sexta-feira, 8 de junho de 2018


GREVE DOS CAMINHONEIROS:
O BRASIL NO ACOSTAMENTO

“A justiça exalta as nações, mas o pecado é o opróbrio dos povos. ” (Provérbios 14.34)

              Nos últimos dias, a greve dos caminhoneiros revelou que é muito mais fácil parar uma nação do que se pensa. Basta cortar um dos fios importantes que compõe a teia da dinâmica social e o mundo entra em colapso. Já sabemos bem o que significa, por exemplo, a interrupção ou apenas a ameaça da falta de água ou de energia elétrica. Recentemente, problema numas linhas de transmissão deixaram várias cidades às cegas, em tenebrosa escuridão. Agora, foi a vez dos caminhoneiros mostrarem sua força. O movimento dos profissionais da estrada revelou que o Brasil é um país fora dos trilhos, que, com muito esforço, segue viagem, mas, sem "saber para onde, nem quando vai chegar”, como diria a velha canção.  
A greve dos caminhoneiros não apenas atinge, mas também revela o coração do Brasil. O colapso do país representado pelos milhares de caminhões parados mostra que a carga é pesada, e os nossos dirigentes não sabem dar partida no motor. Nessas horas, especialmente em um ano de eleição, vem à tona a terrível crise política, que faz o Brasil andar com o freio de mão puxado. Em Provérbios 11:14, a Bíblia diz que…  "Não havendo sábia direção, cai o povo. ” O desabastecimento é resultante do movimento dos caminhoneiros, mas a queda da nação tem explicação mais profunda.
Antes de qualquer outro fato, a crise dos transportes mostra a paralisação moral que nos impede de avançar pelas estradas do progresso. Vindo de diferentes fontes, ouve-se, por exemplo, que a greve não é dos empregados, mas dos patrões. Segundo alguns analistas, estamos experimentando um chamado locaute, isto é, um tipo de movimento grevista às avessas, quando o patrão faz o empregado se manifestar em prol da pauta do patronato. Conforme tem sido afirmado, as reivindicações dos grevistas, se alcançadas, não trarão grandes benefício aos que labutam nas estradas, mas serão ganhos para os que controlam as estradas sem pegar no volante. Se for este o caso, estamos todos sendo enganados. Não estão nos contando toda verdade.
Por outro lado, os nossos governantes, acuados de todos os lados, estão se movimentando para fazer o Brasil seguir viagem. As promessas são de redução de impostos, que desoneraria o preço dos combustíveis. Na superfície, a coisa fica com cara de que o governo, reconhecendo o exagero da excessiva carga tributária, estaria entendendo que “O rei justo sustém a terra, mas o amigo de impostos a transtorna” (Provérbios 29.4). Baixa-se os encargos, os tanques são cheios com menos dinheiro, os motores voltam a roncar e todos “vivem felizes para sempre! ”  É assim nos contos de fadas, mas na história real sabemos que nossos governantes têm uma paixão incurável por impostos. Então, muda a dor, mas o gemido é o mesmo. Retira-se o imposto que se vê, mantendo-se o que não é tão perceptível. Continuaremos pagando, mas o valor não será computado pela bomba de combustível. Novamente, parece que não estão nos contando toda verdade.
O que nos resta? As notícias que nos chegam por meio dos órgãos de comunicação social. Por meio de imagens, matérias escritas e comentários pertinentes, podemos perceber as entrelinhas da greve e as manobras do governo. Porém, aqui, novamente enfrentamos um bloqueio: as estradas da verdade ficam engarrafadas, e o interesse dos donos da imprensa filtram os fatos que tem licença para furar o bloqueio. Tudo isso porque estamos em tempos de convulsões sócio-políticas, às portas de uma eleição presidencial. Nem todos que deveriam ser presos estão na cadeia e os que estão, continuam articulando para que seu tempo de prisão seja o mais breve possível. Assim, estamos ouvindo os noticiários, mas, uma pergunta persistente ecoa em nossos ouvidos... Será que estão nos contando toda verdade?
Ou seja: a justiça que exalta as nações continua distante do Brasil. Por aqui, as coisas são invertidas: o não pode ser sim; o sim pode ser não. No país da corrupção, nem o significado das palavras resiste à força do engano. Infelizmente, somos uma nação estagnada moralmente e, quando começamos a vencer a inércia, seguimos pela contramão.  Nosso verdadeiro problema é que a moralidade e verdade seguem comendo poeira. Enquanto isso, o Brasil, nosso amado Brasil, continua parado no acostamento.
A serviço do Mestre,
Pr. Jenuan Lira.



A HORA E O PODER DAS TREVAS

Diariamente, estando eu convosco no templo, não pusestes as mãos sobre mim. Esta, porém, é a vossa hora e o poder das trevas.” (Lucas 22.53)


            A situação era triste, muito triste. Pelas palavras na mensagem digital, dava para ver que a família do meu amigo estava em grande angústia. O Inimigo, usando sua tática comum de ‘jogar sujo’, havia entrado pelas portas dos fundos e capturado um dos filhos do pastor. Agora, após a triste revelação do pecado, meu amigo e sua esposa, começavam a juntar as peças e os cacos. O improvável havia acontecido. Era hora de encarar a Igreja e iniciar o processo de restauração do filho.

            Devido à distância que nos separa, levou algum tempo, até que eu pudesse novamente sentar à mesa com aquela amada família. Quando pude fazê-lo, as lembranças e dores ainda eram vivas. Foi, então, que ouvi meu amigo compartilhar: “Pastor, naqueles dias difíceis lembrei as palavras de Jesus no Getsêmani: Esta é a hora e o poder das trevas.” 

            Como aconteceu com o SENHOR Jesus, muitas vezes nós também temos de enfrentar nosso próprio Getsêmani, quando somos engolfados pela "hora e o poder das trevas.” São dias difíceis, escuros, que parecem não ter fim… como se fossem dias eternos. Tempos de tristeza sobre tristeza, quando a dor na alma teima em ser nossa companhia, quando ficamos à deriva, sem um quê nem um porquê. Nesses momentos, tudo que desejamos é que o SENHOR se apresse em nos acudir e damos o motivo: “Pois a minha alma está farta de males, e a minha vida já se abeira da morte Puseste-me na mais profunda cova, nos lugares tenebrosos, nos abismos… Por que rejeitas, Senhor, a minha alma e ocultas de mim o rosto?” (Salmo 88.3,6,14)

            Nenhuma pessoa está isenta de um dia ser presa da "hora e poder das trevas,” pois “no mundo tereis aflições.” Portanto, devemos antecipadamente armazenar energias espirituais, a fim de podermos resistir no dia mal. Sabemos que depois da noite de choro, segue-se uma manhã de alegria. Mas, quando essa noite se alonga e o sol não vem na hora marcada, devemos lembrar que nossa esperança não está em ver uma luz no fim do túnel. Nosso Salvador, que é a Luz do mundo, guiará nossos passos ao longo do túnel.

            Uma certeza da qual não podemos abrir mão é o fato de que nossa "leve e momentânea tribulação, produz para nós eterno peso de glória" (2 Cor. 4:17). Nossas lutas, por maiores que sejam, são breves se comparadas com a glória que em nós se revelará. A terrível, mas breve dor do Getsêmani, encontrou plena resolução na manhã gloriosa da eterna ressurreição.

            A Palavra de Deus é clara em afirmar que o SENHOR tem um bom propósito em tudo que Ele faz ou permite. Mesmo em meio às angústias, quando conseguimos pensar além das circunstâncias, já temos razão para agradecer ao SENHOR, pois as trevas têm apenas horas determinadas para exercer seu poder, sendo logo dissipada pela Luz eterna que, não nos permite ficar para sempre andando em trevas. 

            Passada a nuvem negra, hoje meu amigo pode olhar pelo retrovisor do tempo e notar que as trevas foram vencidas, as nuvens negras nem aparecem na imagem. A família está restaurada, o ministério prossegue, as trevas se foram, a luz raiou imponente.
            Os poderes das trevas podem cantar vitória e demonstrar poder sobre nós por uma hora… “a hora e poder das trevas.” É fácil? Não, nunca é fácil. Mas é bom saber que é apenas por uma hora. E, quando essa hora passar, o Sol da justiça brilhará sobre os filhos de Deus, não apenas por uma hora, mas por toda eternidade, enchendo-nos de vida, alegria, paz e perfeita felicidade.

            Tragada foi a morte pela vitória! Vem, SENHOR Jesus!

            Serviço do Mestre,
            Pr. Jenuan Lira.