“…não tinha aparência nem formosura;
olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos agradasse” (Is. 53:2)
O evento mais impressionante em toda
história universal aconteceu sem ser notado pelo mundo. Quando chegou a
plenitude dos tempos e o Messias prometido desde o Éden finalmente entrou no
mundo, sua vinda aconteceu de maneira quieta, obscura e humilde.
A
jovem escolhida para dar à luz o Messias, com cerca de 13 anos de idade, não vinha
de família nobre, nem morava em um lugar importante. Pelo contrário! Em João
1:46, Natanael pergunta: “De Nazaré pode sair alguma coisa boa?”. Isso indica
que ser um Nazareno não significava muito para os judeus da época.
Quanto
ao nascimento de Jesus, não poderia ter acontecido de maneira mais humilde. Em
uma estrebaria na pequena vila de Belém Maria deu à luz seu filho. Na falta de
um berço, o Criador e sustentador dos Céus e da terra, miraculosamente nascido
em forma de um bebê indefeso, foi deitado numa manjedoura. As condições eram as
mais precárias possíveis, e os primeiros visitantes foram humildes e
desprezíveis pastores notificados por meio dos anjos.
Mas
enquanto a terra repousa quieta nas trevas da ignorância e pecado, os céus
jubilavam. O eterno plano da redenção se cumpria, nascia a esperança para a
humanidade em desespero. Um novo reino se introduzia, trazendo consigo
liberdade e salvação. Por isso os anjos cantaram e uma nova estrela anunciou a
chegada do Salvador.
A
história do nascimento de Jesus confirma que Deus não vê como vê o homem. O que
para os homens é considerado importante, para Deus não tem o menor valor. Observando
a cena humilde em que se deu o primeiro natal, somos forçados a concluir que os
nossos valores são supérfluos, pois as maravilhas que Deus opera são medidas
por padrões diferentes dos nossos. O que é grande aos olhos dos homens pode ser
absolutamente insignificante aos olhos de Deus. Por o apóstolo Paulo afirmou:
“Mas o que para mim era lucro, isso considerei perda por causa de Cristo”.
O
mundo não compreende o verdadeiro sentido do natal. Como aconteceu em Belém,
Aquele que é a razão do natal continua sendo uma figura despercebida. Enquanto
isso, os homens se apropriam do natal para esbanjamento e ostentação.
Comemorado segundo o modelo de mundo, o natal perde completamente a beleza da
simplicidade e humildade que marcaram a cena original na estrebaria.
Que este natal
sirva para corrigir o nosso engano quanto ao que realmente vale à pena. Que
voltemos as costas para o barulho do mundo e na quietude de um coração contrito
voltemos os nossos olhos para aquele que “não tinha aparência nem formosura”,
que chegou ao mundo sem ser notado, e nos identifiquemos com Ele, deixando de
lado a ilusão de grandeza que o mundo oferece, enquanto nos comprometemos em
buscar em primeiro lugar Seu reio e Sua justiça.
A serviço do
Mestre,
Pr. Jenuan
Lira.
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