quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

CORRENDO PARA CASA


“Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão que penosamente granjeastes; aos seus amados ele o dá enquanto dormem” (Sl. 127:2)
O terceiro dia de 2012 vai ficar na lembrança como o dia em que a cidade de Fortaleza viveu um feriado forçado. Foi uma verdadeira paralisação: comércios, bancos, farmácias, postos de gasolina e supermercados, com pequenas exceções. As avenidas sempre agitadas ficaram desertas. Nas calçadas, poucas pessoas passavam.
O medo de ataques de bandidos fez com a população adiasse compromissos e negócios importantes. Visitas comerciais, compras, encontros importantes e urgências profissionais e pessoais foram remarcadas, enquanto a população permanecia em casa. Algo inconcebível para um dia mais do que útil. Mas assim foi, pois as circunstâncias assim exigiam.
A vida é assim. De repente, o inesperado acontece por força das circunstâncias. No caso da paralisação em Fortaleza, era o temor pela vida que ditava o passo da população, pois a vida é muito mais importante do que os compromissos. Quando o perigo é iminente e severo, a agenda que se aguente. Que importam os compromissos? Adia-se e procura-se uma solução. Não havendo, paciência! Morrer para ser fiel à agenda não tem a menor graça.
Foi um dia foi tenso, mas ao mesmo tempo tinha um ar bucólico. Apesar do medo, na cidade havia calma. As casas se transformaram em lares no meio da semana. Às mesas, muitos pais se sentaram para almoçar e jantar com seus filhos, raridade para muitos, em plena terça-feira. Casais tiveram um tempinho a mais para conversar. Aquele telefonema para o amigo que já deveria ter sido dado, finalmente deixou de ser apenas um desejo.
Se uma situação de perigo justifica nossa parada em casa, então deveríamos parar mais, pois nossa casa está sempre sitiada. O problema é que, diferente do que ocorreu há poucos dias, não vemos os inimigos perseguindo nosso lar e por isso baixamos a guarda. Achando que a polícia garante a segurança da nossa casa, saimos em louca e desabalada carreira para “ganhar a vida”, deixando o lar desguarnecido. Poderemos até “ganhar a vida”, mas às custas da família. Neste caso, de que vale tal ganho? Quem não conhece exemplos de pais que correndo pela vida, deixaram seus filhos à mercê das drogas e de outros perigos? Outros não chegaram a tal extremo, mas perderam o melhor tempo com seus filhos, sem notar que estavam crescendo rápido.
O mundo nos enganou dizendo que as demandas da vida são grandes demais para voltarmos para casa mais cedo, e nós mordemos a isca. O grande problema é que nunca vamos trabalhar suficiente para atingir as demandas do mundo. A velocidade da ilusão é grande demais. Enquanto o mundo nos empurrar para o ativismo, a Bíblia diz: “Aos seus amados ele o dá enquanto dormem”. Nosso trabalho é para manter a família, não para exterminá-la.
A vida é muito breve e os riscos grandes demais. Enquanto estamos longe, os inimigos do lar invadem nossas casas num verdadeiro arrastão. Quando menos esperamos, descobrimos que a casa está cheia de tralhas perecíveis, mas os corações estão vazios. A frieza e a indiferença se acumularam encobrindo a beleza do lar. O cônjuge está solitário e quando entramos na casa vazia apenas o eco triste da voz dos filhos reverbera dizendo: “crescemos”!
Se você ainda tem tempo, corra para casa! Este é o nosso lugar.
A serviço do Mestre,
Pr. Jenuan Lira.

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