terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

EM DEFESA DA PÁTRIA


 “Não me fale em Brasil. Quase morri quando retornei depois de uma visita”. 


Foram essas as palavras de um pastor americano dirigidas a um irmão brasileiro que quis saber sobre sua estada em nosso país. Foi difícil ouvir essas palavras sem ficar chateado. Primeiro, porque eu fui um dos responsáveis pela vinda daquele pastor ao Brasil; segundo, quando esteve entre nós, ele mesmo pediu para pregar várias noites seguidas, em diferentes igrejas, e parecia satisfeito em cada oportunidade; terceiro, e mais importante, não gosto de ouvir ninguém falando mal do Brasil, especialmente se não for brasileiro. Instintivamente reajo em defesa da minha “pátria amada, Brasil”.
            Embora o patriotismo possa ser exagerado, na medida certa é bom e natural. Nossa identidade está diretamente ligada ao nosso lugar de origem. Por isso ninguém fica satisfeito ao ouvir um estrangeiro falando mal da sua terra.
            Meditando sobre o episódio, me veio à mente um fato muitas vezes esquecido: a pátria dos filhos de Deus não se localiza geograficamente neste mundo. Nossa morada está sendo preparada por Cristo na casa do Pai. Pedro diz que somos “estrangeiros e peregrinos” neste mundo. Nossa verdadeira pátria é definida não pelo nascimento natural, mas pelo espiritual.
            O problema é que a realidade espiritual parece muito distante dos nossos olhos, e por isso firmamos nossa identidade a partir do nosso país de origem. Essa visão limitada e naturalista é raiz dos grandes problemas que enfrentamos na vida. Se não podemos nos identificar como cidadão dos céus, também não podemos aceitar os planos do Senhor dos Céus.
            Talvez você já ficou assustado com algumas expressões fortes dos salmistas em relação aos inimigos de Deus. Por exemplo, no Salmo 139:21-22 lemos: “Não aborreço eu, Senhor, os que te aborrecem? Não abomino os que contra ti se levantam? Aborreço-os com ódio consumado. Para mim são inimigos de fato”. Esse tipo de reação mostra que o salmista levava a sério a pessoa de Deus. A inimizade do mundo contra Deus lhe causa verdadeiro pavor, pois para ele Deus não era um mito, mas um Deus real, pessoal e presente. 
            Nosso problema é identificado por Paulo em Romanos 1, onde Paulo nos mostra que colocamos as coisas criadas no  lugar do Criador. O que realmente nos interessa são nossos desejos, nossos sonhos, nossa casa e nossa terra.  Quanto ao reino de Deus, não descartamos de todo, mas nos contentamos em tê-lo apenas como um reino de fantasia.
            Gosto do Brasil, mas amo mesmo a Pátria Celeste. Ali, sim, é o meu lugar, meu destino final, meu porto seguro... o meu país. Por ele vivo e para ele sigo. Existe um melhor destino?
            A serviço do Mestre,
            Pr. Jenuan Lira.

Um comentário:

Thaline disse...

Querido Pastor, como é bom ler seus textos...! É como se estivéssemos ouvindo o senhor pregar...E como é bom viver com a perspectiva da eternidade, pensar que nossa pátria é o céu e que em breve estaremos todos juntos. Abraços!