quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

SATISFAÇÃO EM DEUS



Tu me farás conhecer a vereda da vida; na tua presença há plenitude de alegria; 
à tua mão direita há delícias perpetuamente” (Sl. 16.11).

            Diz o provérbio popular que a medida do ter nunca enche. Quem não tem gostaria de ter, e quem tem queria ter um pouco mais. Em outras palavras, nunca estamos satisfeitos com o que alcançamos, e por isso achamos difícil obedecer a Deus quando Sua Palavra diz: “Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” (I Ts. 5.18).
            Há poucos dias percebi de maneira muito prática por que o desejo pela abundância material é enganoso. Foi pela comparação entre meu tempo de seminarista no antigo Seminário do Cariri e esses primeiros dias como aluno em Los Angeles. Posso garantir que entre as duas situações têm algumas ‘pequenas diferenças’, e muitas lições a ser aprendidas.
            Uma vez instalado no nosso apartamento, antes da família chegar, fui ao supermercado, em busca de coisas prontas, o que não é difícil por aqui. Na seção dos sucos, peguei dois tipos: maçã e laranja. Ambos são excelentes, só tem um problema: são muito grandes. Na verdade, aqui não nada pequeno. Mas não é bom que o suco seja grande? Por um lado, sim. Por outro, não. No meu caso, o tamanho do suco não foi garantia de satisfação. 
            Depois vários copos de suco de laranja, e vendo que ainda estava longe de esvaziar a caixa, notei que algo tinha mudado em relação ao suco. E foi fácil perceber que o sabor não tinha mudado, mas minha atitude, sim. Dentro de mim, pensei: por que eles fazem isso? Melhor seria se essa caixa fosse menor.
Envolto nas minhas “reflexões lanranjais”, voltei no tempo uns vinte e seis anos e lembrei minha época de aluno no velho seminário. Às vezes, e não eram muitas, a gente passava pela feira, e comprava algumas laranjas. Guardava no quarto, pois na geladeira comunitária havia um buraco negro que fazia sumir as coisas. Perto da meia-noite, na hora do lanche, os que tinham feito a “cota da laranja” espremiam com muito cuidado cada uma, tentado extrair cada gota que fosse possível. Pode ter certeza de que não ficava nada. E quando não enchia um copo, a gente colocava um pouco de água, e saboreava com alegria, pois suco de laranja no lanche da noite era um luxo. Ali o nosso dilema não era pela fartura, mas pela escassez. A gente agradecia, certamente, mas pensávamos que se tivéssemos mais suco seria melhor.
            Assim é na vida toda: nosso problema não é a falta ou a abundância material, mas a insatisfação no coração que somente a presença de Deus pode nos dar. Ter ou não ter não é a questão. O que nos falta realmente é satisfação. No final das contas, ninguém busca a riqueza pela riqueza, mas por achar que tendo um pouco mais estará satisfeito. Ninguém busca amizade pela amizade, mas por achar que um bom amigo vai nos dar satisfação. O que queremos mesmo é satisfazer os anseios do nosso coração. E neste caso só há uma solução: “... na tua presença há plenitude de alegria; à tua mão direita há delícias perpetuamente”. Quando o Senhor é a fonte da nossa alegria podemos cantar...
Não olho as circunstâncias, não, não, não,
Olho seu amor, seu grande amor,
Não me guio por vistas,
Alegre estou!
            Que o Senhor seja nossa alegria perpetuamente!
            A serviço do Mestre,
            Pr. Jenuan Lira.
  

Um comentário:

Igor M. Cavalcante disse...

Pastor Jenuan, seu trabalho de pregação vai fazer falta esse ano. Assisti algumas vezes suas pregações pela Internet aqui da Alemanha. Mas é bom ler seus textos! Abraço!