quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

MUNDO DE FANTASIA

“Vaidades de vaidades, diz o Pregador; vaidades de vaidades, tudo é vaidade” (Ec. 1:2)

Era um e-mail igual aos outros. Era um e-mail diferente dos outros. Propaganda imobiliária, parte de uma campanha publicitária. Se dizia diferente, mesmo não tendo motivo para a alegada singularidade. Era porque era. E, se perguntâssemos ao pessoal do marketing qual era a diferença, as respostas seriam mais ou menos assim: “Bem, essa propaganda combina com o produto. É arrojada, arejada, interessante, atraente. É difícil de expressar em palavras, tem um ‘plus a mais’ (traduzindo: um mais a mais)... Traz um conceito ‘repaginado’, é isso..., sabe como é..., ‘tipo assim’... diferente, agradável aos olhos, sensacional. Pois é... entende? Como eu disse... É isso”. Honestamente, a resposta não pode ser entendida por niguém. É muita fala, mas nenhum sentido. Forma, sem essência. Ao final, a conversa teria que terminar de maneira vaga, e você seria forçado a dizer: “Então, tá!”.
No nosso mundo de fantasia tudo é nada, e nada é tudo. Tudo está em constante movimento e carece de estabilidade. Até as palavras precisam ser esticadas ao máximo, pois onde só há ilusão é difícil extrair significação. Não há clareza, não há razão. As coisas são porque são. Qualquer coisa serve para qualquer fim. À nossa volta vemos cores, brilho e odores, mais nada além. É um mundo encantador e deslumbrante na superfície, mas nos bastidores assustadoramente feio e frio. Neste caso, o melhor que fazemos é brincar de faz de conta.
Para termos certeza de quanto a fantasia domina o mundo, basta refletir sobre o crescimento estratosférico da economia chinesa. Impulsionada pelo vácuo da ilusão, o velho dragão se fortalece para dar o seu bote incendiário. Economistas, analistas internacionais e governantes estão em estado de alerta diante do crescimento supreendente da China. Mas quem poderá lutar contra as forças que dominam o coração? É difícil imaginar uma solução, pois a fantasia é a fonte de energia da indústria chinesa. Por isso seus tanques estão sempre abastecidos, e os motores a pleno vapor. É perigoso? É extremamente perigoso! Perigosíssimo, eu diria. Mas quem se importa com a ameaça vermelha? Sabemos (ou deveríamos saber, pelo menos) que os preços baixos da astronômica produção industrial chinesa é uma grande cilada para o mundo. Mas o entorpecimento da fantasia que nos domina impede que façamos uma análise responsável. Por que deveria me preocupar com a tristeza de um futuro amargo, se posso, a baixíssimo preço, saborear os benefícios de uma doce ilusão presente?
É estranha a cena do mundo. A ilusão coletiva domina a sociedade. Tudo que importa são as sensações, mesmo as venenosas. Para isso, só há uma explicação. Salomão diz em Provérbios 27:7: “... para o faminto, todo amargo é doce”. Os homens tem fome de algo que lhes sacie as carências da alma. E, como desconhecem a Deus, a fonte de toda satisfação real, encantam-se com toda promessa de alegria que o mundo oferece. A propaganda que recebi terminava com o atraente apelo: “Para quem quer tudo agora”. O mundo é agora, mas Deus é para sempre.
Deixemos, pois, o encanto do mundo. Apeguemo-nos a Deus. A ilusão vem da China. A realidade vem do céu.

A serviço do Mestre,

Pr. Jenuan Lira.






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