sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

DEUS ESTÁ COMIGO?

“O Senhor, porém, era com José...” (Gn 39.21)
Nossa tendência natural é reconhecer a proximidade de Deus quando as dificuldades são vencidas. Depois de uma batalha da qual saímos vitoriosos, damos graças ao Senhor e falamos do quanto Ele fez por nós.
Por esse raciocínio, quando a Bíblia diz que “o Senhor era com José”, a afirmativa deveria ter um tom positivo relacionada a um grande livramento. Mas não é bem assim no caso de José. Na verdade, a frase “O Senhor era com José” até parece contraditória, pois conclui o relato do seu aprisionamento após a falsa acusação da mulher do seu chefe. À primeira vista, a frase causa-nos estranheza: “Se o Senhor era com José, por que deixou que ele permanecesse dois anos na prisão, por causa de uma calúnia? Se Deus era com José, não era o caso de evitar o sofrimento injusto do Seu servo?”.
O raciocínio parece lógico, mas a teologia está errada. Às vezes, Deus nos livra da fornalha, outras vezes, Ele nos livra na fornalha. Lembra da história? Que o Senhor tinha poder para reverter os efeitos da acusação maligna da mulher e até lançá-la na prisão, não resta a menor dúvida. Mas não era essa a Sua vontade. Nos Seus planos para José, todos elaborados conforme a Sua bondade, os dois anos na prisão eram importantes e necessários.
Quando provações como as de José nos sobrevêm, o velho “por quê?” logo surge no horizonte dos nossos pensamentos. “Por que, Senhor, tem que ser assim? Dois anos? Não é tempo demais?”. No caso de José, temos o benefício do tempo passado e do registro inspirado. Podemos entender os motivos de Deus.
Em primeiro lugar, a prisão foi mais um lugar onde José pôde ministrar as bênçãos de Deus. Seu testemunho marcou a vida do carcereiro, “o qual, confiou às mãos de José todos os presos que estavam no cárcere; e ele fazia tudo quanto se devia fazer ali” (Gn 39.22). Imagine o impacto que a fidelidade de José deve ter causado na vida daqueles prisioneiros. Um preso com as chaves da prisão! Esse testemunho jamais teria sido dado na liberdade da casa de Potifar. Deus queria usar José na prisão.
Mas o tempo na prisão tinha outro propósito glorioso. Foi ali que José interpretou fielmente os sonhos do copeiro do rei. Assim, quando Faraó teve seus sonhos enigmáticos para ele e para todos os sábios egípcios, o copeiro finalmente lembrou-se do seu amigo prisioneiro hebreu. Era o início de uma nova fase na vida de José. A prisão foi a porta de entrada para a glória. De prisioneiro, José será elevado à posição de vice-rei. Deus sabe o que faz, e conhece bem o fim da história.
A prisão de José tinha também outro propósito: serve para nos ensinar. Quantas pregações, quantos textos e quantos conselhos já se derivaram dessa experiência? A prisão de José foi um elo importante para a preservação do povo escolhido para trazer Jesus ao mundo. O avançar do plano da nossa salvação passa pela prisão de José. Deus é fiel.
Deus era com José na prisão. Deus era com o povo no deserto. Deus era com os amigos de Daniel na fornalha. Deus era com Daniel na cova dos leões. Deus era com Jesus na cruz. Deus era com Paulo no naufrágio... Deus está comigo!
“Perdão, Senhor, por achar que em alguns momentos o Senhor não está comigo. Ajuda-me a descansar na certeza da Tua doce presença e na perfeição dos Teus planos”.

A serviço do Mestre,
Pr. Jenuan Lira

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