quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

BRASILEIRO EXECUTADO NA INDONÉSIA

          
Porém, se não fizerdes assim, eis que pecastes contra o Senhor;
e sabei que o vosso pecado vos há de achar. (Números 32.23)

            O fuzilamento do traficante brasileiro Marco Archer na Indonésia na semana passada causou abalo internacional. Sendo um dos principais traficantes brasileiros que infestam a ilha de Bali, Marco Archer penalizado com a pena capital pelo governo indonésio, após 10 anos de espera no corredor da morte. A execução de Archer foi acompanhada com apreensão pelas autoridades brasileiras porque outro brasileiro, Rodrigo Gularte,  está em vias de receber o mesmo castigo.
                Acostumados no Brasil com o desrespeito às leis e confiantes de que no final se pode dar um  jeitinho, os traficantes brasileiros simplesmente desconsideram o aviso em letras grandes e vermelhas no cartão de imigração: ‘pena de morte para tráfico de drogas.’ Por anos os brasileiros encabeçam a lista do tráfico no paraíso turístico da ilha de Bali, sendo reconhecidos por levarem uma vida de fantasia, luxo e hedonismo financiada pelo dinheiro do contrabando de drogas.
                Sem entrar no mérito específico da abrangência, determinação e forma de aplicação da penalidade, o fato é que a pena capital é endossada nas Escrituras tanto no Velho quanto no Novo Testamento (At. 21:11; Rom. 13:4). Isso soa extremo aos ouvidos modernos, pois na sua carta de exaltação do humanismo, a Organização das Nações Unidas proclama que: “Todo o homem tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.”
                Embora a defesa à vida deva ser uma bandeira empunhada pelos cristãos, isso não significa que a vida física seja o nosso maior patrimônio. A vida certamente é um dom de Deus e uma parte maravilhosa e misteriosa do nosso ser, mas além do componente material, o homem é composto do elemento espiritual que é eterno. Os homens lutam e protestam apenas pela sobrevivência material, esquecendo que um dia o corpo voltará ao pó, de onde veio, e o espírito subirá a Deus, a Quem pertence. Além disso, nunca devemos esquecer que o mesmo preceito que protege a vida, pode servir para exterminá-la, quando interpretado de maneira frouxa, limitada e tendenciosa. Infelizmente, em muitos casos, e as drogas são um deles, pessoas querem o direito à própria vida, à custa da vida dos outros. Porque um tem direito à vida, muitos têm direito à morte.
                A execução dos traficantes na Indonésia jamais deveria despertar em nós qualquer tipo de prazer... “Deus não tem prazer na morte (Ez. 18.23). No entanto, mesmo nessa situação há um aspecto da misericórdia de Deus, manifestada para com os que porventura estejam se desviando do bom caminho. Salomão diz: “Quando o escarnecedor é castigado, o simples se torna sábio...” (Pr. 21.11). Foi a convivência da sociedade antiga com o homicida Caim que abriu o caminho para o caos, anarquia e violência que rapidamente atingiu níveis insuportáveis na civilização antediluviana (Gn. 4:23-24; 6:5). A impunidade fomenta toda sorte de iniquidade proveniente do humanidade corrompida. Como resultado da morte dos traficantes, muitas vidas poderão ser poupadas tanto de traficantes como de pessoas associadas ao crime. Quando a justiça consegue deter o avanço do mal, as pessoas reconsideram o fato de que existe um salário para cada pecado, e que um dia todos prestaremos contas. Nesses momentos o mundo precisa concordar com o aviso de Moisés: “Porém, se não fizerdes assim, eis que pecastes contra o Senhor; e sabei que o vosso pecado vos há de achar.” (Núm. 32.23)
                A parte triste nos protestos contra a pena de morte é o declarado materialismo que permeia a sociedade universal. A única preocupação é com o corpo. O mundo teme aqueles que matam o corpo, mas não teme Aquele que “pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo” (Mat. 10:28). Nada estranho. As pessoas tem sido doutrinadas desde a sua infância a negar o juízo vindouro. Quando muito, alguns manifestam um vulto opaco de espiritualidade e misticismo, mas na realidade ninguém admite o fato de que  “aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo(Heb. 9:27). A certeza do juízo eterno é o que deve nos fazer tremer diante da morte de quem quer que seja. Por isso, antes que seja tarde, devemos testemunhar de Cristo, antes que chegue o dia final, pois assim como o juízo é certo, a misericórdia do Senhor é também certa, e pode alcançar e salvar qualquer pecador, em qualquer momento, mesmo que sejam traficantes temidos encerrados no corredor da morte.

                A serviço do Mestre,
                Pr. Jenuan Lira
 


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