quarta-feira, 17 de junho de 2015

CORDEIRO MORTO, LEÃO VENCEDOR

Todavia, um dos anciãos me disse: Não chores; eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos.” (Apocalipse 5.5)


            Às vezes dá vontade de defender o nosso Deus. Quando vemos Seu nome profanado, Sua Palavra menosprezada publicamente, ficamos a ponto de “pegar em armas.” O zelo não é de todo ruim, mas deve ser contido, pois nesse caso, agindo na nossa força estaríamos assemelhando o nosso Deus, o Rei do Universo, aos falsos deuses.

            Falo assim, pensando num episódio no livro de Juízes, ocorrido quando da vocação de Gideão. Obedecendo uma ordem do SENHOR, Gideão derrubou o altar de Baal e cortou o ídolo que nele havia. Quando notaram a profanação do altar, os moradores foram a Joás, pai de Gideão, exigindo sua morte por ter desonrado Baal. Com coragem e sabedoria, Joás respondeu: “Se Baal é deus, que por si mesmo contenda; pois derribaram o seu altar...” (Juízes 6.32). Certíssimo!!! Um ser com poder divino deve ser capaz de tomar conta da Sua reputação. Do contrário, não deveria receber adoração. Por que os muçulmanos saem explodindo bombas contra os ‘hereges’? Porque Alá não é o SENHOR dos Exércitos, o Deus Trino das Sagradas Escrituras.

            É importante lembrar da suficiência do nosso Deus, para não cairmos no erro dos contemporâneos de Gideão. Penso que a provocação da fé cristã, como aconteceu na recente parada gay, e deverá aumentar nos próximos dias, é uma arma de Satanás para nos fazer igualar o nosso Deus aos ídolos. Sejamos cautelosos para não morder a isca da Serpente. Os protestos irados e as notas oficiais de repúdio como os da CNNB podem fazer mais mal do que bem.

            Com isso não estou pronto a assumir a posição de omissão, ou me declarar indiferente à profanação como fez o respeitado escritor Augustus Nicodemus. Com todo respeito por esse grande teólogo, não fecho com sua posição, pois um transexual numa cruz me causa repulsa e me ofende. Não tenho devoção pela cruz como um objeto sagrado, mas me calo com reverência diante da mensagem da cruz, e não consigo separar perfeitamente os dois. A cena imoral e ofensiva foi uma agressão ao santo Evangelho. Portanto, me ofendi, sim. Não pela cruz em si, mas por entender que ali estava uma zombaria do Cordeiro que foi morto pelos nossos pecados.

            Entretanto, mesmo ofendido, preferi conter os ânimos. Primeiro, porque minha reação poderia gerar mais visibilidade ao episódio imundo, e isso era tudo que eu não queria. Segundo, por lembrar que o Cordeiro que foi sacrificado também é o Leão vencedor. Quem sou eu para vindicá-lo? Eu não o defendo, Ele é o meu Defensor. O que posso fazer é cumprir o meu papel de anunciá-lO por meio da exposição fiel da Sua Palavra, que é a Espada do Espírito. Assim, à medida que O conheço e O faço conhecido, Sua glória se manifesta e as trevas se dissipam de muitos corações. Cativos são libertos do poder do Valente, enquanto as portas do inferno são arrombadas pelo poder e autoridade concedidas a Sua Igreja.

            A questão, portanto, não é capitular diante das provocações do mal, nem fazer de conta que não é conosco. O que precisamos é lutar com as armas certas. As palavras do apóstolo Paulo nos animam: “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo...” (2Coríntios 10.5).

            Diante da força dos ataques, não seria pouco combater com a pregação? Seria, se não fossem aquelas intrigantes e maravilhosas parábolas do Reino... “Disse-lhes outra parábola: O reino dos céus é semelhante ao fermento que uma mulher tomou e escondeu em três medidas de farinha, até ficar tudo levedado.” (Mateus 13.33).

            Se nos voltarmos para Apocalipse, a luz da suficiência de Cristo brilha com maior intensidade. Na sua visita ao céu, João viu quando o Cordeiro tomou o livro das mãos dAquele que estava sentado no trono (5.7). Esse é um momento singular no último livro da Bíblia. O Pai entrega ao Filho a autoridade para julgar o mundo. Então, o Cordeiro, que também é o Leão da tribo de Judá, começa a abrir o livro da ira de Deus. O cálice está transbordando, o Cordeiro de Deus vai “tirar o pecado do mundo”, não  mais derramando Seu sangue, mas derramando juízo. E todos saberão que Ele é o SENHOR.

            Por enquanto, “Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo...” (Apocalipse 22.11a). Dentro em breve a monotonia da perversidade será interrompida. O Leão se inflamará na Sua ira e  “muitos perecerão pelo caminho”  (Salmo 2.12)

            A serviço do Mestre,
            Pr. Jenuan Lira



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