terça-feira, 20 de março de 2018


QUANDO MATAR NÃO É NÃO BASTANTE

“E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes… insensatos, pérfidos, sem afeição natural e sem misericórdia. (Romanos 1.28,31)
Foi uma cena real, embora coubesse perfeitamente em um bizarro pesadelo. Enquanto a família chorava seu morto, um grupo de delinquentes, fortemente armado, invadiu o local do velório, arrastou o caixão para a rua e ateou fogo no corpo. O pânico tomou conta de todos os presentes, adultos e crianças, ante a inimaginável expressão de malignidade insaciável, como se ter executado a vítima dentro da sua própria casa não fosse bastante. No submundo infernal das drogas, agora, matar já não é bastante. É preciso exterminar o próprio corpo, mutilar incinerar o corpo, fazer o possível para extinguir até a última memória da vítima.
O mistério da vida, esse inexplicável e maravilhoso dom do Criador, gera um ponto de contato entre Deus e os homens. Quando uma vida é gerada, desde o primeiro instante da sua concepção, as mãos de Deus entram em ação, tecendo o corpo, que será energizado por uma alma indestrutível, um ponto finito, que seguirá ao infinito. Na vida humana temos a mais palpável expressão do Ser de Deus na criação, a manifestação visível da Sua eternidade, bondade, poder, amor e graça. Por tudo que a vida humana representa para a revelação geral do Criador, Deus condena o homicídio como um crime contra o próprio Deus, um ataque à Sua imagem, e, por isso, deve ser punido com pena capital. Conforme Gênesis 9.6, o homicídio é um crime que desestabiliza a essência da criação, pois se levanta não apenas contra a vítima humana, mas ataca o próprio Deus, uma vez que tira a vida do ser que carrega Sua imagem. O homicídio deve receber a pena capital por sua agressão direta contra o Criador. Todo pecado agride a santidade de Deus, mas o homicídio é a forma mais atrevida e direta de pedir a Deus que se afaste de nós. Tirar a vida humana é tão sério, que até um animal, no caso de matar uma pessoa, deveria ser penalizado com a morte (Gênesis 9.5)
A ira assassina, que move um homem à louca tentativa de querer exterminar a imagem de Deus na terra, segue a história humana desde Caim. O primogênito de Adão foi o pioneiro maligno na arte de se vingar de Deus, tirando a vida do próximo. Como ainda não havia se estabelecida o governo humano, entidade apta para aplicar o justo castigo, um assassino passou a viver livremente entre os homens, tornando-se modelo para outros seguirem seu caminho mal. Tendo tal modelo, não demorou muito para que Lameque, neto de Caim, chegasse ao ponto de se orgulhar perante suas mulheres de ter cometido duplo assassinato por motivos banais (Gênesis 4.23). A árvore do bem cresce devagar, mas as sementes do mal germinam e frutificam espontaneamente.
A história primitiva, que, em tempo, levou ao juízo do dilúvio, se explica pelas palavras de Paulo, citadas acima. Os homens desprezaram o conhecimento de Deus, dado na Sua revelação geral, esforçaram-se por apagar qualquer vestígio da presença do SENHOR das suas vidas. Com isso, em extrema velocidade, o mal fermentou internamente no coração dos homens e extrapolou em pensamentos, palavras, atitudes e ações, tornando-se uma peste espiritual, que não reconhecia qualquer barreira. Sem governo e sem lei, cada um fazia suas próprias regras, sendo seus próprios legisladores. Assim, estava instaurada a fórmula precisa para a anarquia, que levou à imoralidade, corrupção e morte. Os homens se tornaram feras terríveis, embrutecidos, “sem afeição natural e sem misericórdia”.
O episódio da queima do cadáver foi uma indicação clara de que a sociedade está sob o domínio da morte e do mal. Como em outros casos, a cena foi filmada e veiculada nas redes sociais. Os assassinos queriam deixar bem clara sua força, intimidando seus comparsas, bem como a sociedade, em geral.
Sem dúvida, é intimidador saber que, por causa da ira contra Deus (Pv 19.3), os homens desprezam o próprio dom da vida. E, quando, não se preza pela própria vida, não é possível pensar em nenhum outro inibidor para o avançar do mal. Viver ou morrer se tornam indiferentes. Em meio a tanta maldade, nossa esperança deve ser fortalecer na certeza de que, a escalada do mal é também prenúncio do juízo final e definitivo. Os assassinos podem achar que matar não é bastante, mas Deus não pensa assim. Matar é mais do que bastante! Brincar com a morte é exceder a medida da iniquidade, chegando ao limite da paciência divina. E, quando o cálice transbordar, justiça será feita e o povo de Deus receberá alívio eterno, pois assim disse o profeta: “Mas para vós outros que temeis o meu nome nascerá o sol da justiça, trazendo salvação nas suas asas; saireis e saltareis como bezerros soltos da estrebaria.” (Malaquias 4.2)

  Até quando, SENHOR? Vem, SENHOR Jesus!
A serviço do Mestre,
Pr. Jenuan Lira


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