sexta-feira, 30 de março de 2012

PROGRAMA DE PÁSCOA


O mundo só quer uma oportunidade para se divertir, mesmo que seja sob inspiração da páscoa. Por isso, as agências de turismo e hotéis muito cedo preparam seus pacotes de viagem para os clientes desfrutarem uma páscoa inesquecível. E muitos mordem a isca.

É difícil harmonizar a verdadeira páscoa com os excessos pecaminosos que comumente acompanham a diversão. Fazer da páscoa desculpa para o mero entretenimento significa esvaziá-la completamente do seu sentido, chegando bem próximo da blasfêmia. Se, de fato, a páscoa é uma celebração cristã, por que o seu centro está em nós mesmos e não em Cristo?

Sem conhecer a Palavra de Deus, o mundo faz sua própria celebração pascal. Não está certo, mas dá para entender. Para o mundo, os fatos que compõem as narrativas da páscoa tem pouco significado. A morte e ressurreição de Cristo não fazem diferença, pois para muitos, na prática, Jesus era apenas um bom mestre, um exemplo inspirativo. Além disso, há muitos que não conseguem separar as verdades bíblicas dos mitos e lendas que povoam o imaginário coletivo. Neste caso, por que fazer uma páscoa diferente? Quem está pronto a celebrar um mito?

Quanto ao povo de Deus, a páscoa tem um sentido especial, por isso também é celebrada de maneira especial. Firmados na Bíblia, celebramos a páscoa como a lembrança da maravilhosa intervenção redentora de Deus na história humana, quando Seu Filho morreu e ressuscitou para salvar o pecador que crê. Foi durante a páscoa judaica que o Cordeiro de Deus se entregou como sacrifício a Deus em nosso favor. O Justo sofrendo o castigo dos injustos, para que pelas Suas feridas fôssemos sarados. Uma triste sexta-feira, sucedida por um domingo glorioso, quando Cristo ressurgiu dos mortos.

Tais fatos não podem ficar fora do nosso programa de páscoa. Por isso, para que tenhamos um bom programa de páscoa, devemos nos voltar para a Palavra de Deus. Por exemplo, você poderia, durante os sete dias da semana pascal ler e meditar sobre os seguintes tópicos: a origem da páscoa (Êx 12), a anunciação da páscoa (Sl 22; Is 53), a angústia da páscoa (Mt 26), o sacrifício da páscoa (Mt 27) a vitória da páscoa (Mt 28.1-10; Mc 16.1-8; Lc 24.1-12; Jo 20.1-10), a certeza da páscoa (Jo 20.11-29), o efeito e a esperança da páscoa (Lc 24.44-53; At 1.6-11).

Observando como as pessoas se deixam levar segundo o curso deste mundo, é esperado que, como em outros anos, as praias e hotéis fiquem lotados com uma multidão, cujo interesse é comer, beber, relaxar e se divertir. Seria isso comemorar a páscoa? Onde está a lembrança triste da cruz? Onde a santa e radiante alegria da ressurreição? Quantas orações e louvores serão elevados ao Redentor? Quanto arrependimento, quanta confissão de pecado? Sem tais coisas ninguém pode dizer que comemorou a páscoa.

Não se deixe iludir pelas ofertas do mercado. Páscoa não é tempo de diversão, mas de concentração. Páscoa não é tempo de entretenimento, mas de adoração.

Que tal uma páscoa real e diferente? Se você não tem ideia de como fazer isso, peça ajuda ao Senhor Jesus. Ele não somente sabe o sentido da páscoa, como Ele próprio é a nossa páscoa. Depois de orar, reserve um tempo para ler a sua Bíblia, pedindo ao mesmo tempo que o Espírito Santo ilumine sua mente para compreender as verdades reveladas acerca da morte e ressurreição do Senhor. Quem sabe não será nesta páscoa que seus olhos serão abertos para o real conhecimento do Salvador?

Que Deus lhe conceda uma boa páscoa com Jesus!

A serviço do Mestre,
Pr. Jenuan Lira

terça-feira, 27 de março de 2012

FASHION INSENSATEZ

Recentemente tenho notado que certo tipo de tecido e modelo de roupa feminina caiu no gosto de muitas mulheres. São umas blusas de seda brilhante e cores chocantes para sair na rua. Desde o primeiro momento que vi algumas mulheres usando a nova moda fiquei me perguntando: “Mas isso não é roupa de dormir?”. Para mim as tais blusas na verdade não passam de “baby doll” (sem risos, por favor!!). Mas é moda. Para muitos isso é o bastante para fazer o feio parecer bonito.

Gosto muito de ler a fim de conhecer o que for possível. Mas confesso que nunca me interessei em conhecer a fundo o mundo da moda. Da minha superficial observação, entendo que não seria um bom investimento do meu escasso tempo. No entanto, parece-me muito óbvio que a moda é um bom espelho da manipulação mental e espiritual que prevalece neste mundo caído. Por isso, na minha concepção os milhões movimentados no universo da moda é o mais patente atestado da insensatez e futilidade que domina nossa sociedade.

Estar na moda nunca me preocupou. E agora, passados já os meus “vinte e poucos anos”, menos ainda me interessam as convenções sociais no que dizem respeito a trajes e adereços recomendados e aprovados. Nunca tive dinheiro, nem estômago para seguir o curso ditado pela moda. Na verdade, tenho uma tendência natural a querer ficar fora de moda. É mais barato e menos fútil. Sobretudo quando vejo mulheres na rua com roupas de dormir e jovens (rapazes e moças) orgulhosos por mostrar a marca, a cor e o modelo das suas roupas íntimas. Pelas minhas recentes observações e pela rapidez com que as coisas andam, em breve os rapazes estarão saindo apenas de cuecas, com as calças amarradas ao pescoço, fazendo um contraste interessante com seu seus cabelos de pica-pau copiados do Neymar ou dando realce a suas pastinhas caídas sobre um dos olhos, à la Justin Bieber.

Pobre moda! Pobre mundo! Como ovelhas que não tem pastor, sedentas por significado, as pessoas extravasam a inquietude das suas almas deixando-se levar pelas constantes alucinações daqueles que sabem usar o exterior para dominar o interior. Como robôs teleguiados, muitos investem indevidamente seus recursos naquilo que está na boca do povo. O que interessa em muitos casos não é se é digno ou descente, mas se está na moda.

Todos conhecemos o velho ditado mundano e mercantilista: “o mundo trata melhor quem se veste bem”. Não duvido disso, e tenho experimentado na pele o descaso por não estar vestido de uma maneira que despertaria a boa vontade do mundo. Mas já aprendi a conviver bem com isso. Tenho o comum ‘problema masculino’ (graças a Deus) de não ser muito afeito aos ditames da última moda. Além do mais, dadas as condições simples em que fui criado, a regra de moda que aprendi foi simples: sua moda é o que você tem ou lhe chega às mãos. E muitas vezes eram roupas já usadas por outros que, por seguir a moda, desistiam daquela peça. Lembro, entrando na juventude, a primeira calça jeans que experimentei. Era bem usada, mas estava em boas condições. Minha mãe disse: “Jeno, veja se dá em você”. A etiqueta já era meio gasta, mas ainda mostrava que se tratava de uma cobiçada calça U.S. Top (é o novo!). Esforcei-me para aparentar que tinha caído bem, faceiro (essa é velha também!) e descontraído como se fosse desfilar numa passarela. Mas minha estreia no mundo fashion durou pouco, pois logo minha mãe, com seu habitual senso de humor, me desiludiu: “Pode tirar meu filho, porque o defunto era maior” (vale dizer que naquele tempo eu não tinha carne para fazer um pastel).

Para ser claro, devo dizer que não estou advogando, porém, que o pouco caso para com a imposição insensata do mundo da moda signifique que vamos nos trajar de maneira esquisita e inadequada. Guardadas as devidas proporções, nossos trajes devem ser adequados ao que somos e fazemos. Sendo, pois, servos de Cristo e testemunhas do evangelho, talvez nossa regra de moda deveria ser a do apóstolo Paulo, expressa na seguinte frase: “Tudo faço por causa do evangelho, com o fim de me tornar cooperador com ele” (1Cor 9.23). Compro roupa tal? Sigo as últimas tendências? Responda essas e outras perguntas em relação ao Evangelho. Se com tal roupa você se porta à altura de um cooperador do Evangelho, vá em frente. Caso contrário, deixe a moda para trás e siga a Cristo. Isso vai ser um alívio para o bolso e um refrigério para a alma.

O mundo da moda é sempre agitado porque é a ponta do iceberg de uma conjuntura que existe “segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, de espírito que agora atua nos filhos da desobediência” (Ef 2.1). Certamente jamais queremos seguir sob tais tendências, por mais ‘bonitas’ que sejam.

Devemos entender que seguir a moda é uma questão de obediência ao mundo. Por isso, o mais que se afastar dessa servidão, melhor para o servo de Cristo, afinal, “Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens” (At 5.29).

A serviço do Mestre,
Pr. Jenuan Lira

terça-feira, 20 de março de 2012

LEMBRANÇAS DO PR. NILSON

Uma vida nas mãos de Deus marca quem está por perto. Meu pouco tempo de aproximação com o pr. Nilson foi suficiente para comprovar o fato.

Talvez a melhor palavra para descrevê-lo seja coragem. Devido a sua fé em Deus, o pr. Nilson vivia sempre enfrentando desafios. Ele não era o tipo de pessoa que se escondia no fim da fila, esperando que outro tomasse a dianteira. Ainda que um projeto estivesse muito acima das suas possibilidades, o pr. Nilson estava pronto a abraçá-lo, seguindo na força do Senhor. Fosse em Fortaleza, fosse na selva amazônica, sua resposta era sempre de prontidão para realizar a vontade de Deus.

Deus me deu o privilégio de ouvir seu testemunho por duas horas e meia. Nessa ocasião foi fácil ver pela sua história de vida o quanto o Senhor havia lhe dotado com uma coragem extraordinária. Foi assim quando atendeu o chamado do Mestre para levar o evangelho às populações ribeirinhas na Amazônia, partindo para um lugar distante, que ele nunca tinha antes visitado, confiando apenas que Deus o havia enviado. Mas foi assim também quando decidiu retornar para Fortaleza e encarar o desafio de um novo ministério.

A força de um homem pode se revelar na vida, mas seu real poder se manifesta na morte. Foi já no meio do embate contra o câncer que me aproximei do pr. Nilson. Vendo seu exemplo de fé, cedo entendi que nossa igreja também seria abençoada na comunhão com aquele homem de Deus. Dessa forma, resolvemos seguir junto com o pr. Nilson tentando ajudá-lo, mas na verdade sempre recebendo muito mais do que oferecíamos.

Pr. Nilson nos provou com sua vida que o nosso Bom Pastor segue conosco no vale da sombra da morte. Por isso, ele não se abatia, embora seu corpo estivesse sofrendo. Ninguém mais do que ele sabia tanto da gravidade do seu câncer. Sua força e disposição não vinham da ignorância quanto ao seu estado, brotava do Senhor. Vendo que não haveria mais possibilidade de cirurgia e que a quimioterapia ou radioterapia seriam ineficazes, pr. Nilson decidiu parar o tratamento, entregando-se nas mãos de Deus. Mas isso de maneira nenhuma o abateu. Parece que quanto mais ele via a vida se encurtando, mais ele queria aproveitar seu tempo na obra do Senhor. Somente as crises de dores mais intensas o faziam cancelar um compromisso ministerial. Do contrário, ele seria achado estudando a Palavra, pregando, visitando os irmãos e dirigindo a construção da igreja.

A certeza de que Deus é soberano era uma âncora firme para a alma do pr. Nilson. Como ele mesmo disse no seu testemunho, quando Satanás queria lhe convencer de que sua doença era castigo pelo pecado, ele se voltava para Deus em oração e se apegava ao fato de que Deus está no controle.

Acima de tudo, jamais esquecerei que o pr. Nilson me aproximou da eternidade. Aquele homem que há pouco estava aqui, agora está lá. Obviamente todos caminhamos para a eternidade, mas ele era diferente. A passagem pelo portal da morte era algo bem palpável no seu caso. Mas o que impressionava era a segurança com que ele seguia firme para o encontro com Cristo. Pr. Nilson morria como quem vai viver, pois sua esperança estava no Senhor Jesus, que venceu a morte.

Há muitas expectativas que nos estimulam quando pensamos no céu. Agora tenho mais uma: reencontrar o pr. Nilson.

Você vai estar conosco?

A serviço do Mestre,
Pr. Jenuan Lira

terça-feira, 13 de março de 2012

ATENÇÃO!! PERIGO!!

A história daquele pastor é realmente trágica e comovente. Dada sua destacada capacidade na época de estudante, cedo assumiu postos de liderança e iniciou seu ministério trabalhando numa grande igreja de uma capital. Sendo dotado de invejável dom de oratória, chegou a ter um programa de televisão de enorme repercussão. Com uma esposa muito habilidosa, filhos bonitos, ministério próspero e excelente condição financeira... tudo parecia correr às mil maravilhas... até o dia em que pequenas mudanças começaram a surgir no seu casamento. O relacionamento com a esposa passava por certo desgaste.

No início tudo parecia pequeno demais para preocupar, mas as coisas pequenas não resolvidas começaram a ganhar grandes proporções. Depois de alguns meses aquele homem estava laçado num caso extraconjugal que culminou com o abandono do ministério e a destruição de duas famílias.

Muitos anos depois, falando do seu passado, ele dizia com lágrimas: ."a infidelidade não acontece de repente. Tudo se processa aos poucos. Você inicia ultrapassando certos limites internamente, até que se envolve com práticas externas que lhe prendem definitivamente no pecado". É incrível como Satanás tem atacado a vida conjugal! Diversos casos, longe e perto de nós, têm ocorrido entre casais aparentemente intocáveis.

O apóstolo Paulo, advertindo a Timóteo, fala de algo que me chama a atenção - "o laço do Diabo" (l Tm 3.7). O termo LAÇO me faz pensar numa armadilha oculta que prende aquele que se aproxima. É algo traiçoeiro que não se manifesta claramente, mas que aprisiona inesperadamente. Aliás, é desse modo que Salomão compara a infidelidade. Quem se envereda por esse caminho é semelhante a um pássaro que se dirige para o laço desavisadamente (Pv.7.21-23).

Em recente conversa com um pastor amigo, ele resumiu bem a armadilha de Satanás: "O processo é sempre o mesmo. Tudo começa com desestabilização no casamento, que pode iniciar com pequenos desgostos e desavenças, causando um grande distanciamento do casal. Em seguida é apresentada uma outra pessoa que parece ter tudo aquilo que seu cônjuge não possui ou perdeu com o tempo." Desse ponto em diante a queda é só uma questão de tempo. Só a misericordiosa intervenção de Deus pode impedir a destruição.

Meus irmãos, nunca pensemos que isto não pode acontecer conosco. Esta é uma área muito sensível na qual precisamos estar em constante vigilância. Tenhamos muito cuidado com o nosso casamento. A felicidade conjugal não nasce espontaneamente, mas com investimento e cuidado.

Fiquemos sempre de olhos abertos. Ao sinal da menor desestabilização, procuremos logo os meios para não deixar que uma pequena rachadura leve todo um edifício ao chão.

A serviço do Mestre,
Pr. Jenuan Lira.

quarta-feira, 7 de março de 2012

DOR QUE CURA

“Instruir-te-ei, e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; e, sob as minhas vistas, te darei conselho” (Sl. 32.8).

Posso imaginar a dor que minha filha teve que suportar: cinco furadas na ponta do dedo, inclusive debaixo da unha. Mas era necessário. A primeira intervenção cirúrgica parcial não resolveu o problema. Em pouco tempo a unha encravada estava incomodando outra vez. Dessa vez, o médico precisava fazer uma incisão maior até alcançar a raiz da unha. Por isso fomos avisados que seria um processo doloroso, e que ela deveria tomar analgésicos pesados uma noite antes da cirurgia.

Dedos, mãos e pés são regiões do nosso corpo extremamente sensíveis pelo excesso de terminações nervosas. O Criador os fez assim para a nossa proteção. Por essa razão, quando tais regiões sofrem traumas, as dores são mais intensas.

Nós poderíamos ter evitado da nossa filha passar pelo doloroso processo cirúrgico... “Doutor, isso vai doer demais. Nós amamos demais a nossa filhinha para submetê-la a toda essa dor. Pode cancelar a cirurgia”. A dor seria evitada, mas o problema não. Neste caso, tal posição não poderia ser uma prova do nosso amor por ela. Imediatamente talvez até parecesse uma decisão bondosa, mas posteriormente o sofrimento seria maior, e todo nosso pretenso amor poderia ser entendido com descuido pela saúde da nossa filha, podendo ser até classificado como crueldade. Assim, amando, mesmo o coração apertado, o melhor era mesmo deixá-la passar pelo processo cirúrgico... “Filha, isso vai doer muito, mas vai resolver o problema”.

A dor de um filho pode ser a prova do cuidado dos pais. A angústia da alma pode ser a prova do amor de Deus, pois certas “doenças espirituais” não são curadas com uma simples exortação. Bem que o Senhor tenta assim fazer, mas muitas vezes não queremos receber o tratamento preventivo contra a contaminação do pecado. Preferimos seguir nosso enganoso coração e os desejos da nossa carne, até que chegamos a um ponto em que Deus precisa fazer uma cirurgia de corte profundo e doloroso, a fim de nos livrar da morte.

Como diz o salmista no verso acima, o Senhor, como um pai bondoso, tem os Seus olhos sobre nós, e nos aconselha. Até aí nenhuma dor, apenas instrução, que recebemos por meio da Palavra, do testemunho do Espírito, da oração e da comunhão no Corpo de Cristo. Mas nós somos duros. O que o Senhor nos aponta como o caminho da vida, na verdade é entendido como anacronismo ultrapassado. E a carne sussurra... “Deus está querendo lhe privar do prazer da vida. Seus conselhos são sempre assim. em frente, não se preocupe”. Então, seguimos, e, como cabritos saltitantes na liberdade de um vasto campo, entregamo-nos a nós mesmos. Nestes momentos, desistimos do caminho do Senhor, mas Ele não desiste de nós. Se não reagirmos à branda exortação, então seremos submetidos à firme correção. Se o chamado do Bom Pastor não nos incomoda, o Seu cabresto o fará. Por isso o salmista diz: “Não sejais como o cavalo, nem como a mula, que não têm entendimento, cuja boca precisa de cabresto e freio; de outra forma não se sujeitarão” (Sl. 32.9).

Ninguém se atreveria a dizer que essa obra divina de nos arrancar das garras do pecado é indolor. Mas é necessária para a cura, pois quando a doença do pecado se instala no nosso coração endurecido, a saída é um doloroso processo cirúrgico. “Na verdade, nenhuma correção parece no momento ser motivo de gozo, porém de tristeza; mas depois produz um fruto pacífico de justiça nos que por ele têm sido exercitados” (Hb. 12.11). Muitas vezes nos tornamos como os galhos improdutivos de uma videira, precisando ser cortados a fim de voltar a florescer (Jo. 15.1-2).

Passados oito dias, minha filha já não sente a mesma dor. O corte está cicatrizando muito bem, e em breve ela estará totalmente recuperada. Aquela perspectiva da unha voltar a crescer defeituosa internamente, não é mais uma preocupação. A dor já é passada. Resta a marca e o benefício da cirurgia.

Seria tremenda insensatez nutrir amargura no coração contra o médico que operou o dedo da Vitória. Ao contrário, devo ser grato, pois se o resultado esperado for atingido, nossa filha não vai mais sofrer o terrível e constante incômodo de uma unha encravada causado sucessivas infecções. Ainda pior seria se deixar vencer por qualquer tipo de ressentimento contra Cristo ou contra Sua Igreja, pela “cirurgia” de reparação espiritual de que somos objeto.

Se por alguma razão a mão de Deus vier sobre nós em disciplina, estejamos certos de que o resultado será maravilhoso. E mesmo gemendo de dor possamos repetir as palavras do profeta Jeremias: “Cura-me, ó Senhor, e serei curado; salva-me, e serei salvo; pois tu és o meu louvor. (Jr. 17.14).

A serviço do Mestre,
Pr. Jenuan Lira