segunda-feira, 12 de agosto de 2013

MILAGRE NO AEROPORTO

Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves?” (Mt. 6.)

            Assim que cheguei ao meu destino tratei logo de ligar para o aeroporto...
- “Setor de perdidos e achados do aeroporto LAX, posso ajudá-lo?”
- “Hoje cedo, ao embarcar para Denver, perdi um objeto no chão, assim que cruzei o ponto de inspeção de segurança.
- “O senhor pode descrever o item perdido?
- “Um laptop, MacPro, revestido em uma capa protetora vermelha
A reação do atendente foi a mais pessimista possível. Ele literalmente riu quando ouviu minha descrição e disse.:
Senhor, todos os dias as pessoas perdem cerca de 50 eletrônicos nesse aeroporto, principalmente laptops. Mas vou lhe dar um número de protocolo e entraremos em contato caso achemos”.
            O pessimismo do atendente era plenamente justificado. Estávamos falando do quarto aeroporto mais movimentado do mundo, sempre repleto de gente indo e vindo para todas as partes da terra.
            Perder coisas em viagens não é o que eu diria um evento raro no meu caso, mas algo desse valor e tão necessário para meu dia a dia nunca tinha ocorrido.  Não foi fácil. Meu tempo fora de casa seria de uns dez dias, e de vez em quando meus pensamentos se voltavam para o computador, especialmente para todos os meus trabalhos de Mestrado de um semestre inteiro, que não tinha sido copiados noutro local. Também me pesava o fato do computador ter sido presente de uma querido amigo, que resolveu me abençoar que o melhor que ele tinha. Além disso, da parte do aeroporto a única resposta nos próximos dias foi o silêncio absoluto.
            A perda era significativa, mas algo me ajudou a descansar. Com certeza  o Senhor estava me preparando de antemão por meio da leitura do livro Uma Vida de Oração, comprado para ser lido durante a longa viagem. Por isso, desde o primeiro momento em que me bateu a angústia da perda, imediatamente comecei a orar. Ao mesmo tempo, minha esposa fez uma postagem no facebook acerca do problema pedindo oração. Assim, de diferentes partes do mundo pessoas estavam orando pelo computador perdido.
            Quando cheguei de volta a Los Angeles, no sábado seguinte, procurei imediatamente o setor de achados e perdidos. Foi decepcionante, pois descobri que aquele setor só funciona de segunda a sexta. Não podia acreditar, mas era isso mesmo. Continuamos orando, mas aos poucos já perdendo as esperanças definitivamente.
            Mas o que parecia sem jeito, Deus transformou numa surpresa especial. Na segunda-feira, quando liguei, a pessoa que me atendeu foi diferente. Assim que me identifiquei, ela respondeu: “Parece que seu computador foi encontrado. Pode confirmar alguns arquivos e e-mails que tem nele?” Era inacreditável, mas era verdade. O computador esquecido no chão em dos maiores aeroportos do mundo tinha sido achado.
            Ter o computador de volta foi muito bom, mas melhor de tudo foi a lição que se renovou em minha mente: “Nada é pequeno demais que passe despercebido dos olhos do Senhor, nem grande demais que desafie o Seu poder. Não desista de orar.” Foi o próprio Senhor que nos mandou aprender observando as aves do céu, no Sermão do Monte. Os pequenos e aparentemente insignificantes pássaros são sustentados pelo Pai Celeste. Eles não semeiam, não colhem, não ajuntam em celeiros para o dia do amanhã. Dependem totalmente da generosidade do Senhor que lhes dá diariamente o que eles realmente precisam. Para nós humanos de pouca fé, tal dependência do Senhor parece irresponsabilidade. Não suportamos a idéia de perder o controle da situação e entregar o leme nas mãos do Senhor. Planejar o dia de amanhã, projetar e tomar providências não é errado. O problema ocorre quando nosso planejamento falha, quando o computador desparece,  quando as portas fecham diante de nós e ficamos de mãos atadas diante da situação? Nesse momento nos resta duas opções: depender do Senhor como os pássaros ou morrer de ansiedade.
            O que é impossível para os homens e irreal mediante probabilidades matemáticas não é um problema para o Senhor. Ele observa tudo, até um pequeno computador esquecido no piso de um aeroporto. Por isso, sem risco de profanação, podemos ‘modernizar’ o sermão do monte para a era da informática: “Se Deus observa um computador que hoje existe e amanhã vira sucata eletrônica, como não cuidará de vós, homens de pequena fé...? Busquem, pois, em primeiro lugar o reino de Deus e Sua justiça e os eletrônicos, que forem realmente necessários, vos serão acrescentados.
            Os tempos mudam, mas o nosso Deus é o mesmo.

            A serviço do Mestre,

            Pr. Jenuan Lira. 

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