TU ME AMAS?
“Pela terceira vez Jesus lhe perguntou:
Simão, filho de João, tu me amas?....” (João 21.17)
Quando não
existe amor, também não existe santidade. A iniquidade cresce no vácuo deixado
pela ausência do amor. O filho se torna rebelde quando começa a perder o amor
pelos pais. Um esposo se torna infiel quando passa a amar menos sua esposa. Foi
o próprio Cristo que nos falou da oposição entre o amor e a iniquidade: “E, por se multiplicar a iniquidade, o amor
se esfriará de quase todos” (Mateus 24.12). Segundo a Bíblia, o amor
tem o magnifico poder de “cobri multidão
de pecados”, pois “tudo
sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1 Coríntios 13.7).
Então, se não mais existe amor, manifesta-se o pior cenário existencial, pois o
pecado ficará à descoberta e a santidade desaparecerá.
Enquanto
lutamos para ser fiéis a Deus, lembremos que é pelo amor que se pavimenta a
estrada da santidade. Quem ama se guarda para a pessoa amada. Quem ama a Deus se guarda para Ele e procura
viver “para o seu inteiro agrado”
(Cl. 1.10). Portanto, a solução para vencer o pecado não se encontra em
autoflagelação, legalismo ou rigor ascético. A força do pecado é maior que tudo
isso. Para a malignidade do pecado, o amor é o único remédio.
O amor
derrota o pecado, por causa da poderosa constituição intrínseca do amor. Por
exemplo, na própria natureza do amor existe a fidelidade. São inseparáveis.
Fidelidade leva à exclusividade. Amor verdadeiro mantém o coração íntegro e os
olhos focados no objeto da sua afeição. Assim, nas palavras do apóstolo Paulo
em Efésios 3.19, à medida que conhecemos o amor de Cristo “que excede todo entendimento”, passamos a ser “tomados por toda plenitude de Deus.” Ser tomado é uma expressão
fortíssima, própria para descrever aficionados ou apaixonados. Isso significa
que quando verdadeiramente amamos a Cristo, nossas afeições serão dirigidas
exclusivamente para Ele, pois nosso coração não terá espaço para outros amores.
Assim, amar a Cristo é a solução final para o terrível problema da idolatria.
Um coração tomado pelo amor ao Salvador, não deixa espaço para a sobrevivência
dos ídolos, os quais serão expulsos do nosso homem interior, por não mais
encontrarem espaço e devoção, visto que “amor
de Cristo nos constrange” (2 Cor.
5.14)
Além da
fidelidade, o amor também se caracteriza pela responsabilidade, e isso é algo
detestável para o pecado. Por isso faz sentido a expressão paulina: “O amor jamais acaba” (1 Coríntios 13.7).
O casal que decide se divorciar alegando que o amor acabou, não sabe o que está
dizendo. Paixão, interesse e emoção passam, mas o amor permanece firme,
resistindo, suportando e superando. Portanto, quando tomamos a decisão
responsável de amar Aquele nos ama e nos comprou com o Seu sangue, seremos
gradualmente restaurados aos caminhos da santidade.
E quando tropeçarmos no nosso andar com Cristo?
O amor também será o remédio. O que Pedro precisou fazer para neutralizar suas
três negativas de Cristo? Declarar três vezes o Seu amor a Cristo: “Pela terceira vez Jesus lhe perguntou:
Simão, filho de João, tu me amas?....” Nesse episódio belíssimo, às margens do mar
da Galiléia, Jesus estava dizendo a Pedro e aos demais discípulos: “Pedro, não importa quantas vezes você tenha
pecado, nem a severidade da transgressão. Decida me amar, e o pecado será
esquecido.”
Queremos
vidas puras, separadas do mundo e dedicadas ao louvor de Deus? Tudo vai
depender da nossa resposta à penetrante pergunta de Cristo: “Tu me
amas?”
A serviço do
Mestre,
Pr. Jenuan
Lira
Nenhum comentário:
Postar um comentário