quinta-feira, 9 de junho de 2016

NÃO PODEREIS SERVIR AO SENHOR

Então, Josué disse ao povo: Não podereis servir ao Senhor, porquanto é Deus santo, Deus zeloso, que não perdoará a vossa transgressão nem os vossos pecados.” (Josué 24.19)

            A abordagem de Josué pareceu muito estranha. Dizer que o povo não poderia servir ao SENHOR? Como? Logo Josué, o grande líder espiritual do povo, sair com uma proposta dessa...?   

            - ‘Mas vocês não estão entendendo...’, falou Josué com ênfase. – ‘Vocês não podem servir ao SENHOR. Isso não é brincadeira... é muitíssimo sério. Eu e minha casa já temos uma posição. Sabemos bem o que queremos, e vamos pagar o preço, mas vocês...’ concluiu Josué, deixando o suspense como resposta.

              - ‘Mas como não? Por favor, Josué...’, falou um líder do povo, apoiado pelos demais a sua volta - ‘...é isso que queremos...’.

Josué, então, foi mais claro: ‘Gente, não estamos falando de um deus qualquer. A Pessoa com Quem vocês estão querendo se comprometer é o Deus verdadeiro, santo e zeloso. Ele não se deixar escarnecer... Ele é fogo consumidor. Não há meio de servi-lo com coração dividido. É muito mais sério que vocês pensam.

- ‘Tudo bem...’, disse o povo,  ‘estamos entendendo a seriedade do compromisso. Mas é isso que queremos.’

O diálogo acima, baseado em Josué 24, parece uma contradição. Enquanto o Salmista diz ‘servi ao SENHOR’ com alegria, Josué taxativamente declara: “Não podeis servir ao SENHOR.” Ele, mais do que ninguém, deveria estar interessado em que o povo se comprometesse com Deus.  Por que age como se quisesse dissuadir a nação desse intento? 

Na realidade, Josué está usando uma expressão forte para que o povo entenda a grandeza do seu compromisso espiritual.... ‘De Deus não se zomba.’ De todas as lutas em que Josué anteriormente estivera engajado, nenhuma foi tão severa como a luta contra a falsa espiritualidade, pois essa é uma luta da alma. Tinha sido mais fácil  conquistar as fortalezas dos Cananeus, do que vencer a resistência de corações endurecidos (Pv. 18.19).

            Josué, um homem de Deus, notável por sua liderança política e espiritual, tem bastante discernimento espiritual. Por isso, a aparente reação favorável do povo não lhe empolga. Com sua longa experiência, Josué percebe que, novamente, o povo está tratando levianamente seu compromisso espiritual, fazendo um voto precipitado, esquecendo o a verdade ensinada por Salomão ...“Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos céus, e tu, na terra; portanto, sejam poucas as tuas palavras.” (Eclesiastes 5.2) 

            A história de Israel no Antigo Testamento está cheia de compromissos falsos. No momento do perigo, depois de um livramento grandioso ou mediante o apelo de um líder espiritual, o povo tinha a tendência de entrar em aliança com Deus, por pura empolgação. Não levavam em conta os termos do seu compromisso. Reagiam emocionalmente, lidando com Deus irresponsavelmente, como faziam uns com os outros... “Então, disse o profeta: Ouvi, agora, ó casa de Davi: acaso, não vos basta fatigardes os homens, mas ainda fatigais também ao meu Deus?” (Isaías 7.13). Temos a tendência de confundir o Deus santo, com os homens impuros. Tal confusão revela quão pouco conhecemos o SENHOR. Enganamos os homens e a nós próprios, criamos escapes para disfarçar nossa infidelidade e por algum tempo parece que estamos conseguindo, pois nada acontece. Não devemos jamais esquecer o que está escrito no Salmo 50.21: “Tens feito estas coisas, e eu me calei; pensavas que eu era teu igual; mas eu te arguirei e porei tudo à tua vista.
           
Quando o nosso coração não é reto para com Deus, é melhor não fazer de conta que queremos servir ao SENHOR, pois está escrito: “Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará.” (Gálatas 6.7)

 Nesse mundo de pessoas ‘amantes de si mesmo’ muitos querem levar a vida tocando flauta, como diz um antigo ditado popular.  O problema é que, quando estamos falando do relacionamento com Deus, a flauta vai ter mais buraco do que dedo. Com certeza a nota vai sair desafinada.

A serviço do Mestre,


Pr. Jenuan Lira

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