No
século XIV, onde hoje é a Bélgica, houve um duque cujo nome era Raynaldo III,
conhecido pelo seu apelido latino, Crassus, que significa gordo.
Em uma violenta disputa pelo
governo, seu irmão mais novo Edward o capturou, mas não o matou. Edward
simplesmente construiu um quarto em volta de Raynald no castelo Nieuwkerk e
prometeu que ele poderia voltar à liberdade assim que pudesse sair do quarto, que
estava cheio de janelas e tinha uma porta de dimensões normais, nenhuma delas
trancas e ferrolhos. Quando Edward era acusado de crueldade sua resposta era
simples: “meu irmão não um prisioneiro,
ele pode sair quando quiser”. O problema era o tamanho de Raynald. Para
ficar livre ele precisava perder peso. Mas Edward conhecia seu irmão. Assim,
cada dia ele envia uma farta quantidade de comida para Raynaldo, que não se
continha e ficava mais gordo cada dia. Após dez anos, Edward morreu em uma
batalha, e o Raynald foi liberto, mas sua saúde estava tão frágil que morreu em
seguida.
A medicina social fala de um mal que aflige parte da
população mundial: a obesidade. Um nome bonito, para um feio pecado. De novo, a
‘ciência’ chama de compulsão, o que a Bíblia chama de transgressão. O termo
obesidade tem uma sonoridade fofinha’, preferível aos pesados fonemas da
palavra glutão, que nos remetem à cena de um peru empanturrado, incapaz de
ingerir um só grão a mais.
O que os médico e nutricionistas não conseguem
perceber é que o problema da obesidade mórbida, em muitos casos, é apenas
sintoma de uma enfermidade espiritual. Somos uma sociedade dominada pelas
paixões sensoriais completamente avessa à reflexão racional. Morremos pela
boca, simplesmente porque perdemos a capacidade de negar a nós mesmos, consumindo-nos
à medida que nos entregamos ao desfrute suicida do prazer.
A falta de temor do Senhor se reflete no nosso corpo. Quando
a alma se afasta de Deus, o corpo também padece. Parte do fruto do Espírito
Santo é domínio próprio, inclusive à mesa. Vivendo em comunhão com Deus seremos
escravo de Cristo, não do nosso apetite. O servo de Deus adora o Senhor e não o
seu ventre (Fp. 3.19). A obesidade que domina a
muitos é apenas mais uma variedade de idolatria.
Nenhum alimento contamina o homem, mas a alimentação,
sim. O alimento é a provisão de Deus, mas o modo como dele nos utilizamos é
responsabilidade nossa. Deus deseja ser honrado pelo
testemunho do Seu quanto à alimentação. Quando lhe obedecemos, o Espírito Santo
nos dá domínio próprio à mesa, e saúde para o nosso corpo. Muitas das leis
dietéticas que o Senhor deu por meio de Moisés tinham como alvo o bem estar
físico do povo.
A idolatria alimentar não pode ser considerada
simples. Ao praticá-la, pecamos por desprezar a imagem de Deus em nós, visto
que rebaixar ao nível dos seres irracionais, guiado apenas pela satisfação
imediata, mesmo que mortífera. Além do mais, é bom que se diga, entre as feras
não se ouve de obesidade mórbida, tal como nos domínios humanos.
O pior de tudo é que não somos
ignorantes. Sabemos que nossa prática alimentar nos faz mal e revela falta de domínio
próprio. O copo padece, ficamos limitados em servir ao Senhor, entupimos as
veias, desgastamos os joelhos pelo excesso de peso, forçamos o fígado e o
pâncreas com o excesso de açúcar. Perdemos a vida, mas não largamos o que
gostamos. Que diferença há entre um
peixe que morde a isca que encobre o anzol assassino, o ratinho que tem cabeça
esmagada por cobiçar o queijo preso no gatilho da ratoeira e o homem que se
intoxica com gorduras saturadas e açúcar?
E então. Como um diagnóstico preocupante, no primeiro
momento este texto pode lhe fazer pensar, mas infelizmente, pouco depois dessa
leitura é bom vai suplantar o certo, e muitos, pouco depois vencerão o choque
com um simples pedido: “garçom, mais uma
coca, por favor!”.
A serviço do Mestre,
Pr. Jenuan Lira.
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