina. Cosméticos, bolsas, roupas de grifes (de preferência sensuais), academia e dieta são a receita certa para a beleza que todos admiram. E quando não for mais possível manter a falsa aparência, uma cirurgia pode nos fazer retroceder vários anos.
O mundo é realmente cheio de armadilhas e facilmente nos vende gato por lebre. Se não estivermos orando e vigiando seguimos na ilusão do canto da sereia, corrrendo para adquirir o que não precisamos e encontrar vida na fonte da morte.
Somente pela perspetiva cristã podemos entender a verdadeira beleza, que é um conceito trancendental. O ‘protótipo’ e fundamento da beleza, da verdade e da bondade são subprodutos da realidade de Deus. Deus, que molda e mantem a realidade, é o único Ser realmente belo, pois nEle se encontra a ‘beleza da santidade’. Sendo, pois, a beleza um atributo do caráter de Deus, nunca se manifesta em detrimento ou oposição aos Seus demais atributos. Assim, o belo sempre será verdadeiro, o verdadeiro sempre bom e o bom sempre bonito. São os três elementos inseparáveis, pois são parte do caráter do Deus, cujo caráter permanece integral de eternidade a eternidade.
Para o mundo, a visão quebrada de um mundo despedaçado é o que prevalece. O mundo não tem um caminho, mas segue perambulando por incontáveis veredas que levam a lugar nenhum. São milhares de opções, todas maquiadas, adocicadas, para esconder o veneno mortal que carrega abaixo da superfície. Não podemos esquecer que o mundo jaz no maligno, que é o mentor das tendências e dietas feitas para consumir alma ingênua daqueles que se distanciam de Deus. A ditadura da falsa beleza é uma terrível escravidão que contamina até o culto ao Senhor. E como devemos estar atentos a tudo isso!
Como cristãos, jamais deveríamos separar as virtudes de Deus enquanto avaliamos a beleza de uma pessoa. Ouso dizer que qualquer pessoa em seu estado natural é muito mais bela do que a garota estampada na capa de uma revista de moda, pois é a imagem de Deus que transmite beleza, enquanto os truques da moda só transmitem ‘boniteza’. As duas coisas são absolutamente diferentes. Quem é bonito exibe apenas a miragem da ‘atratividade’, quem é belo manifesta a permanência da realidade.
No céu não há pessoas bonitas, apenas santos belos, pois não trazem mais as marcas do pecado, e apenas refletem a formosura do Salvador.
Sejamos sóbrios. O espelho pode apenas refletir a fútil atração exterior, mas o Senhor vê o nosso coração. Usemos as Escrituras como nossa medida de formusa, e assim a beleza de Cristo será vista em nós.


A serviço do Mestre,

Pr. Jenuan Lira.

GRATIDÃO PELA VITÓRIA

Quando deixei a Vitória na escola, estava tudo bem. Sadia e feliz. Era seu terceiro dia de instruções na nova escola, onde deveria ser repetido o rigoroso ritual militar dos dois dias anteriores, que estranhamente, ela estava curtindo muito: aprender (e obedecer) comandos, reconhecer patentes, prestar continência, identificar a companhia, aprender as normas e códigos e treinar para a primeira formatura. Sem falar nas boas horas de palestras e marcha. Chegava em casa morta, ameaçando com a autoridade que ela pensa que tem: “Mamãe, estou morta... nós vamos denunciar às entidades protetoras das crianças”. Luta para as crianças, e luta para os oficiais que, aos gritos de comando, tentam tanger literalmente um bando de ‘soldadinhos’ pelas alamedas do velho colégio militar. Só lhe incomodava os gritos do comandante da companhia: “Eles pensam que somos surdos”.
Apesar de tudo, lá estava ela pronta e animada para mais um dia de disciplina marcial. A novidade da escola, os novos amigos e até mesmo essa face carrancuda da vida militar causam certo fascínio nos novos alunos. Era visível como ela estava animada e disposta, mesmo tendo que levantar pouco depois das 5:00h da manhã. Assim, deixei-a para sua “nova batalha” e sai, sem saber que dentro de pouco tempo o médico nos telefonaria: “Por favor venham aqui... A Vitória desmaiou enquanto estava em forma”.
O programa semanal mudou radicalmente... depois de algumas horas, lá estava a Vitória confinada num quarto de hospital, e nós, os pais, sobressaltados, tentando entender as causas e querendo minimizar o tempo de internação. Quem corre para o hospital, também se esforça para correr do hospital. Mas nem sempre é tão rápido como gostaríamos. Após a primeira noite, com a expectativa de sair e fazer exames em outro lugar, recebemos a notícia de que era preciso ficar mais um dia. Deus foi bondoso em nos colocar na mesma enfermaria com um garoto de uma família cristã, pelo que ficamos muito gratos. Mesmo, assim, nosso desejo era vê-la liberada o mais breve possível. Assim, após mais um lonnnnnnnnnnngo dia, pela manhã recebemos permissão para sair.
Passada a euforia da boa notícia, e enquanto a vida voltava ao normal, fiquei pensando em como somos rápidos para esquecer os benefícios do Senhor. Poucas horas em casa, livres do ambiente hospitalar, e já estamos acostumados, sem levar em consideração a grande vitória que Deus nos deu. É como se a saúde, a tranquilidade e o conforto do lar fossem tidos por certos, e não um presente da bondosa mão do Senhor. Eis por que falhamos em ser constantemente gratos pelas bênçãos de Deus. É verdadeiramente um pecado não elevar a Deus uma oração de agradecimento por mais uma noite em que nós e os nossos filhos dormimos em casa e com saúde. Se não lembramos de nada mais pelo que devemos dar graças, quando raiar mais um dia em casa, já temos mais uma grande maravilha para agradecer.
Se você não precisou de um hospital recentemente, não é porque você tem boa saúde, mas porque Deus lhe concedeu boa saúde. Ele é a fonte de toda boa dádiva, de cada noite em que não precisamos ir ou ficar num hospital.
Graças a Deus a vida da nossa família está voltando ao normal, pois Ele nos deu a Vitória! Uma pergunta... você agradeceu pela noite passada?

A serviço do Mestre,

Pr. Jenuan Lira.

QUANDO DEUS MUDA AS CIRCUNSTÂNCIAS

Quando a vida está indo bem, a mudança é o que mais nos assusta. Com razão, queremos congelar os momentos de prazer, para que nunca, nunca mesmo, percam o seu sabor. Se tivêssemos a vida sob o nosso controle, os tempos bons jamais passariam. Porém, não cabe a nós mudar os tempos e as estações. Esse poder está nas mãos do Soberano do universo.
O povo de Israel ia muito bem no Egito. Melhor não podia! Os anos passavam, enquanto a vida só melhorava. Fora assim enquanto José vivia, e dessa maneira continuou por mais uns 300 anos. Sem se dar conta, o povo já contabilizava séculos de prosperidade financeira e admirável crescimento demográfico. Receberam a melhor parte da terra como concessão de Faraó. Aquilo, sim, é que era qualidade de vida. Sair do Egito era fora de cogitação.
Mas aos poucos as coisas foram mudando, e os hebreus saíram da condição de convidados de honra, para a de escravos condenados à extinção. Era uma mudança radical, imprevisível e indesejável. Não havia a menor indicação de que a situação iria chegar a tal ponto. Mas chegou.
Em tempos de mudanças para pior, que são parte da realidade nossa de cada dia, em relação a nós mesmos ou a outros que nos cercam, a angústia dos porquês ocultos sempre nos assaltam. Porém, esquecemos que, ao invés de buscar as circunstâncias causadoras das mudanças, deveríamos concentrar nossa atenção na Pessoa que assume a responsabilidade pelas mudanças. Incrivelmente, a escravidão dos hebreus tinha um propósito glorioso. A grande provação criaria neles a consciência de que o Egito não era sua terra. Os descendentes de Abraão tinham outra origem, outro chamado e outro destino. Seus alvos deveriam ser diferentes, Seu Deus era diferente. O Egito criava neles uma grande distorção. Assim, para que não deixassem de ser o que Deus queria que fossem, era preciso perder o prazer no Egito. Para perder o prazer egípcio, a escravidão era o caminho melhor.
As coisas não mudam simplesmente. Deus as muda. Ele nos leva a caminhos difíceis para qeu possamos acertar nosso passo. A tranquilidade do Egito prejudica nossa vida espiritual, pois nos faz ficar à vontade no lugar errado.
Entretanto, vale ressaltar que Deus nunca nos muda para pior. Os caminhos podem ser difíceis, mas o final é glorioso. As provações são os instrumentos do Senhor para nos ajudar a redefinir nossa rota e repensar os nossos prazeres. Sem elas, poderíamos nos perder definitivamente no mar revolto e perigoso da vida mundana.
Louvado seja Deus pelas mudanças, mesmo quando nos causam dor!
“Em tudo dai graças...” (I Ts. 5:18).

A serviço do Mestre,

Pr. Jenuan Lira.