sexta-feira, 7 de outubro de 2011

ADEUS, STEVE JOBS... QUEM DIRIA?

“Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?” (Lc. 12.20)
- Alô? Oi! Steve Jobs se foi.
- O quê? Sério?
- Sério. Ele se foi.
- Mas como se foi? O insuperável programador não conseguiu se reprogramar? Ele não tinha tecnologia para fazer isso?
- Não, não tinha. Ele se foi.
- Quem diria...? Simples assim?
Conversas como essa devem ter corrido ao redor do mundo desde que saiu a notícia da morte de Steve Jobs, o cofundador e principal responsável pelo sucesso da Apple. Depois de anos lutando contra o câncer de pâncreas, Steve perdeu a batalha.
Há uma porção de coisas que as pessoas sabem acerca de Steve Jobs, mas o mundo não sabe que ele era movido por convições religiosas e pela poderosa e necessária força da adoração. Em uma viagem à Índia, Jobs se converteu ao budismo, mas não foi um fiel seguidor dos preceitos dessa religião. Na verdade sua relgião era a Apple, e seu deus era ele próprio. Era assim que ele pensava e por essa convição agia. Sua mensagem é clara quanto a isso. Sem a menor modéstia, ele declarou certa vez: “A apple está relacionada a pessoas que querem usar o computador para mudar o mundo... para ajudá-las a fazer coisas diferentes”. Eis o sonho grandioso de Jobs. Suas aspirações iam muito além daquelas que figuram no horizonte de meros mortais. O deus Jobs é auto-suficiente e independente, por isso dispensa o verdadeiro Deus. A história está nas suas mãos. Ele pensa, ele faz. Não precisa levar em conta o controle de Deus sobre o mundo. Conforme seu credo, para construir um sonho grandioso, o homem apenas precisa de inteligência, trabalho, boa administração e propaganda. O resto vem como consequência.
Em entrevista à revista Times, em 1997, Jobs declarou: “Eu penso que a vida é uma coisa inteligente... as coisas não acontecem por acaso”. É difícil dizer exatamente o que Jobs estava expressando nessas palavras, principalmente se levarmos em conta o fato da sua conversão ao budismo. Entretanto, não seria muito concluir que ele acreditava na capacidade humana para criar ou recriar sua realidade. Certamente, Jobs não está pensando no preceito budista do Karma, pois neste caso ele teria sido um pouco mais envolvido em projetos filantrópicos, até seguindo o exemplo do seu concorrente, Bill Gates. O plano inteligente e determinado que Jobs segue é o seu próprio plano. Jobs não se vê dependente de nenhum outro plano, exceto o seu próprio.
A busca incansável pela excelência, que em si não é má, era outro ídolo da religião da Apple. Para fazer o melhor produto e ter os prazos cumpridos, Jobs exigia a completa fidelidade dos seus empregados. Era seu orgulho descrever o quanto a equipe da Apple trabalhava incansavelmente durante as noites, finais de semana e até no natal. Os engenheiros que trabalharam no projeto inicial do primeiro mac terminaram com problemas em suas famílias por terem se isolado delas, por conta da intensa carga de trabalho. Ninguém consegue alcançar posição na empresa de Jobs se não fizer voto de fidelidade à empresa e entregar-lhe a própria alma.
Steve Jobs tinha a convicção de que sua missão era “acrescentar um dente à engrenagem da história”. Sem dúvida, sua obra foi diferenciada e sua marca vai permanecer por muito tempo ainda na história humana. Mas, chegou o momento em que faltou um dente na engrenagem da sua própria vida, e ele não conseguiu mais fazê-la rodar. Embora cercado de todas as “maravilhas” da tecnologia, Jobs não consegui acrescentar um pequeno ‘bite’ ao curso da sua vida. Assim, partiu aos 56 anos.
Em vida, Jobs se destacou pela capacidade de marcar seu auditório com suas mensagens inteligentes e inesquecíveis. Esta semana, ele subiu pela última vez ao palco da vida e deixou sua última mensagem: “Tudo passa rapidamente e nós voamos... A vida de um homem não consiste na abundância de bens que ele possui... todo homem, por mais firme que esteja é pura vaidade”. Como seria bom se o mundo ouvisse atento esta última campanha publicitária de Steve Jobs. De todas as suas palavras essas são certamente as mais importantes.
- Oiiiiiiiii? Pois é, simples assim.
- Steve se foi... Quem diria?
- E eu também irei...O que dirão?
A serviço do Mestre,
Pr. Jenuan Lira.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Juntos na Missão

Diário de Viagem (08.08.11)
NOVAMENTE EM CABO VERDE
Parece que foi ontem. Dez de Março de 2006. Sem saber muito para onde, partíamos de Fortaleza para conhecer esse país. Tínhamos sido apresentados há pouco a essas ilhas. Tão perto e tão longe de nós...
Passado o tempo, aqui estamos novamente, mas que grande diferença desde a nossa primeira visita a este país!
Estou acompanhado dos pastores Humberto Duarte e Rick Goertzen. Depois de mais de uma hora de atraso, cruzamos o atlântico numa viagem muito tranquila, graças Deus. Estava tão cansado que não sei se dormi, nem se fiquei acordado. Só sei que cheguei!
Polícia, esteira, alfândega...Polícia de fronteira é treianda para ter cara de mau. E passageiros treiandos para ficar apreensivos. Outra fila... revistar bagagens.
- O que tem nessas caixas?... - Bíblias.
- Na outra?... - Livros.
- Mas são muitos. O senhor precisa deixar o material e voltar amanhã.
- Mas eu não tenho nada para ser comecializado. Tudo é doação.
Silêncio...! Mais cara de mal! Um pouco mais... – Tudo bem! Vou fazer concessão. Pode ir. Ufa! Vencemos mais uma barreira.
Do guarda zangado, para o Pr. Izaías sorrindo. Dois taxis cheios de caixas. Rumo à casa da miss. Eliane, onde um grupo de pastores já nos esperavam para começar a primeira conferência De Volta aos Princípios em Cabo Verde. Com todo aquele sono, a cean ainda mais parecia um sonho.
Eliane caprichou. Café de primeira, mas não podíamos comer tudo e devagar. Com atraso do vôo, não dava para sequer trocar de roupa. Ao trabalho, imediatamente!
Pr. Izaías nos introduz, e faz o mesmo ocm o grupo. Uns 30 homens: pastores, diáconos, líderes. Uma reunião multicultural (já ouvi esse nome antes!!!). Eram representantes de Cabo Verde, Congo, Cuba, Brasil, Colômbia, Nigéria. Pode imaginar? Línguas, povos e nações diante dos nossos olhos, com ouvidos abertos para receber a Palavra de Deus.
Foram cerca de três horas de ensino acerca de Bibliologia. Pr. Rick é o preletor, eu o tradutor. Interessante que no grupo alguns só entendiam bem o inglês. Prince, o nigeriano lê os versículos em inglês, pois ainda está aprendendo português. Bom para o pr. Rick. Nosso maior inimigo foi o sono. Preletor e tradutor deram um show de bocejos. Tanto eu com o Rick estamos vindo de um final de semana intenso. Hora eu estava escorado na parede, ora ele estava. Ouvido atento para não perder nada antes de traduzir, esfroço para manter os olhos abertos, especialmente depois do almoço. Mas deu certo... espero! Falamos sobre Revelação. Pr. Rick fez muito bem. O grupo é o mais heterogênio possível. Diferentes nações, diferentes denominações... quanto a doutrina, mais diferentes ainda. Mas nós estamos ensinando. E eles todos ouvindo com atenção.
O grupo almoçou junto. Pr. Izaías organizou tudo. Comida excelente feita sob a orientação da cozinheira-chefe Elda.
Terminada as palestras, viemos para a casa do Pr. Júnior. A casa é muito agradável, mas quase não consegumios entrar. Só o pr. Júnior sabe abrir essa porta, e ele não ensina o segredo. Vai lá e vem cá. Um tenta, outro tenta. Afinal... Chamamos pr. Izaías... “Deixe eu tentar a outra porta”. Pronto. Afinal, um banho! Que bom que temos água e luz até agora.
Depois de um pouco de sono, jantar na casa da Eliane. Não é que a missionária é boa cozinheira? À noite fomos até o campo onde jovens estavam jogando. Izaías conhece a todos. Ali os missionários alcançam pessoas para Jesus.
De volta, um tempo de conversa e planejamento com pr. Izaías e Elda. Muita coisa boa saiu dessa conversa.
Hora de dormir. Aqui já são 1:18 da manhã. O sono está batendo. Amanhã, tudo começa cedo. Além disso, o ronco do pastor Humberto já está me assustando. Para me vongar, vou roncar também... Vai a décima “sinfonia roncal”. Um show de harmonia, canto e contra-canto!... Salve-se quem puder!!!


Boa noite companheiros da Missão!


“Dizei entre as nações... O Senhor reina”


A serviço do Mestre,
Pr. Jenuan Lira.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

EM DEFESA DAS FORMIGAS

Não sou membro de nenhuma ONG protetora de animais, mas estou pensando em fundar uma urgentemente para defender os insetos, mais especificamente, as formigas. A sigla seria MDF: Movimento em Defesa das Formigas. É uma sigla já ‘registrada’ para designar um tipo de madeira sintética usada no fabrico de móveis. Ainda melhor, pois toda vez que alguém pensar em fabrico de móveis, a menção desse tipo de material servirá como ajuda mnemônica para colocá-lo ao lado das formigas injustiçadas.
Minha defesa das formigas não é à toa. Preciso defendê-las, pois estão sendo difamas, e o caso é muito sério. A custo de muito “suor”, esses pequenos insetos tem construído sua reputação como diligentes e admiráveis trabalhadoras. Por isso, deixo aqui registrado que, pelo que se conhece das formigas, não foram elas que sairam bordando silhuetas de Maria e mensagens obscuras nas folhas em São Lourenço, interior de Minas Gerais. O fato tem agitado a região, e até um santuário já foi criado onde os visitantes vem adorar e fazer preces. Não vou me admirar se em breve aparecer por lá o culto da santa formiga milagrosa, que atendeu à prece de um adorador que, por descuido, tenha pensado nelas enquanto fazia sua prece.
É a incrível capacidade de crer presente nas pessoas que justifica esses fenômenos. São imagens que choram, que aparecem a crianças, que proferem oráculos, que surge nas vidraças, na luz do sol, e nos ambientes mais inesperados. É sempre algo nebuloso, carecendo de sinais de autenticidade, mas nem por isso faltam devotos para prestra-lhes culto.
No caso das formigas mineiras, a história se repete. O bispo faz uma visita, não diz sim nem não, o assunto fica no ar, e as romarias continuam. Mesmo que os testes laboratoriais provem que os relatos não condizem com os fatos, como no caso de Minas, o povo não leva isso em conta. Importante é ter fé, mesmo que seja em formigas. E a igreja endossa tal posição, quando não toma uma posição firme e forte contra tal disparate.
Fatos como esse trazem grande prejuízo para a fé bíblica. Corroem a autenticidade da crença fundamentada nos fatos e na revelação das Sagradas Escrituras. Aos poucos, à medida que a os supostos milagres se mostram ilusórios, as pessoas transferem sua decepção para tudo que diz respeito à fé e ao cristianismo. Ficam desapontadas e resistentes, pois se viram iludidas na sua “boa fé”.
Falta ao povo entender que o importante não é ter fé, mas o objeto em que se coloca a fé. A fé e a sinceridade de uma pessoa não mudam a realidade nem conferem autenticidade ao que é irreal. Eu posso estar sinceramente errado, apesar da minha crença. Se o objeto da fé for incerto, a fé será vã.
Realmente, lamento pelas formigas. Ali, elas não serão mais vistas como claro exemplo da perfeição e variedade da criação feita por Deus. Mas, também lamento pelo nosso povo que cada vez mais é doutrinado a viver uma credulidade cega, alimentando uma fé sem substância, deixando o Criador, e adorando a criatura.
A serviço do Mestre,
Pr. Jenuan Lira.

terça-feira, 26 de abril de 2011

O PODER DA RESSURREIÇÃO

“Quem nos removerá a pedra...?”. Esse era o pensamento perturbador que ocupava as mentes das mulheres que cedo sairam para colocar ervas aromáticas no corpo de Jesus. Desconhecendo o milagre ocorrido da ressurreição, elas temiam que a enorme pedra encerrasse para sempre, em profundo silêncio, a influência de Jesus no mundo.
Em tempos modernos, outras pedras enormes também foram colocadas entre Jesus e o mundo. Um exemplo digno de nota é o caso das nações comunistas, cujos governantes se empenharam por destruir toda e qualquer lembrança da fé cristã na sociedade. Conseguiram certo progresso no seu intento, mas nunca conseguiram destruir a lembrança da ressurreição.
O caso da Antiga União Soviética é bem interessante. É realmente um mistério que o significado da páscoa tenha resistido ao longo dos 70 anos de opressão comunista. Muitos pastores foram exilados e executados, centenas de igrejas destruídas, Bíblias foram banidas e a celebração do natal foi abolida em toda nação. No entanto, misteriosamente, a lembrança da Páscoa jamais se extinguiu.
O apego e respeito às tradições, a própria vida sofrida e o desejo espiritual da alma humana são os fatores que, humanamente, explicam a sobrevivência da lembrança da ressurreição de Cristo em terras soviéticas. Não que houvesse cultos ou festejos públicos, mas havia um reconhecimento generalizado de que um dado domingo era o domingo de páscoa.
A força da ressurreição pode ser vista ainda mais nos atuais países da comunidade soviética. Quando chega o domingo de páscoa, é muito comum as pessoa nas ruas, nos metrôs e nos restaurantes se saudarem com as palavras: “Jesus ressuscitou”. Ao que o outro responde: “É verdade, Ele ressuscitou”. Por incrível que possa parecer, a atmosfera pascal é muito mais marcante nesses antigos países comunistas do que nas muitas nações ditas cristãs.
O comunismo passou, assim com passarão todas as edificações da mente humana. Lênin e Stalin são hoje uma vaga lembrança, mas a fé cristã segue firme, pois CRISTO RESSUSCITOU.
Nem pedra das mulheres, nem as muralhas dos homens puderam impedir a manifestação e poder do Cristo ressuscitado. Nessa certeza continuamos, sabendo que “ O Deus não somente ressuscitou ao Senhor, mas também nos ressuscitará a nós pelo seu poder” (1Co 6:14).

A força da ressurreição é um estímulo para a continuidade do nosso ministério missionário. O mundo é certamente frio e incrédulo, mas a vitória de Cristo sobre a morte tem poder de aquecer o coração e produzir vida de entre os mortos. Jesus triunfou. O evangelho triunfará.

A serviço do Mestre,

Pr. Jenuan Lira.

terça-feira, 19 de abril de 2011

ATIRADOR NOS MASSACRA NO RIO DE JANEIRO,

Estamos perdidos. O terror de que ouvíamos distante, agora está próximo, muito próximo. Em um instante, aconteceu o inacreditável, e vimos o mundo desabar sobre nós... perdemos filhos, netos, irmãos, sobrinhos, primos e amigos, e quem seria capaz de avaliar tamanha perda? Vidas foram ceifadas e nada pode ser feito para reavê-las. Para o homem, a morte consumada é batalha perdida. Em plena luz do dia, fomos atingidos na cabeça e no tórax, covardemente, sem chance de defesa. É certo que poderia ter sido pior, mas isso não interessa agora. Não é momento para falarmos de probabilidades, somente da dura realidade. Se tivêssemos perdido apenas um dos nossos pequenos companheiros, teríamos motivo bastante para o abatimento e o profundo lamento que se alastrou pelo país. Com a alma sangrando, olhamos para a triteza das famílias enlutadas, e nos apavoramos ao lembrar que também temos filhos na escola e temos loucos por perto. Assim, contemplamos os nossos e tememos sequer ousar a pergunta: ‘e se...’? Como não foi, uma brisa leve de alívio sopra sobre nós, mas não tanto ao ponto de debelar completamente o calor interior, pois, embora não possamos dimensionar exatamente o tamanho da dor dos que estão vivenciando a tragédia, a solidariedade que nos une, também nos leva a dividir com eles a carga... “Misericórdia, Senhor... Tu mesmo disseste que a iniquidade haveria de se multiplicar, mas, Senhor, não imaginávamos que chegaria a tanto... ”!
Com razão, o mundo se abala, e a nossa presidente não consegue conter o choro. Atordoadas, nossas autoridades olham para o vazio, perdidas na tragédia. O que fazer? Ficaremos de mãos atadas? Certamente, é cedo para tentar achar uma resposta, mas haverá alguma? Isso não sabemos com certeza, mas um tenebroso pressentimento nos leva a pensar que tal resposta, se houver, não será boa.
Em momentos de tragédias se revelam nossas virtudes e fraquezas, tanto no âmbito particular como coletivo. E nesta, os noticiários, que são reflexos da sociedade, anunciam que nossa situação é mais grave do que pensamos, pois, ao noticiar a tragédia dos meninos de Realengo, também anunciam que, além de entorpecidos, somos insensíveis, sensacionalistas, interesseiros, avarentos, aproveitadores. Eis a mensagem subliminar que os nossos âncoras e repórteres nos passam, em sua grande maioria. Obviamente, não falam assim explicitamente diante das câmeras, mas não precisamos falar para comunicar o que queremos. Quem não percebe um perverso sensacionalismo e repulsivo oportunismo na forma como as informações são empacotadas e dadas em conta-gotas, cada uma com uma pitada de suspense, com o fim de segurar a audiência e vender os produtos dos anunciantes? Particularmente, chego a pensar que a televisão fatura mais quando faz anúncios comerciais entre as notícias trágicas. Seria demais pensar assim? Pode até não ser, mas a impressão é de que assim o é.
Concordo que a linguagem pode ser dura, mas o que vi num site brasileiro bem conhecido, confirma essa denúncia. Na sua página de abertura, onde fotos comentadas surgem em sequência, havia um notável o disparate. Foto 1: o atirador carregando a arma; foto 2: adolescente sangrando à porta da escola; foto 4: garoto reproduzindo as palavras do assassino; foto 5: mãe exibindo foto da filha que fora morta. As fotos surgem de modo chocante, fazendo o expectador reviver com tristeza e compaixão o massacre das crianças. Mas, enquanto 4 fotos apresentam o massacre dos alunos, a foto 3, sutilmente, massacra o visitante do site, pois em meio à dor, lágrimas, sangue e desespero, surge “inocentemente” o anúncio: Grupon: hotéis e pousadas com preços promocionais para seu final de semana. Como é possível?
Tenho assumida aversão pela propaganda enganosa que vende amenidades como se fossem realidade. Mas poderia ser um pouco mais tolerante, usando um termo “politicamente correto”, se ao menos houvesse respeito pela dor dos que perderam saus crianças. Não acho que todo mundo deveria cancelar seu passeio por causa do massacre no Rio. Mas as agências de propaganda deveriam ao menos ter a sensibilidade de separar as coisas. Contudo, não somente não fazem, como dão impressão de usar a tragédia para vender melhor seu produto. A mensagem é clara: “12 crianças mortas são uma boa deixa para vender um pacote turístico. A nação está abaalda... você já viu? Então, esqueça. Você precisa mesmo é de um um final de semana bem legal, e nós temos os melhroes preços! É difícil engolir a mensagem sem sentir nâuseas.
Eis por que estamos perdidos. Não é a violência que me preocupa, mas a cosmovisão que pela qual a sociedade inteira vive, maniestada tão bem na mídia. Essa cosmovisão tem como pressuposto elementar o materialismo e o ateísmo, tópico que faz parte dos currículos escolares. Tal concepção está incorporada a nosso estilo de vida em todas as esferas da sociedade. Viramos as costas para Deus, semeamos a rebeldia, e agora chega o tempo da triste colheita. Aprendemos que a Palavra de Deus é um mito, pois o homem não passa de um “animal racional”. Por isso seu passado é insignificante, e seu futuro vazio. Com isso aceitamos que não existe verdade, nem moralidade, pois tudo é relativo. Neste caso, a morte ou vida também são relativas. Por isso nossas crianças morrem, por isso continuamos morrendo.
Tempos difícies... Socorro, Senhor!!

“ Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se desviar dos seus maus caminhos, então eu ouvirei do céu, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra” (2 Crônicas 7:14)

A serviço do Mestre,
Pr. Jenuan Lira.

terça-feira, 5 de abril de 2011

A LUTA DE JOSÉ ALENCAR

Esta semana o Brasil silenciou enquanto assistia ao fim da luta pela vida do ex-vice presidente José Alencar. Foi um combate ferrenho de anos contra o câncer, que demandou paciência, perseverança e superação para enfrentar as inúmeras cirurgias. Nos últimos meses, a nação acompanhava enternecida o esforço de Alencar que, decidido a não se entregar, disputava quase diariamente uma partida de vida ou morte. Para muitos, a morte de Alencar significou uma perda irreperável, que se configura quando morre um herói. Dentro do possível, acompanhei a luta de Alencar, sua coragem expressa em palavras era admirável. Mesmo sabendo que a cruel doença seguia seu curso, falava com segurança, sem mostrar medo da morte. Temia mais a perda da dignidade do que a perda da vida. Por isso, muitos encontravam nos seus pronunciamentos alento e forças para prosseguir diante das adversidades da vida. Além da morte de Alencar, particularmente lamento o fato de que a principal mensagem de Alencar passou despercebida. Assim como o Brasil lhe ouvia em vida, também deveria ouvi-lo na morte. Pois a principal comunicação de um homem se articula, não pela sua vida, mas pela sua morte. Salomão dizia que preferia ir à casa onde havia luto, do que à casa onde havia festa. A festa diverte, mas a morte ensina. No entanto, poucos querem ouvir suas lições, pois preferem viver na doce ilusão, a encarar a dura realidade. O fato é que a morte está no caminho de todo vivente, e ninguém sabe o seu dia. Por isso, cada pesoa deveria estar preparado para enfrentá-la. No Salmo 90, Moisés reflete sobre a brevidade da vida, e diz que a existência do homem é comparável à relva que viceja e floseresce pela manhã, mas à tarde murcha e seca (v. 6). Por isso, ele pede ao Senhor que lhe ensine a contar os seus dias, para que alcance coração sábio, e não se perca com a aparente segurança que este mundo oferece. Como Alencar e tantos outros, ricos ou pobres, notáveis ou esquecidos, grandes ou pequenos, um dia também chegaremos ao limite da nossa existência. Por isso devemos estar sempre prontos para a eternidade, certos de que, indenpendete de quando seja o nosso dia, estaremos prontos para partir para a eternidade, seguros pela nossa fé exclusivamente depositada na pessoa de Cristo. A serviço do Mestre, Pr. Jenuan Lira.

quarta-feira, 30 de março de 2011

DEUS, A RAZÃO E O TSUNAMI

Os terremotos do passado eram mais devastadores do que os de hoje. Não somente destruiam as contruções materiais, mas abalavam as fortalezas do espírito. A força descomunal de uma devastadora tsunami, como a que varreu o litoral Japonês há pouco, descompensavam a superfície da terra e causavam convulsões nas profundezas da alma humana. Foi assim em 1755, quando um terremoto, seguido de tsunami, atingiu Lisboa e o litoral do Marrocos, no norte da África. Era dia primeiro de novembro, e o resultado foi seus milhares de mortos e a oportunidade para uma onda de protestos filosóficos contra a crença em Deus. Tudo porque, antes da terra tremer, tremia a alma dos filosófos racionalistas, admiradores da “tsunami Razão”, cuja violência e terminara por designar o século XVIII como o Século das Luzes. Era uma clara contradição zombeteiro contra as crenças religiosas abraçadas ao longo da Idade Média. Entre os expoentes iluministas, estava François-Marie Arouet, o Voltaire. Endeusado por seu seu conhecimento enciclopédico, Voltaire aproveitou o desastre natural para dar vazão ao seu sarcasmo contra a crença em Deus. Em tempos de sofrimento, é fácil induzir as pessoas a duvidarem da existência, bondade e justiça de Deus. No seu livro Cândido, Voltaire zomba, por meio das suas personagens, da afirmação cristã de que Deus tem desígnios insondáveis, mas age em toda criação de modo a alcançar o melhor fim. Ao invés disso, Voltaire e seus pares defendiam a crença na Razão, a qual chegaria a resolver todos os dilemas humanos, forçando o homem a descartar a moleta da fé. Estava assim, estabelecida a falsa pressuposição da inerente contradição entre fé e razão. Nem os iluministas do passado, nem os iluminados do presente chegaram a colher os frutos prometidos que brotariam da crença no triunfo da razão humana. No máximo eles tinham “certeza de coisas que se esperam, e convicção de fatos que não se vêem”. Ou seja, Voltaire não perdeu a fé, simplesmente mudou seu objeto. E não podia ser diferente, pois a condição inerente e efêmera de cada homem exige que a fé faça parte da sua vida. Quando nos vemos acuados e humilhados por grandes infortúnios, como o que nocauteou o Japão, precisamos acreditar que ainda dá para sobreviver neste mundo. Precisamos de fé, seja em Deus, seja no homem. Uns crêem no Deus todo-poderoso, eterno, insondável nos Seus caminhos, mas justos nos Seus propósitos. Outros, crêem no homem, frágil, efêmero, previsível em seu caminhos e duvisoso em seus propósitos. Pior do que o terremoto de Lisboa foi o terremoto filosófico, pois mudou o objeto de crença. Os homens deixaram de crer em Deus e passaram a crer na razão. No entanto, não foi necessário muito tempo para ficar patente que o homem não pode salvar a si mesmo. A esperada aurora não raiou, e uma tenebrosa escuridão despencou sobre a alma humana. Dessa forma, poucos continuaram a morrer de terremotos, mas muitos morrem de desespero. A troca do objeto da crença foi um péssimo negócio. Que o mundo se console com a ilusão do otimismo da tecnologia, eu prefiro me consolar com a certeza de que “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia. Pelo que não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se projetem para o meio dos mares...” (Salmos 46:1-2). A serviço do Mestre, Pr. Jenuan Lira.

quarta-feira, 23 de março de 2011

O JAPÃO DE JOELHOS

“Ouve-se a voz do Senhor sobre as águas; troveja o rei da glória” (Sl. 29:3)

As ondas invadiram o Japão. As barreiras se romperam. As profundezas se abalaram, a terra tremeu, o inesperado aconteceu. Temos agora mais uma data que daqui para frente será um mais um memorial a recordar a impotência humana.
Dada a história constante dos abalos sísmicos em território japonês, o país é o melhor preparado para vencer a fúria da natureza. As leis são rígidas, a técnica avançada e a população conscientizada diariamente. O sistema de detecção de terremotos é o mais desenvolvido, capaz de anunciar o perigo antes que o pior aconteça. Os muros de proteção e o sistema de drenagem são verdadeiros monumentos à inventividade humana. Apesar de tudo, aconteceu. O Japão ficou de joelhos ante as poderosas ondas.
Que nação ou indivíduo pode dizer que está seguro? A ciência e a tecnologia poderá nos salvar? Será o homem, com sua endeusada Razão, capaz de tomar nas mãos o seu destino e determinar seus passos? Que nação, em termos de investimentos de proteção pode se igualar ao desenvolvido Japão? O que seus cientistas vão fazer agora? E se, antes que comecem, a terra tremer?
É certo que não podemos ir além do que “está escrito”, mas também não devemos ficar aquém. Deus é o sustentador do universo, o controlador das secas e das inundações. É Ele quem põe limites {as ondas, delimitando até onde podem chegar. De outra forma a Bíblia seria mentirosa, e nós, os mais infelizes dos homens. Seja o mar, seja um simples pardal, tudo está sob o controle da poderosa mão de Deus. Além disso, a terra, o céu e mar estão destinados a servirem como arautos do juízo vindouro. Foi assim no passado, será assim no futuro.
Todos os motivos da catástrofe nos escapam, mas muitas lições são absolutamente transparentes. A voz do Senhor rugindo numa onda de tamanho e força descomunais nos dizem: “Na verdade, todo homem, por mais firme que esteja, [é pura vaidade” (Sl. 39:5). Certamente os japoneses, conhecidos por seu espírito aguerrido, cheio de orgulho próprio, não aceitam essa verdade. A grandeza da sua tecnologia e orgulho é proporcional ao seu desprezo pelo Deus das Escrituras. Mas os fatos estão ai, e os sábios irão aprender deles. Infelizmente, o Japão é duro demais no seu orgulho. Está caído mas com a arma em punho, mostrando ao mundo que são fortes demais para solicitar ajuda internacional.
Diante da desolação japonesa, o melhor que as nações e os indivíduos fazem é ouvir a advertência do Senhor Jesus, ao analisar a queda de uma torre que matou várias pessoas. Suas palavras ecoam eternamente... “...mas, se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis” (Lc. 13:5).



A serviço do Mestre,
Pr. Jenuan Lira.

terça-feira, 1 de março de 2011

A VOZ DE JACÓ

A batalha entre os olhos e coração se resume no seguinte ditado: “O que os olhos não vêem, o coração não sente”. Será mesmo verdade? Em alguns casos, sim, mas não foi com o patriarca Isaque. A refeição que prefaciava a concessão da bênção fora preparada em tempo muito breve. Isaque não via, mas o coração sentia cheiro de engano. Por isso as perguntas... “Quem és tu, meu filho?” – “Sou Esaú, teu primogênito”! “Como é que conseguiste a caça tão depressa? ” – “Deus a mandou ao meu encontro”. A conversa era bonita, mas não inspirava confiança. Ele não podia explicar bem, mas estava incomodado. Sentindo-se inseguro, pediu: “aproxime-se, meu filho”. A pele e o cheiro batiam, então por que a dúvida? Por uma razão simples: as mãos eram de Esaú, mas a voz era de Jacó! Eis o problema. A pele e o cheiro podiam ser imitados, mas a voz denunciava o disfarce.
Sou arrebatado pela adoração comunitária. Nada é mais gostoso do que ouvir uma igreja cheia, com vozes vibrantes ... “Prá te adorar, oh!, Rei dos Reis, foi que eu nasci, oh!, Rei Jesus. Meu prazer é te louvar... ”. Que declaração profunda! Que afirmação séria e comprometedora. A única coisa que me perturba, é a dúvida que também perturbou Isaque. De quem é essa voz? É adoração ou encenação? Preciso confessar que muitas vezes meu coração fica apertado, com a sensação de que, embora minhas vistas nem sempre percebam, meus ouvidos teimam em distinguir o disfarçado timbre da voz de Jacó nos momentos de louvor.
Ouvir a voz de Jacó tentando se passar por Esaú, é ouvir a voz do engano. Tal voz comunica falta de sinceridade. É a sonorização do pecado, do disfarce, do farisaísmo hipócrita. No culto, representa a adoração mecânica feita como um fim em si mesma, que desconsidera a santa presença de Deus, o que, afinal, não é adoração em sentido algum. Um cântico entoado na voz de Jacó causa repulsa aos ouvidos do Senhor, e deveria também causar aos nossos.
O disfarce da Jacó foi feito com extremo cuidado, pois seu alvo era enganar o pai, que o conhecia tão bem. Da mesma forma é o disfarce da falsa adoração. Por isso, pode parecer temerário falar sobre a presença de muitos “Jacós” modernos participando de um culto ao Senhor. Entendo, e concordo. Esse é um terreno obscuro, pois examina as intenções do coração. Além disso, há ainda o agravante de que quando a voz de Jacó é alçada na hora do ajuntamento solene, ela é articulada na forma mais semelhante possível à de um verdadeiro adorador. Contudo, falo dessa forma, e faço a denúncia com propriedade, porque às vezes percebo que a voz de Jacó sai da minha própria boca, e isso me envergonha.
Enganamos facilmente as pessoas, e queremos fazer o mesmo com Deus. E quem assim, procede está iludindo a si mesmo, pois é impossível se disfarçar diante Daquele que conhece até as palavras que ainda não sairam da nossa boca.
Isaque foi enganado porque ele via como os homens vêem. Deus porém, não vê como os homens, os vêem o exterior, mas o Senhor vê o coração (I Sm. 16:7). Se é verdade que o Senhor é para nós tudo o que cantamos, cantemos com vigor. Caso contrário, fiquemos calados. Ficar calados para não desonrar o Senhor é pode nos levar ao auto-exame, além dos livrar-nos da ira de Deus.

A serviço do Mestre,

Pr. Jenuan Lira.

ALMA ABATIDA

“Por que etás abatida. ó minha alma? Por que te perturbas dento de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu” (Sl. 42:5,11)

Os efeitos da virose (ou dengue) se prolongaram além da conta. A semana passou arrastada, improdutiva e sem cor. Momentos de ânimo e desânimo se alternavam descontroladamente, resultando em muitas tarefas inconclusas. Aos poucos a situação foi me afetando interiormente, chegando ao ápice quando comecei a me sentir desinteressado de tudo e de todos, achando que ficar isolado era a melhor saída.
Sexta a noite, sentindo um enorme peso no corpo e na alma, sai para buscar meu filho na escola. Em certo cruzamento, enquanto esperava o sinal que demorava uma “eternidade”, notei uma mulher se arrastando próximo dos carros. Na verdade, era uma jovem que tinha apenas uma perna e estendia as mãos aos motoristas pedindo uma moeda. Sai pensando... O que teria acontecido com essa jovem que precisou amputar a perna? Onde seria sua casa? Quanto ela iria conseguir depois de horas se arrastando no asfalto? Dois quarteirões depois, encontro um jovem embriagado ou drogado cambalendo em frente dos carros, sem perceber o perigo.
Enquanto considerava em cada cena, um versículo e um cântico entraram em minha mente. O versículo foi Salmo 42:5. Por meio da Escritura, podia ouvir o Senhor me abrindo os olhos e o coração para aprender com a situação. Por que tanto desânimo, se havia tantos motivos para louvar? A semana fora difícil, mas tinha muitas bênçãos para comemorar. Muitos passariam a noite na rua, eu tinha uma casa para me abrigar. Não precisava me arrastar no asfalto pedindo esmolas, não estava indo visitar um filho no hopital, não era escravo dos vícios, e, melhor de tudo, Jesus deu a Sua vida por mim, colocando meus pés no rumo da vida eterna.
Imediatamente, transportei-me para nosso culto e podia ouvir a igreja cantando triunfante: “te louvarei... não importam as circunstâncias”. Era isso que eu precisava. Animado ou desanimado, eu deveria louvar a Deus, pois sempre há grandes motivos para bendizer Seu santo nome. Esqueci meu desânimo, e comecei a louvar, e o pranto tornou-se em riso.
Pouco adiante, uma ambulância desesperada pede passagem. Alguém estava em perigo, talvez agonizando na avenida após um acidente... eu estava seguro indo para casa. “Por que estás abatida, ó minha alma?... obrigado, Senhor, pela proteção todos os dias”.
Quando estamos em tempos difícieis, nada nos abate mais do que ficar concentrados em nós mesmos. O melhor remédio é pensar nas bênçãos de Deus. Há muito pelo que dar graças, pois, ainda que nosso corpo desfaleça, nosso destino final é glorioso.

“Não sou apenas servo, teu amigo me tornei...”!


A serviço do Mestre,

Pr. Jenuan Lira.

A FALSA BELEZA

A promessa da beleza é a maior de todas as mentiras. Falsamente, a mídia e “as fofocas” vazias de mentes ocas afirmam que para uma pessoa ser bonita basta ter dinheiro e bastante disciplina. Cosméticos, bolsas, roupas de grifes (de preferência sensuais), academia e dieta são a receita certa para a beleza que todos admiram. E quando não for mais possível manter a falsa aparência, uma cirurgia pode nos fazer retroceder vários anos.
O mundo é realmente cheio de armadilhas e facilmente nos vende gato por lebre. Se não estivermos orando e vigiando seguimos na ilusão do canto da sereia, corrrendo para adquirir o que não precisamos e encontrar vida na fonte da morte.
Somente pela perspetiva cristã podemos entender a verdadeira beleza, que é um conceito trancendental. O ‘protótipo’ e fundamento da beleza, da verdade e da bondade são subprodutos da realidade de Deus. Deus, que molda e mantem a realidade, é o único Ser realmente belo, pois nEle se encontra a ‘beleza da santidade’. Sendo, pois, a beleza um atributo do caráter de Deus, nunca se manifesta em detrimento ou oposição aos Seus demais atributos. Assim, o belo sempre será verdadeiro, o verdadeiro sempre bom e o bom sempre bonito. São os três elementos inseparáveis, pois são parte do caráter do Deus, cujo caráter permanece integral de eternidade a eternidade.
Para o mundo, a visão quebrada de um mundo despedaçado é o que prevalece. O mundo não tem um caminho, mas segue perambulando por incontáveis veredas que levam a lugar nenhum. São milhares de opções, todas maquiadas, adocicadas, para esconder o veneno mortal que carrega abaixo da superfície. Não podemos esquecer que o mundo jaz no maligno, que é o mentor das tendências e dietas feitas para consumir alma ingênua daqueles que se distanciam de Deus. A ditadura da falsa beleza é uma terrível escravidão que contamina até o culto ao Senhor. E como devemos estar atentos a tudo isso!
Como cristãos, jamais deveríamos separar as virtudes de Deus enquanto avaliamos a beleza de uma pessoa. Ouso dizer que qualquer pessoa em seu estado natural é muito mais bela do que a garota estampada na capa de uma revista de moda, pois é a imagem de Deus que transmite beleza, enquanto os truques da moda só transmitem ‘boniteza’. As duas coisas são absolutamente diferentes. Quem é bonito exibe apenas a miragem da ‘atratividade’, quem é belo manifesta a permanência da realidade.
No céu não há pessoas bonitas, apenas santos belos, pois não trazem mais as marcas do pecado, e apenas refletem a formosura do Salvador.
Sejamos sóbrios. O espelho pode apenas refletir a fútil atração exterior, mas o Senhor vê o nosso coração. Usemos as Escrituras como nossa medida de formusa, e assim a beleza de Cristo será vista em nós.


A serviço do Mestre,

Pr. Jenuan Lira.

GRATIDÃO PELA VITÓRIA

Quando deixei a Vitória na escola, estava tudo bem. Sadia e feliz. Era seu terceiro dia de instruções na nova escola, onde deveria ser repetido o rigoroso ritual militar dos dois dias anteriores, que estranhamente, ela estava curtindo muito: aprender (e obedecer) comandos, reconhecer patentes, prestar continência, identificar a companhia, aprender as normas e códigos e treinar para a primeira formatura. Sem falar nas boas horas de palestras e marcha. Chegava em casa morta, ameaçando com a autoridade que ela pensa que tem: “Mamãe, estou morta... nós vamos denunciar às entidades protetoras das crianças”. Luta para as crianças, e luta para os oficiais que, aos gritos de comando, tentam tanger literalmente um bando de ‘soldadinhos’ pelas alamedas do velho colégio militar. Só lhe incomodava os gritos do comandante da companhia: “Eles pensam que somos surdos”.
Apesar de tudo, lá estava ela pronta e animada para mais um dia de disciplina marcial. A novidade da escola, os novos amigos e até mesmo essa face carrancuda da vida militar causam certo fascínio nos novos alunos. Era visível como ela estava animada e disposta, mesmo tendo que levantar pouco depois das 5:00h da manhã. Assim, deixei-a para sua “nova batalha” e sai, sem saber que dentro de pouco tempo o médico nos telefonaria: “Por favor venham aqui... A Vitória desmaiou enquanto estava em forma”.
O programa semanal mudou radicalmente... depois de algumas horas, lá estava a Vitória confinada num quarto de hospital, e nós, os pais, sobressaltados, tentando entender as causas e querendo minimizar o tempo de internação. Quem corre para o hospital, também se esforça para correr do hospital. Mas nem sempre é tão rápido como gostaríamos. Após a primeira noite, com a expectativa de sair e fazer exames em outro lugar, recebemos a notícia de que era preciso ficar mais um dia. Deus foi bondoso em nos colocar na mesma enfermaria com um garoto de uma família cristã, pelo que ficamos muito gratos. Mesmo, assim, nosso desejo era vê-la liberada o mais breve possível. Assim, após mais um lonnnnnnnnnnngo dia, pela manhã recebemos permissão para sair.
Passada a euforia da boa notícia, e enquanto a vida voltava ao normal, fiquei pensando em como somos rápidos para esquecer os benefícios do Senhor. Poucas horas em casa, livres do ambiente hospitalar, e já estamos acostumados, sem levar em consideração a grande vitória que Deus nos deu. É como se a saúde, a tranquilidade e o conforto do lar fossem tidos por certos, e não um presente da bondosa mão do Senhor. Eis por que falhamos em ser constantemente gratos pelas bênçãos de Deus. É verdadeiramente um pecado não elevar a Deus uma oração de agradecimento por mais uma noite em que nós e os nossos filhos dormimos em casa e com saúde. Se não lembramos de nada mais pelo que devemos dar graças, quando raiar mais um dia em casa, já temos mais uma grande maravilha para agradecer.
Se você não precisou de um hospital recentemente, não é porque você tem boa saúde, mas porque Deus lhe concedeu boa saúde. Ele é a fonte de toda boa dádiva, de cada noite em que não precisamos ir ou ficar num hospital.
Graças a Deus a vida da nossa família está voltando ao normal, pois Ele nos deu a Vitória! Uma pergunta... você agradeceu pela noite passada?

A serviço do Mestre,

Pr. Jenuan Lira.

QUANDO DEUS MUDA AS CIRCUNSTÂNCIAS

Quando a vida está indo bem, a mudança é o que mais nos assusta. Com razão, queremos congelar os momentos de prazer, para que nunca, nunca mesmo, percam o seu sabor. Se tivêssemos a vida sob o nosso controle, os tempos bons jamais passariam. Porém, não cabe a nós mudar os tempos e as estações. Esse poder está nas mãos do Soberano do universo.
O povo de Israel ia muito bem no Egito. Melhor não podia! Os anos passavam, enquanto a vida só melhorava. Fora assim enquanto José vivia, e dessa maneira continuou por mais uns 300 anos. Sem se dar conta, o povo já contabilizava séculos de prosperidade financeira e admirável crescimento demográfico. Receberam a melhor parte da terra como concessão de Faraó. Aquilo, sim, é que era qualidade de vida. Sair do Egito era fora de cogitação.
Mas aos poucos as coisas foram mudando, e os hebreus saíram da condição de convidados de honra, para a de escravos condenados à extinção. Era uma mudança radical, imprevisível e indesejável. Não havia a menor indicação de que a situação iria chegar a tal ponto. Mas chegou.
Em tempos de mudanças para pior, que são parte da realidade nossa de cada dia, em relação a nós mesmos ou a outros que nos cercam, a angústia dos porquês ocultos sempre nos assaltam. Porém, esquecemos que, ao invés de buscar as circunstâncias causadoras das mudanças, deveríamos concentrar nossa atenção na Pessoa que assume a responsabilidade pelas mudanças. Incrivelmente, a escravidão dos hebreus tinha um propósito glorioso. A grande provação criaria neles a consciência de que o Egito não era sua terra. Os descendentes de Abraão tinham outra origem, outro chamado e outro destino. Seus alvos deveriam ser diferentes, Seu Deus era diferente. O Egito criava neles uma grande distorção. Assim, para que não deixassem de ser o que Deus queria que fossem, era preciso perder o prazer no Egito. Para perder o prazer egípcio, a escravidão era o caminho melhor.
As coisas não mudam simplesmente. Deus as muda. Ele nos leva a caminhos difíceis para qeu possamos acertar nosso passo. A tranquilidade do Egito prejudica nossa vida espiritual, pois nos faz ficar à vontade no lugar errado.
Entretanto, vale ressaltar que Deus nunca nos muda para pior. Os caminhos podem ser difíceis, mas o final é glorioso. As provações são os instrumentos do Senhor para nos ajudar a redefinir nossa rota e repensar os nossos prazeres. Sem elas, poderíamos nos perder definitivamente no mar revolto e perigoso da vida mundana.
Louvado seja Deus pelas mudanças, mesmo quando nos causam dor!
“Em tudo dai graças...” (I Ts. 5:18).

A serviço do Mestre,

Pr. Jenuan Lira.