quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

HONRANDO HAROLDO REINER

A quem honra, honra” (Rm. 13:7)

           
Missionários são heróis da fé que se doam a fim de abençoar as nações com a maior de todas as bênçãos, a mensagem da salvação. Nunca podemos esquecer que nós somos fruto de missões. Por isso, nunca é demais honrar àqueles que um dia viram os nossos campos brancos e partiram destemidos a fim de semear em nosso coração a bendita semente. 
            Após a leitura gostosa do pequeno livro Um Voo para a Eternidade, senti-me obrigado a também prestar minha honra ao velho herói Haroldo Reiner, a quem tive o privilégio de conhecer e com quem convivi esporadicamente. Reconheço que a homenagem é tardia, visto que ele partiu para a glória em 2011. No entanto, sua ausência não silencia sua voz nem diminui a grandeza do trabalho que ele realizou de maneira tão exemplar. 
            Enquanto lia as pequenas histórias acerca desse missionário, reportei-me ao passado, repassando e revivendo dois episódios marcantes. No primeiro, eu tinha apenas treze anos e observei o diálogo entre Haroldo e meu pai, que estava iniciando seu ministério. Meu pai pastoreava a pequena igreja Batista de Senador Pompeu, onde Haroldo também havia trabalhado alguns anos antes. O ministério não ia muito bem, e meu pai, desanimado  encontrou-se com Haroldo na cidade de Iguatu, mais precisamente no Acampamento Batista. Depois dos calorosos cumprimentos iniciais, Haroldo perguntou:
Como vai a Igreja em Senador?
Mais ou menos”, respondeu meu pai, “temos tido pouca gente nos cultos de domingo”.
Sem pensar muito, Haroldo disse: “Lira, se Jesus voltar para buscar sua Igreja na segunda-feira quem vai subir, os salvos ou os que frequentam os cultos?
- “Somente os salvos”, respondeu meu pai imediatamente.
- “Então não se preocupe com quantas pessoas estão no culto
 Noutra ocasião, exatamente 21 anos depois do episódio acima, não era meu pai que precisava de conselho, mas eu próprio. Era um tempo de trevas, tristeza profunda e desânimo. Eu também era pastor, mas estava perdendo as esperanças de continuar no ministério, pois as provas eram além das minhas forças. Foi nessa ocasião que “casualmente” cruzei com Haroldo aqui em Fortaleza. Sabendo do meu desânimo, ele me chamou à parte e disse: “Quando eu tinha mais ou menos a sua idade minha esposa, que tinha 27 anos, contraiu um câncer fatal. Na ocasião eu não sabia o que fazer, mas meu sogro me confortou lembrando que Deus nunca erra e está no controle de tudo. Aquele conselho me reanimou a continuar. Portanto, não desanime. Continue.” Haroldo me repassou um conselho que ele recebera décadas antes, e trouxe alento à minha alma. Tanto que, hoje continuo lembrando as suas palavras.
Quando chegou ao Brasil em 1947, movido pelo testemunho de um missionário que passara em sua igreja, Haroldo não podia imaginar os desafios que teria pela frente. Mas ele não se intimidou, e procurou fazer tudo que estava ao seu alcance para mostrar o amor de Cristo em palavra e obras. Foi por causa desse amor ao Senhor que ele serviu como aviador, engenheiro, matemático, mecânico, agricultor, enfermeiro, timoneiro, etc. Se a coisa não existia, ele inventava, mas nunca permitia que as impossibilidades lhe impedissem de pregar o evangelho e mostrar misericórdia para centenas de pessoas vivendo no nosso sofrido Nordeste.
Um Voo para a Eternidade é um livro para ser lido de uma sentada, e fartar a alam com as história extraordinárias vivida por esse homem que “combateu o bom combate, completou a carreira e guardou a fé.” Leia você também e perceba o quanto é possível realizar nesta vida quando confiamos em Deus e no poder da Sua Palavra.

            A Serviço do Mestre,

            Pr. Jenuan Lira.

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