sábado, 19 de setembro de 2015

EM DEFESA DA PRESIDENTE DILMA

Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens, em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranquila e mansa, com toda piedade e respeito.” (1 Timóteo 2.1,2)

            Acreditem... Pode não parecer, mas estou bem consciente ao escrever este texto. Mas, sabendo dos riscos a que me exponho, e antes que os sapatos voem em minha direção, devo dizer que não votei em Dilma, nem aconselhei ninguém a fazê-lo... pelo contrário! Aliás, como forma de defesa contra o linchamento, devo dizer  que desde muito cedo, quando os companheiros resolveram se apresentar como salvadores da pátria, não escondi meu desgosto, e por isso, na ocasião uma vez mais quase recebi sapatadas. Nunca comprei a idéia de que ‘a esperança venceu o medo.’ Em mim nunca nasceu tal esperança, como também nunca perdi o medo!

            E então, como defender a Dilma? A razão é simples: mais do que a presidente Dilma, quero defender a autoridade das Escrituras que nos informa sobre uma dívida que o povo de Deus tem para com a presidente e para com todos os que se acham investidos de autoridade e temo que temos sido negligentes para com tal obrigação. Independente de quem seja, nossa obrigação, como exposto no texto bíblico acima, é orar intensamente pelos nosso líderes. Embora não seja simples, precisamos separar o indivíduo, da autoridade com a qual foi investido. Temos a obrigação de orar por todos os homens, mas especialmente pelos que ocupam cargos públicos,  “... para que vivamos vida tranquila e mansa, com toda piedade e respeito.” Temos feito isso? Se não, por que atirar a primeira pedra? A julgar pelas críticas ácidas que brotam dos lábios de alguns crentes, concluo que sobra acusação e falta oração. Para nossa tristeza, precisamos admitir que nesse quesito, muitas vezes imitamos o mundo, apelando para a desqualificação anárquica tanto da pessoa, quanto do cargo que ela ocupa. Confundimos o continente com o conteúdo e pegamos nas armas para ‘assassinar Kennedy.’
           
Olhando um pouco além, devemos lembrar que Dilma e os companheiros se apropriaram de Brasília sob as ‘bênçãos’ do povo. Sendo coerentes com a regra do jogo, precisamos admitir que nossa nação decidiu por elegê-la. Antes da ‘competição’, acordamos que metade mais um define o pleito. E, uma vez terminada a corrida, o vencedor será o líder de toda a nação, não apenas dos que votaram a seu favor. Assim tem sido através dos tempos, e assim foi na eleição de Dilma. Era óbvio que a estratégia de perpetuação no poder vinha sendo tramada há muito, mas entre os óbvios riscos futuros e as abundantes ‘bolsas’ presentes, o povo preferiu a última opção. Foi uma mão lavando a outra, algo do tipo toma-lá-dá-cá. Não fomos coagidos a escolher, exceto pela nossa histórica propensão a ‘tirar uma casquinha’, mesmo que os dividendos nos cheguem por caminhos indignos.

            Além disso, Dilma deve ser defendida à medida que é transformada em bode expiatório, a fim de favorecer os que levantam a bandeira de outro engano: a falsa idéia de que o impeachment será a solução dos nossos problemas. Não é justo, pois equivale a dizer que a presidente Dilma sozinha deve ser responsabilizada pelo caos em que nos achamos. Claro que ela não pode ser isenta absolutamente, pois todos sabemos das mentiras, informações falsas e conchavos políticos nos quais ela se envolveu, a fim de permanecer no poder por mais quatro anos. Mas concluir com isso que a esperança do Brasil está no impeachment é uma doce ilusão. Por acaso achamos que o seu substituto assumirá o poder livre de acordos e do endividamento politico?
             
            Já que resolvi me arriscar, vou dar um passo além. O problema está na forma de governo que adotamos – precisamos de um governo que tenha poder absoluto, uma monarquia. Já pensamos nisso? Esse seria o melhor sistema mediante uma única condição: que o monarca fosse perfeito. Com isso estou dizendo que não existe saída política para o problema do Brasil, e a desilusão com o governo termina sendo uma bênção, porque tira os nossos olhos dos homens e nos força a olhar para o Único que tem a verdadeira solução para o Brasil e o mundo. Ou seja: sabendo que entre os homens não há saída, temos que reconhecer que a nossa única esperança é o Deus-Homem, o Descendente Prometido, que em breve esmagará a cabeça da Serpente. Ele é a nossa Esperança, pois o profeta disse: “Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, rei que é, reinará, e agirá sabiamente, e executará o juízo e a justiça na terra.” (Jeremias 23.5).  Ele é a salvação do Brasil e do mundo.

            Pensar que Dilma é uma tragédia porque não soube governar é uma terrível falácia. A tragédia vai nos acometer a despeito de quem esteja governando. Espero que a presidente seja responsabilizada por seus atos errados, mas seja defendida das falsas acusações e falsas expectativas.

Espero ter me feito entender... senão, que venham os sapatos!

A serviço do Mestre,
            Pr. Jenuan Lira.



sexta-feira, 4 de setembro de 2015

UM GRANDE SALVADOR PARA UM GRANDE PECADOR

Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal.” (1Timóteo 1.15)

                Quando estava no final da sua vida, o inglês John Newton (1725-1807), o antigo traficante de escravos, que se tornou pastor e autor de muitos hinos, entre os quais Maravilhosa Graça (‘Amazing Grace’), disse: “Minha memória já quase se foi, mas eu recordo duas coisas: que eu sou um grande pecador, e que Cristo é meu grande Salvador.
                A história de John Newton é impressionante, tanto pelos fatos em si, como pela época em que ele viveu. Mas, antes de recordar a história de Newton, é necessário entender um fato crucial: Quando um homem se considera bom e digno do favor de Deus, está em rota de colisão com o ensino bíblico, seguindo o caminho da ruína eterna.
O mito da bondade inerente dos homens, percorre a humanidade desde os seus primórdios. Por motivos óbvios, essa doutrina perigosa encanta os homens, que gostam de ser exaltados, mesmo quando se reconhecem indignos de tal exaltação. Por isso, ‘a bondade do homem’ conseguiu se estabelecer no cerne de todas as religiões que se desviaram da Revelação divina e, em tempos modernos, ganhou ímpeto por meio da defesa acadêmica do filósofos e sociólogos importantes, entre os quais se destaca o suíço Jean Jacques Rousseau (1712-1778), que resumia sua doutrina na frase: “O homem nasce bom e a sociedade o corrompe.
                À primeira vista, o tópico parece apenas mais um adendo explosivo no universo da teologia e das chamadas ciências humanas, mas, afinal, faz alguma diferença para o homem em si? Entrar nesse debate não seria entrar em discussão improdutiva, sem valor prático para o homem em si? A resposta vai depender da nossa antropologia, aquilo que pensamos sobre o homem, sua história, razão e destino.
Quando nosso pensamento se concentra apenas nesse mundo material e efêmero, a doutrina da bondade individual, ofuscada pela maldade social, como ingenuamente alguns defendem, parece não ter grandes implicações. Mas, se nosso pensamento levar em conta a realidade espiritual e a mensagem do Evangelho, segundo encontramos nas Sagradas Escrituras, imediatamente essa doutrina deixa de ser mais uma simples ideia periférica. Na cosmovisão bíblica, o homem é um ser destinado à eternidade. Após a experiência da morte, que é única e irreversível (Hebreus 9.27), o homem segue para o juízo de Deus. Nesse julgamento, o perfeito Juiz vai nos inquirir na base da Sua Lei, que revela Sua perfeita justiça e o padrão requerido das Suas criaturas. Nesse julgamento, como em qualquer outro, o réu deverá ser declarado culpado ou inocente. Sendo culpado, o homem receberá a pior sentença jamais imaginada: a condenação eterna e no final - “... a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte.” (Apocalipse 21.8). Nada poderia ser pior!
E para ganhar absolvição, o que será necessário? Em termos simples, o homem precisa ser bom, que significa apresentar um currículo de absoluta e perfeita obediência à Lei de Deus, sem ter tropeçado em nenhum ponto, em nenhum momento da vida. Tal demanda é necessária, pois a santidade, a justiça e o caráter de Deus são parte indissolúvel do Seu Ser e, por isso, na Sua presença não se admite o menor traço de imperfeição. Diante do Deus Santo, não existe meio termo. Uma obediência ‘em geral’ não passa no teste. Ou somos salvos por ser declarados bons, ou seremos condenados eternamente, pois assim afirma a Palavra:

“Pois qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos. Porquanto, aquele que disse: Não adulterarás, também ordenou: Não matarás. Ora, se não adulteras, porém matas, vens a ser transgressor da lei” (Tiago 2.10–11).

                Mas Deus será assim tão rigoroso no juízo final? Certamente, pois o profeta assim declara: “Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal e a opressão não podes contemplar...” (Habacuque 1.13a). O padrão do Juiz de toda terra é elevadíssimo. Ter toda Lei cumprida, até suas mínimas partes ilustrada pelo ‘i ou o til’, mencionados por Jesus no Sermão do Monte (Mateus 5.18) é a única coisa que poderia fazer o homem bom, como Deus é.
                A doutrina da ‘bondade do homem’ foi combatida por John Newton. Após sua conversão, ele entendeu que ‘não há nenhum bom, nenhum sequer.’ Como foi que tudo aconteceu? Bem, por questão de espaço, vamos deixar o suspense até conhecer o próximo Semeador.

                A Serviço do Mestre,
                Pr. Jenuan Lira