quarta-feira, 31 de outubro de 2012

UMA VIDA DIGNA


Alexandre, o grande, conquistador macedônio do oriente, era um homem admirado. Por causa da sua fama, muitas crianças nascidas no seu império recebiam seu nome, fato corrente até hoje. Conta-se que certa vez Alexandre tomou conhecimento de um soldado que tinha maus procedimentos. Aos olhos do general isso era grave, pois ele achava que  seus soldados deveriam ser  homens honrados, representantes dignos do seu exército. Mas além do problema moral, outro fato alarmou Alexandre – o soldado tinha seu nome, era seu xará. Alexandre convocou o mau soldado para uma prestação de contas, que recebeu severa repreensão. Mas neste caso específico, o soldado recebeu uma exortação especial. Com firmeza o general Alexandre lhe disse –  Soldado, ou muda de vida, ou muda de nome.
            Vejo aqui um perfeito retrato da nossa relação com Cristo, nosso General. Quando nos apresentamos para compor o exército do nosso Mestre, trazemos sobre nós a marca do seu nome. E foi precisamente por isso que em Antioquia os primeiros convertidos foram chamados cristãos, que significa pequenos Cristos. Embora a palavra tenha sido usada inicialmente num tom pejorativo, não havia termo melhor para representar os discípulos de Cristo. Tanto que palavra passou a ser usada orgulhosamente por todos que desejavam se identificar com Jesus.
Entende-se, portanto, o apelo de Paulo aos filipenses:“ Vivei, acima de tudo, de modo digno do evangelho de Cristo” . Os moradores de Filipos  orgulhavam-se por ser cidadãos romanos, desde que a cidade tinha sido elevada à categoria de colônia, seus moradores tinham a dignidade inerente aos cidadãos livres do Império Romano. Aproveitando-se desse fato, Paulo exorta os crentes a que portem--se com dignidade no contexto social, não por causa da cidadania romana, mas por serem embaixadores de Cristo, cidadãos da pátria celestial (Fp.3:20).
            Pesa sobre nós a indelével e permanente identificação do nome de Cristo. Estamos marcados por Seu selo (Ef.4:30). Somos suas ovelhas, propriedade exclusiva do Senhor
( Jo.10:14-15; I Pe.2:9). Mas jamais devemos nos esquecer de que este privilégio acarreta enorme responsabilidade. Nós somos a manifestação visível de Cristo ao mundo. Devido as trevas do pecado, a presença de Cristo fica diminuída, quase imperceptível aos olhos humanos. Para que esta geração pervertida possa enxergar a Cristo, faz-se necessário a atuação daqueles que foram chamados para “resplandecer como luzeiros no mundo” ( Fp. 2:15). Assim, por nosso intermédio, aquele Cristo pequeno e opaco aos olhos deficientes do mundo torna-se engrandecido ( Fp.1:20). Além de luz, somos as lentes de ampliação da presença de Cristo diante dos homens.
            Tiago diz que sobre nós foi invocado um bom nome(Tg.2:17). Estamos arrolados no exército de Cristo, levando sobre nós a dignidade do Nome que está acima de todo nome, inclusive o do grande Alexandre. Resta saber se estamos fazendo jus à dignidade do Seu Nome. O Senhor não permitirá que Seu Nome seja permanentemente blasfemado pelo mau comportamento dos seus soldados. Se não estamos vivendo de modo digno do evangelho, envergonhamos nosso General. Se foi triste para um soldado de Alexandre, muito mais o será para um soldado de Cristo ouvir sua voz dizendo: “ou muda de vida, ou muda de nome”.

A serviço do Mestre,
Pr. Jenuan Lira

VOCÊ ESTÁ PREPARADO?


A jovem senhora estava visitando a nossa igreja pela primeira vez. Estava satisfeita no culto até que veio uma surpresa desagradável: o tema da pregação naquela noite lhe incomodou bastante. Minhas primeiras palavras foram: “Hoje quero falar sobre sua vida...”. E continuei: “você já considerou que pode estar a apenas um passo da eternidade?... Você está pronto para enfrentar o Juiz de toda terra?... As estatísticas indicam que dez entre dez pessoas morrem...”. Por pouco a mulher não se levantou e saiu da igreja. Talvez não tenha feito por consideração a sua irmã que a havia convidado.
Ao final do culto, tive oportunidade de falar um pouco com ela. Estava mais calma, e passado o choque inicial seguira toda pregação com atenção. Mas compartilhou como se sentiu no início e explicou o motivo: “Tenho muito medo da morte. Não gosto nem de ouvir essa palavra. Esse trauma trago comigo há tempos, mas foi intensificado recentemente quando meu esposo foi diagnosticado com câncer”.
            É difícil a nossa situação. Fugimos da morte, mesmo sabemos não há abrigo que nos livre dela. Salomão, em profunda reflexão sobre a existência humana, declarou: “Nenhum homem tem poder sobre o dia da morte; nem há tréguas nesta peleja...” (Eclesiastes 8.8). Gostando ou não essa é a realidade e fugir não é o melhor caminho. Isto equivaleria a tentar escapar do inescapável.
O que fazer, então? Naturalmente, não devemos fazer da morte o centro da nossa vida, mas tê-la no horizonte é aconselhável. Dizem que Filipe de Macedônia, pai de Alexandre, o grande, tinha um servo cuja tarefa diária era entrar na sua presença e dizer: “Filipe, você vai morrer”. Foi a maneira que Filipe encontrou para reconhecer quem ele era. Isso o livraria da soberba. Visualizar a linha final da vida nos dará uma melhor perspectiva da nossa identidade e nos ajuda a definir o que melhor podemos fazer da vida, enquanto ela não se vai. 
            Seguindo a direção da Palavra de Deus, o melhor caminho é conhecer e aceitar a obra de Cristo realizada em favor dos pecadores. Por Sua morte e ressurreição, Jesus conquistou a morte, podendo oferecer vida eterna a todo que O receber como Único Senhor e Salvador. A Bíblia diz que o salário do pecado é a morte. Essa é a razão pela qual a morte um dia cruzará o caminho de todos os homens, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus (Rm. 3.23). Mas Deus enviou Seu Filho como nosso mediador. Sendo Deus, Jesus tem poder para nos salvar. E não há salvação em nenhum outro (At. 4.12), “porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu Seu Filho unigênito para que todo aquele que nele crer, não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo. 3.16).  Jesus é o único remédio proposto por Deus para o problema da morte.
            Meu conselho para a senhora que veio a nossa igreja foi o seguinte: “Ao invés de temer, a senhora deveria se preparar, confiando em Cristo como Seu único e suficiente Senhor e Salvador”.
            E você, está fugindo ou está preparado?
            A serviço do Mestre,
Pr. Jenuan Lira.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

CATEDRAL DE MANÁGUA: MONUMENTO TRISTE DO PODER DOS TERREMOTOS


“Se enfraqueces no dia da angústia, a tua força é pequena” Pv. 24:10.

Construída durante o período colonial, conforme projeto de um famoso arquiteto belga, a velha Catedral de Santiago se destacou na cidade de Manágua como um tesouro arquitetônico das Américas. Desde a data do início da sua construção em 1928, ostentou beleza e imponência aos olhos de quem a visitava.
Mas um fato não foi levado em conta no tempo da construção: A Nicarágua sofre em média 1500 abalos sísmicos por ano. Se alguém pretende construir nesse país, deve fazer precauções para que a construção resista aos frequentes tremores de terra. No caso da Catedral de Santiago, os construtores até que tentaram, fazendo a obra toda de concreto sobre uma estrutura de metal. O único problema foi a magnitude de alguns terremotos, cuja força foi superior ao que a estrutura suportava.  Em 1931 o país sofreu um grande terremoto cujo epicentro foi o centro de Manágua. A obra não estava acabada, mas resistiu bem. Porém, em 1972 ocorreu outro grande abalo sísmico, e dessa vez a catedral não resistiu. Não veio ao chão, mas a estrutura ficou de tal modo danificada, que hoje não se pode usar suas dependências.
Infelizmente a história da catedral de Manágua lembra a história de muitas vidas, as quais um dia foram símbolo exuberante de expressividade, força e beleza, mas os abalos da vida lhes fizeram inúteis. Mesmo sabendo que a construção da nossa vida se dá uma superfície instável, alguns não foram prudentes nas suas construções. Por isso, quando chegaram as provas, perderam toda estabilidade, tornando-se mais um monumento triste de uma vida derrotada.
Não é por falta de aviso que muitos se vêem destruídos diante dos embates da vida. O próprio Senhor Jesus avisou com clareza... “no mundo tereis aflição”. Assim é a vida, pois na própria estrutura da realidade que nos cerca há importantes “falhas geológicas”. Um dia ou outro nossa construção será posta em prova. Se não estiver bem firmada, cairá, sendo grande a suas ruína.
Entretanto, não temos que esperar a queda, mas nos precavermos para resistir no dia mal. Para isso, nada melhor do que observar o ensino do Senhor Jesus ao final do Sermão do Monte. Em Mt. 7.24-27, o Ele nos fala de dois homens, ambos empenhados em suas respectivas construções. Ao final, cada edificação passou pelos mesmos testes: rios e ventos se abateram sobre elas. O que fez toda diferença foram os alicerces. Somente aquele que edificou sobre a rocha logrou êxito.  A lição da parábola é clara: se você deseja construir sua vida de maneira que seja capaz de resistir às tempestades, faça-a sobre a verdade da Palavra do Senhor. É dessa forma que construiremos uma história de resistência, força e beleza permanentes.
A nossa vida será sempre um monumento. Mas podemos ser monumentos vivos da resistência vinda Palavra de Deus, ou podemos ser monumentos de uma vida cuja construção frágil se tornou inútil diante das provas. Com que sua vida realmente se parece?  
A serviço do Mestre,
Pr. Jenuan Lira.

A DIVINA ESTUFA MISSIONÁRIA


Em Marcos 4:28, o Senhor Jesus compara o reino de Deus ao trabalho de um homem que lança a semente à terra, e continua sua vida normal, dormindo e acordando, até que, em certo dai, ele percebe que a semente está brotando, despontando na superfície da terra as primeiras folhas. Seu trabalho foi apenas lançar a semente e “descansar”, afinal a “a terra por si mesma produz fruto, primeiro a erva, depois a espiga, e por último o grão cheio na espiga”.
            O Senhor Jesus está acertadamente descrevendo o processo normal pelo qual uma semente cresce, à medida que damos tempo à terra para que produza o fruto esperado. No entanto, sabemos que muitas vezes o germinar de uma semente pode acontecer em tempo mais breve. Por meios “antinaturais” é possível que se façam alterações genéticas que reduz  o tempo de produtividade de uma semente. No reino dos homens chamamos isso de intervenção artificial, no reino de Deus o nome seria intervenção sobrenatural ou, em uma palavra, um milagre.
            Deus mantém Seus planos usando os meios naturais, mas muitas vezes Ele introduz uma lei superior e inexplicável que faz acontecer em tempo curto aquilo que em geral iria levar muitos anos. Ou seja, em certas ocasiões, o Senhor pega algumas das sementes que lançamos ao solo e as coloca na “estufa divina”, passando a usar catalizadores poderosos conhecidos somente por Ele próprio para apressar a colheita que tanto almejamos.
            A Missão Maranata é uma semente que foi colocada na estufa divina. E o Senhor tem aplicado nesse projeto missionário “fertilizantes” tão eficazes que causa admiração a todos que o acompanham. Arrisco-me a dizer que nesta parte do Brasil provavelmente nunca antes foi visto algo semelhante. O que o Senhor está fazendo vai ficar para história como um monumento e troféu da Sua graça e glória. Uma geração contará a outra geração dizendo: “Foi o Senhor Quem fez”.
            O que estamos vendo e aprendendo é como o Senhor faz uso da sua Divina Estufa Missionária. Lançamos as sementes, mas antes mesmo que dormíssemos e acordássemos, contra todas as expectativas naturais, o germinar aconteceu, as primeiras folhas brotaram na superfície da terra e folhas, frutos e sombra se espalham entre as nações. Eis o segredo do crescimento da Maranata. Não há outra explicação. A Ele toda glória.
            A serviço do Mestre,
            Pr. Jenuan Lira.

SONHAR É PRECISO


Nada é digno de fazer parte da minha vida se não for maior que a própria vida. Creio nisso firmemente, e me apego a esta verdade. Se todos os meus alvos forem delimitados pela extensão da minha vida, meus projetos vão durar pouco e fazer pouca diferença no mundo. Mas isso não parece algo de um sonhador? Sim, com certeza assim pensam os sonhadores, e eu sou um deles. Já cheguei à conclusão de que sonhar é preciso, pois de que maneira poderíamos almejar realmente significante, tendo uma vida tão curta? Sonho porque vejo essa vida como um breve cochilo que acaba quando despertamos. Por isso, enquanto não cruzamos a linha final, devemos almejar por algo que ultrapasse os nossos limites, deixando um legado de bênçãos para os que virão atrás de nós.
            Seria tolo e desonesto negar que aqui sou devedor ao grande poeta lusitano, Fernando Pessoa. Ele por sua vez, pegou sua inspiração dos navegadores antigos da época gloriosa da nação portuguesa. No seu afã de cruzar os mares na busca de encontrar um novo mundo, os navegadores diziam: “Navegar é preciso; viver não é preciso”. O poeta entendeu a mensagem e se apropriou do espírito dessa frase para afirmar:
“Viver não é necessário; o que é necessário é criar.           
Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso.
Só quero torná-la grande,
ainda que para isso tenha de ser o meu corpo
e a (minha alma) a lenha desse fogo.
            Mas não é Fernando Pessoa que mais me inspira no caminho dos sonhos. Muito mais significante e instrutivo é o exemplo de Neemias, um sonhador tão ousado que foi capaz de reconstruir os muros de uma cidade. A diferença entre Pessoa e Neemias é que aquele almeja algo que fosse grande aos olhos humanos, enquanto Neemias almeja algo grande aos olhos de Deus.
A visão de Neemias lhe dava forças para prosseguir, mesmo sob o risco de morte, porque quando estamos vivendo em função de um projeto realmente digno a vida não é tão preciosa quando a realização daquele projeto. Neemias se permitiu ser dominado pelo medo, por isso não aceitou a sugestão de para a obra e se esconder no templo para não morto pelos inimigos (Ne. 6.11). Quando pensamento lhe foi proposto, a resposta dele foi simples: “Um homem como eu fugiria?”. O risco era rela, mas a coragem desse homem era forte suficiente para enfrentar qualquer perigo.
Isaías 26:3 resume bem o segredo da determinação de Neemias: “Tu [Senhor] conservarás em paz aquele cujo propósito é firme; porque ele confia em ti”. Não havia nada mais firme no caráter de Neemias do que a sua confiança no Senhor. Neemias nunca alimentou a ilusão de que ele poderia fazer aquela grande obra por si mesmo. Por isso, repetidamente encontramos Neemias em oração, clamando ao Senhor por Suas bênçãos. Não era o seu projeto, mas o projeto de Deus que se delineava no horizonte dos seus sonhos.

            Parafraseando Fernando Pessoa podemos dizer que ele declara... “Viver não deve ser o meu alvo, nem devo perder meu tempo tentando gozar a vida, pois viver não tem a menor graça se não por algo maior do que a própria vida”. Foi isso que Neemias fez. Resolveu correr todos os riscos, mas sonhar com algo grande. E Deus o abençoou para executar o plano.
Quais são seus sonhos? São maiores do que a sua vida? Em que esse mundo será pelo fato de você ter siso um habitante dele?  Não sei qual é o seu grande projeto, mas se não for para o progresso do reino de Deus neste mundo seu esforço será inútil. Se projeto é pequeno demais.
A serviço do Mestre,
Pr. Jenuan Lira