quinta-feira, 7 de novembro de 2013

UM PAÍS ASSOMBRADO

“Pois todo que pratica mal aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de não serem arguidas suas obras” (Jo. 3.20)

            As trevas tomaram conta dos Estados Unidos nos últimos dias. Em outubro, muitas casas e jardins recebem uma decoração bizarra e tenebrosa. Aranhas asquerosas, gatos pretos, caveiras, bruxas e imitações de pedaços de corpos humanos são espalhados entre imitações lápides que alguns moradores colocam nos jardins. Caveiras em tamanho natural são penduradas pelo pescoço como se fossem restos mortais de pessoas enforcadas.  É como se nesse mês as criaturas das trevas encontrassem uma maneira de ressurgir das profundezas do mundo dos mortos,  encontrando espaço na casa dos vivos.
            A comparação entre as comemorações do dia das bruxas, e a páscoa do Senhor Jesus Cristo me provocou o pensamento. Se não tivéssemos ido à igreja no domingo da ressurreição, não teríamos idéia de que estávamos na Páscoa. A lembrança da morte e ressurreição de Cristo não recebe nem de longe a mesma atenção que o halloween. Para celebrar o halloween, o segundo feriado mais caro dos Estados Unidos, as pessoas se fantasiam e até algumas lojas reduzem seu expediente. É um evento que não passa despercebido. No entanto, a lembrança do sacrifício e ressurreição do Senhor Jesus passou em brancas nuvens perante a sociedade em geral.
            Na sua expressão cultural, muitos americanos deixam claro que abominam a Luz, mas se divertem com as trevas. Aquele que é a Luz do mundo vai sendo cada vez mais apagado da mente do povo, enquanto as bruxas, caveiras e gnomos continuam bem lembrados e celebrados.
            O que se percebe na sociedade americana é um reflexo exato do que acorre no coração de todos os homens. À medida que decidem tirar Deus da sua vida, os homens se entregam àquilo que alimenta sua rebelião. Não existe vácuo espiritual. Quando rejeitamos a luz, passamos a ser dominados pelas trevas.
            Voltando na história, percebemos que a América segue o triste caminho da Europa. Onde antes a Palavra de Deus era guia e fundamento da sociedade, hoje é um livro esquecido, que poucos levam a sério. Na verdade, a grande maioria da população adotou um estilo de vida materialista, esforçando-se para apagar os últimos vestígios da fé Cristã que aqui e ali se manifestam muito esparsamente. E os números comprovam a decadência espiritual americana. Em recente pesquisa entre alunos de várias universidades, pouquíssimos podiam lembrar o nome dos quatro evangelhos. Num pais com história pagã como o Brasil tal resultado seria esperado. Mas nos Estados Unidos, a nação que se ergueu sobre os pilares da fé e se tornou uma tocha missionária para o mundo todo, tal situação é tristemente surpreendente.
            Mas as nações são feitas de indivíduos. O fruto da coletividade brota da semente plantada no coração das pessoas. O colapso espiritual da América espelha a rebeldia no coração dos seus cidadãos que decidiram virar as costas para a verdade de Deus. Com isso, o país se tornou um símbolo do humanismo moderno. Externamente parece que as coisas continuam indo muito bem, mas aos olhos de Deus a nação deixou de uma árvore plantada junto ao ribeiro de águas, tornando um arbusto seco no deserto, conforme descrição do profeta Jeremias (Jeremias 17).
            Longe do Senhor, poderemos experimentar uma aparente prosperidade, até o dia em que teremos que enfrentar o vale da sombra da morte. Nesse momento procuraremos em vão uma saída, mas nada poderá nos socorrer, pois desprezamos o Bom Pastor, que dá a vida pelas ovelhas.
            Onde antes brilhava intensa luz, hoje reina a negridão das trevas.
            Deus salve a América!

            A serviço do Mestre,
            Pr. Jenuan Lira  


sexta-feira, 1 de novembro de 2013

O perigo que vem de dentro

Dentro de alguns aparelhos eletrônicos, certas partes trazem um adesivo com o sinal de perigo indicando risco de choque elétrico. O que está em volta pode ser manuseado, desde que respeite o ‘perigo’ que se esconde dentro dos componentes assinalados. Assim são alguns conteúdos dentro do nosso coração. Estão lá meio dormentes, mas farão um grande estrago se forem tocados.
            É o Senhor Jesus quem nos fala sobre isso em Mateus 15.18-20, quando ele foi abordado sobre ‘’o que contamina o homem’’. Diferente dos fariseus, Jesus afirma que a contaminação não se dá pelo que entra, mas pelo que sai da boca do homem.
            O ponto interessante aqui é a declaração de que o homem se contamina quando sua boca profere o que está no coração. Por que somente quando sai? Não seria mais lógico pensar que, uma vez que o ‘material contaminado’ encontra-se no interior do homem, então, a expressão verbal seria apenas a demonstração externa da contaminação que já é real internamente? Como é que o coração está cheio de ‘material contaminado’, mas o homem só se contamina quando a boca fala?
            Uma possível explicação seria a seguinte: a expressão externa por meio da boca pressupõe que interiormente foram feitos os processos que levam à comunicação. ‘’A boca não fala’’ por si. Ela é instrumento da mente. Ou seja, para fazer a boca falar, seria preciso a mente tocar naquele setor do coração onde se encontra a lista de pecados mencionados por Jesus. As palavras más são fruto de pensamentos direcionados para o mau.
            Jesus está ensinando que dentro do coração de cada pessoa se encontra um compartimento com material altamente perigoso, capaz de contaminar a alma e espalhar destruição no ambiente. A chave que destranca esse compartimento está em nossas mãos. Por descuido, ou por decisão, às vezes abrimos a porta, liberando o odor tóxico do pecado.
            Tudo isso mostra o quanto precisamos da ajuda de Deus para vivermos de um modo que Lhe agrade. Entregues a nós mesmos, seremos contaminados pelo nosso próprio pecado e seremos agentes de contaminação.
            Graças a Deus por Jesus Cristo e pelo Seu Espírito.

A serviço do Mestre,

Pr. Jenuan Lira.