sexta-feira, 12 de junho de 2015

TU ME AMAS?

Pela terceira vez Jesus lhe perguntou: Simão, filho de João, tu me amas?....” (João 21.17)

            Quando não existe amor, também não existe santidade. A iniquidade cresce no vácuo deixado pela ausência do amor. O filho se torna rebelde quando começa a perder o amor pelos pais. Um esposo se torna infiel quando passa a amar menos sua esposa. Foi o próprio Cristo que nos falou da oposição entre o amor e a iniquidade: “E, por se multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos” (Mateus 24.12). Segundo a Bíblia, o amor tem o magnifico poder de “cobri multidão de pecados”, pois “tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1 Coríntios 13.7). Então, se não mais existe amor, manifesta-se o pior cenário existencial, pois o pecado ficará à descoberta e a santidade desaparecerá.

            Enquanto lutamos para ser fiéis a Deus, lembremos que é pelo amor que se pavimenta a estrada da santidade. Quem ama se guarda para a pessoa amada.  Quem ama a Deus se guarda para Ele e procura viver “para o seu inteiro agrado” (Cl. 1.10). Portanto, a solução para vencer o pecado não se encontra em autoflagelação, legalismo ou rigor ascético. A força do pecado é maior que tudo isso. Para a malignidade do pecado, o amor é o único remédio.

            O amor derrota o pecado, por causa da poderosa constituição intrínseca do amor. Por exemplo, na própria natureza do amor existe a fidelidade. São inseparáveis. Fidelidade leva à exclusividade. Amor verdadeiro mantém o coração íntegro e os olhos focados no objeto da sua afeição. Assim, nas palavras do apóstolo Paulo em Efésios 3.19, à medida que conhecemos o amor de Cristo “que excede todo entendimento”, passamos a ser “tomados por toda plenitude de Deus.” Ser tomado é uma expressão fortíssima, própria para descrever aficionados ou apaixonados. Isso significa que quando verdadeiramente amamos a Cristo, nossas afeições serão dirigidas exclusivamente para Ele, pois nosso coração não terá espaço para outros amores. Assim, amar a Cristo é a solução final para o terrível problema da idolatria. Um coração tomado pelo amor ao Salvador, não deixa espaço para a sobrevivência dos ídolos, os quais serão expulsos do nosso homem interior, por não mais encontrarem espaço e devoção, visto que “amor de Cristo nos constrange”  (2 Cor. 5.14)

            Além da fidelidade, o amor também se caracteriza pela responsabilidade, e isso é algo detestável para o pecado. Por isso faz sentido a expressão paulina: “O amor jamais acaba” (1 Coríntios 13.7). O casal que decide se divorciar alegando que o amor acabou, não sabe o que está dizendo. Paixão, interesse e emoção passam, mas o amor permanece firme, resistindo, suportando e superando. Portanto, quando tomamos a decisão responsável de amar Aquele nos ama e nos comprou com o Seu sangue, seremos gradualmente restaurados aos caminhos da santidade.

E quando tropeçarmos no nosso andar com Cristo? O amor também será o remédio. O que Pedro precisou fazer para neutralizar suas três negativas de Cristo? Declarar três vezes o Seu amor a Cristo: “Pela terceira vez Jesus lhe perguntou: Simão, filho de João, tu me amas?....”  Nesse episódio belíssimo, às margens do mar da Galiléia, Jesus estava dizendo a Pedro e aos demais discípulos: “Pedro, não importa quantas vezes você tenha pecado, nem a severidade da transgressão. Decida me amar, e o pecado será esquecido.

            Queremos vidas puras, separadas do mundo e dedicadas ao louvor de Deus? Tudo vai depender da nossa resposta à penetrante pergunta de Cristo: “Tu me amas?”

            A serviço do Mestre,
            Pr. Jenuan Lira
 


                         

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